Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

As questões e as referências

Em tempos de internet, em que a informação atualizada disponível a respeito de uma larga gama de assuntos pode ser obtida rapidamente, por que fazer um dicionário?

A resposta, que norteou a concepção e o desenvolvimento desta obra, é simples: porque o conteúdo aqui reunido, da forma como está organizado, não pode ser encontrado em outro lugar.

Essa é a principal justificativa para a existência deste Dicionário, cujo objetivo é oferecer caminhos para o leitor, levantando questões e referências fundamentais e funcionando como uma ferramenta útil para pensar a comunicação hoje. Algo que tentamos obter por meio de uma combinação de informação com reflexão acerca das escolas, teorias e autores da área. Tendo em vista os momentos históricos em que esses pensadores e linhas de pensamento surgiram, mas, sobretudo, a partir da percepção de sua potência interpretativa para enfrentar os desafios que os fenômenos atuais nos impõem. Seja devido à grande dispersão teórica das obras existentes e à dificuldade de caracterizar quais autores e teorias são efetivamente “do” nosso campo de saber. Seja pela relevância e centralidade da comunicação no mundo contemporâneo.

A ideia de produzir um dicionário, inicialmente de Comunicação e Marketing, remonta a 2005, ano de criação do Centro de Altos Estudos na ESPM. A proposta foi retomada de forma sistemática em 2009 e resultou, depois de um processo de cerca de quatro anos, nesta obra que se propõe a oferecer visão de conjunto dos principais marcos teóricos do campo da comunicação.

Para dar conta dessa tarefa, o percurso foi iniciado com um levantamento de obras disponíveis, que permitiu perceber que havia espaço editorial para um livro desse tipo. Um dicionário que fosse compreensivo, crítico, histórico e atento à estrutura conceitual organizativa da área. Um conjunto de características ao qual foi adicionada, no caminho de construção, outra característica importante: o fato de, além de inventariar escolas, conceitos e autores internacionais, incluir, na estrutura dos verbetes, as repercussões brasileiras, discutindo de que forma essas referências estão presentes nos estudos comunicacionais realizados no país.

As escolas, as teorias e os autores que integram este Dicionário foram definidos a partir da consulta a dicionários e publicações dedicadas às teorias da comunicação, e definida pelo grupo organizador da obra, composto pelo professor Adilson Citelli e professoras Christa Berger, Maria Aparecida Baccega, Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Vera Veiga França, com a colaboração dos coordenadores editoriais Pedro F. Bendassolli e Ricardo Zagallo Camargo, e dos professores Gisela Granjeiro da Silva Castro, Maria Isabel R. Orofino, Manolita Correia Lima e Vander Casaqui.

O processo de elaboração envolveu rodadas sucessivas de lapidação do conjunto de verbetes constituintes da obra; escolha dos verbetistas; redação dos verbetes, em diálogo com pareceres emitidos pela equipe organizadora; preparo do texto, envolvendo edição e ajustes até a redação final; revisão e diagramação.

Procedimentos que resultaram na produção de 65 verbetes, classificados em ordem alfabética e divididos em três tipos:

>> Escolas Contextualizam a origem, os momentos mais importantes, os conceitos teóricos e metodológicos propostos, os autores-chave e os desdobramentos da escola no tempo.

>> Teorias Apresentam e analisam os conceitos de uma teoria, sua evolução ao longo do tempo, seus desdobramentos e delimitações. Conjunto que inclui, além dos verbetes de teorias específicas, mais dois tipos: os que abordam as mídias do campo da comunicação, agrupados a partir do verbete Estudos de Mídia (ou Media Studies), e os temáticos, ou de grupos de teorias, criados ao longo da construção da obra para dar conta de conjuntos de teorias e autores ligados a um determinado tema ou objeto, tais como comunicação e consumo, marxismo e comunicação, comunicação e educação, entre outros.

>> Autores Dizem respeito a estudiosos cujas obras e ações promoveram e ainda promovem contribuições expressivas para o campo da comunicação.

É possível acessar o conteúdo deste dicionário de várias formas. Os verbetes podem ser encontrados pela ordem alfabética, consultando-se o sumário, ou pelos índices temático e onomástico. Vale destacar que, no sumário, verbetes de autores associados a uma determinada linha de pensamento foram incluídos como subitens dos verbetes dessas linhas. Não no sentido de reduzir suas propostas ao arcabouço de determinada escola ou teoria, mas por entender que esses autores não construíram suas reflexões de forma isolada, mas como tributários de um conjunto de pensadores que se debruçaram sobre temáticas semelhantes. Algo que vale para todos os autores, mas que fica mais evidente em alguns casos.

O Dicionário conta também com um capítulo metodológico, que apresenta de forma mais detalhada por que e como esta obra foi desenvolvida no Centro de Altos Estudos da ESPMe explicita sua principal missão: permitir que o leitor – seja estudioso, curioso ou praticante da comunicação – possa fazer uso das principais referências teóricas do campo.

Esperando cumprir essa missão, esta obra nasce aberta ao diálogo. Pois é somente a partir do uso e das críticas que ela se transformará numa ferramenta viva de construção do conhecimento.

Bom uso!

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Sobre a obra

Este Dicionário de comunicação, escrito por especialistas de todo o Brasil, reúne questões e referências fundamentais. Funciona, dessa forma, como uma ferramenta valiosa para pensar a Comunicação hoje. Os 65 verbetes combinam informação e reflexão acerca dos principais autores, escolas e teorias da área.

Os verbetes relativos às escolas e às teorias contextualizam a origem, os momentos mais importantes e sua evolução. Já aqueles relativos aos autores destacam os estudiosos cujas obras e ações promoveram e ainda promovem contribuições expressivas para o campo da comunicação.

Este dicionário é, assim, abrangente, crítico, histórico e atento à estrutura conceitual organizativa da área. Além disso, inclui, na estrutura dos verbetes, as repercussões brasileiras, discutindo de que forma essas referências estão presentes nos estudos comunicacionais realizados no país. A obra foi concebida e sistematizada pelo Centro de Altos Estudos da ESPM.

Coordenação Editorial: Ricardo Zagallo Camargo e Pedro F. Bendassolli

Autores dos verbetes:

Adilson Citelli

Afonso de Albuquerque

Alberto Efendy Maldonado

Alberto Klein

Ana Carolina Escosteguy

André Lemos

Andres Kalikoske

Angela Prysthon

Antônio Fausto Neto

Beatriz Marocco

Beth Brait

Boris Kossoy

Carlos Eduardo Lins da Silva

Celso Frederico

Christa Berger

Ciro Marcondes Filho

Clóvis de Barros Filho

Cristiane Freitas Gutfreind

Daniela Schmitz

Edgard de Assis Carvalho

Eduardo Meditsch

Eduardo Yuji Yamamoto

Edvaldo Pereira Lima

Esther Hamburger

Fábio Josgrilberg

Fabrício Silveira

Fátima Regis

Francisco Rüdiger

Gabriel Cohn

Gisela Granjeiro da Silva Castro

José Luiz Fiorin

Julio Pinto

Juremir Machado da Silva

Leandro Leonardo Batista

Lucia Santaella

Lucrécia Ferrara

Luiz Gonzaga Motta

Luiz Peres-Neto

Marcelo Gabbay

Marcia Perencin Tondato

Maria Aparecida Baccega

Maria da Graça Jacintho Setton

Maria Helena Weber

Maria Immacolata Vassallo de Lopes

Maria Isabel Rodrigues Orofino

Marialva Carlos Barbosa

Marlene Oliveira Teixeira de Melo

Mauro Wilton de Sousa

Mayra Rodrigues Gomes

Muniz Sodré

Nilda Jacks

Norval Baitello Junior

Olgária Matos

Paula Guimarães Simões

Paulo Nassar

Rafael Foletto

Raquel Paiva

Raquel Recuero

Reges Schwaab

Regina Zilberman

Richard Romancini

Sérgio Praça

Silvia Borelli

Simone Luci Pereira

Sonia Virgínia Moreira

Tabita Strassburger

Valério Cruz Brittos

Veneza Mayora Ronsini

Venício A. de Lima

Vera Veiga França

Vladimir Safatle

Wilson Gomes

Wolfgang Leo Maar

Yvana Fechine