Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Alexandre Mandl

‘A edição deste ano da LinuxWorld Expo -feira de GNU/Linux, realizada na semana passada em Nova York- apresentou novidades principalmente para quem quer trocar o Microsoft Windows pelo sistema aberto.

O início do desenvolvimento da segunda versão do Sun Java Desktop System foi uma das principais notícias da feira. Segundo a Sun, o produto terá como novidades a inclusão de mais programas escritos em Java e uma nova interface gráfica com imagens em 3D.

Já para quem quer um GNU/Linux mais fácil de usar, as multinacionais do setor -HP, IBM, Intel, Novell, Red Hat e Sun- se uniram no grupo Linux Working Group Initiative. Juntas, as empresas incentivarão idéias que ampliem o uso do sistema para todos os tipos de consumidores.

Os usuários que pretendem utilizar softwares do Windows no GNU/Linux também tiveram novidades. A CodeWeavers, que vende aplicativos específicos para a tarefa, anunciou que espera ter 95% dos programas do Windows no GNU/Linux até 2005 por meio do seu software CrossOver.

A Red Hat também apresentou produtos para iniciantes no GNU/Linux. A companhia lançou uma revista específica para esse público, a ‘Wide Open Magazine’. A publicação vem com tutoriais sobre o sistema e CDs com programas. O produto, que custará US$ 35 por ano para leitores internacionais, ainda não está disponível para usuários brasileiros.

Para quem deseja aposentar o Windows NT ou o Windows 2000 em favor do GNU/Linux, a IBM lançou uma estratégia de migração específica. Quem aceitar a sua sugestão de mudança para o sistema aberto receberá descontos em produtos como o Lotus Notes e o DB2 Universal Database. A subsidiária brasileira confirma que utilizará a proposta no país, mas ainda não tem uma data prevista para isso.

A brasileira Conectiva também aproveitou a mostra para apresentar novidades. A empresa passa agora a dar suporte para as principais distribuições GNU/Linux, como o Debian GNU/Linux e o Red Hat Linux 9, além de todas as versões do Conectiva Linux.

Briga política

A LinuxWorld também foi palco de divergências políticas. De um lado, a Sun criticou a tendência de compra de empresas e a contratação de engenheiros pioneiros no desenvolvimento do GNU/Linux. ‘Enquanto a concorrência continua contratando evangelistas e chama isso de estratégia, nós economizamos milhões de dólares todos os dias’, disse Jonathan Schwartz, vice-presidente executivo da empresa.

De outro, a Novell detalhou as vantagens da sua recente aquisição das companhias SuSE e Ximian. ‘Eu acho que isso já está mais crítico do que uma briga religiosa’, concluiu Jack L. Messman, presidente da companhia, em trecho da sua conferência na LinuxWorld em que discutia as divergências sobre as aquisições.’

 

Gazeta Mercantil

‘MinC cria divisão de cultura digital e apóia uso do software livre’, copyright Gazeta Mercantil, 28/01/01

‘O ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), da Casa Civil da Presidência da República, Sérgio Amadeu, tiveram uma reunião ontem e decidiram iniciar um trabalho de cooperação técnica entre os órgãos, com o objetivo de apoiar e viabilizar a divisão de cultura digital do Ministério.

A divisão será coordenada por Cláudio Prado e vai estar ligada à Secretaria de Formulação e Avaliação de Políticas Culturais. A primeira ação a ser implementada é a migração dos sistemas do Ministério da Cultura (MinC) para o software livre, o que fará do ministério comandado por Gil o primeiro a cumprir a determinação governamental de adoção do sistema operacional Linux no lugar de programas proprietários em seus servidores e computadores pessoais. Para isso, está sendo criada uma comissão que ficará encarregada de formular um plano de migração.

O Linux é um sistema operacional livre, de código aberto e acesso gratuito, que apresenta vantagens sobre as outras soluções. Brevemente será anunciada no Ministério a realização de um seminário interno de Cultura Digital e Software Livre, a fim de esclarecer as implicações técnicas, econômicas e ideológicas desta migração. O governo federal, a partir da orientação do ITT, tem apoiado a adoção do Linux em seus ministérios e estatais. Uma das principais razões para isso é a redução de custos com licenças. Há, também, vantagens de segurança. O código aberto permite o acesso ao núcleo do programa (kernel), a partir do qual são desenvolvidas as diferentes versões do Linux. Além da questão do software livre, a divisão de cultura digital dará especial atenção à articulação das políticas da internet, de segurança da informação com uso de certificação digital, de inclusão digital, da implantação de rádio e TV digital, de propriedade Intelectual e de distribuição digital de bens intelectuais.

Revolução cultural

Trata-se de um campo de atuação novo, segundo Prado, ‘surgido com base no desenvolvimento das revolucionárias tecnologias digitais que, pelo seu teor inovador, tem implicações diretas no cotidiano das pessoas, da sociedade e, consequentemente, de governos, exigindo destes posicionamento e atuação adequados’. Trata-se, no seu entendimento, de uma revolução essencialmente cultural.’

 

INTERNET BRASIL
Teletime News

‘Provedores criam associação com representatividade nacional’, copyright Teletime News, 27/01/01

‘O ex-presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet (Abranet), Roque Abdo, e alguns provedores criaram uma associação chamada Internet Brasil para representá-los em todo território nacional. A diferença entre a entidade e a Abranet é que esta última, assim como outras similares, tem atuação limitada aos seus estados. ‘Cerca de 800 provedores espalhados pelo País não tinham nenhuma representação e essa entidade visa atendê-los’, explica Abdo, que se tornou presidente da Internet Brasil. Ele explica que, anteriormente, havia tentado transformar a Abranet em uma associação nacional, mas foi impedido por questões estatutárias.

A nova entidade tem 25 associados, entre eles grandes provedores como UOL, AOL e Terra, e seus integrantes iniciarão a partir de agora uma busca por novos associados. ‘A idéia é criar uma diretoria regional em cada estado que vai nos trazer os problemas específicos de cada região e, a partir daí, vamos montar uma estrutura para atender a esses interesses’, explica Abdo.

O foco da Internet Brasil será atuar junto a órgãos gestores como Anatel, Minicom, CADE e SDE. E as questões principais a serem discutidas nesse primeiro ano de atividade são: concorrência desleal, tributação, pedofilia e criminalização pela internet e inclusão digital. Além dessas, questões pontuais como a aprovação da consulta pública 417 (trata, entre outras coisas, da tarifa flat) que está para ser regulamentada há um ano, e uso dos recursos do Fust, serão defendidas pela entidade. ‘Já fizemos reuniões com a SDE, conselheiros da Anatel e representantes do Minicom para mostrar nossos pontos de vista’, diz Abdo.’

 

ITI e Abong

‘Eleição para o Comitê Gestor será pela internet, com certificação digital’, copyright O Globo, 28/01/01

‘O Comitê Gestor da Internet reuniu-se, no dia 23 de janeiro, em São Paulo, e iniciou o processo de democratização da Internet no país. Pela primeira vez desde a criação do Comitê, em maio de 1995, membros da sociedade civil serão eleitos e participarão diretamente das deliberações.

De acordo com o Decreto 4.829, de setembro de 2003 o Cômitê é composto por 21 membros. Nove são indicados pelo governo federal, um pela diretoria do Fórum Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia e 11 são eleitos, sendo quatro do setor empresarial, quatro do terceiro setor e três da comunidade científica e tecnológica. Os membros eleitos serão escolhidos em colégio eleitoral formado por entidades e representantes de cada segmento.

Durante a reunião, o Comitê decidiu que as eleições serão realizadas via internet utilizando-se certificados digitais da ICP-Brasil. O processo será implantado pelo Registro.br, instituição responsável pelo registro de domínios da Internet no Brasil, com a orientação técnica do ITI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação. Segundo o presidente do ITI e representante da Casa Civil no Comitê, Sérgio Amadeu, esse é um passo importante para a inovação, tanto no aspecto democrático como tecnológico. Esse será um bom exemplo de como transações via rede podem ser feitas de forma segura e ágil, comentou Amadeu.

O Comitê Gestor da Internet, órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, definiu, no mesmo dia, seu cronograma eleitoral para escolher os representantes da sociedade civil. Em 16 de fevereiro será lançada, na página www.cg.org.br, uma consulta pública para definir o modelo de edital para a participação de representantes da sociedade civil. A divulgação do modelo definitivo do edital será feita no dia 15 de março. A partir desta data, entidades e associações têm até o dia 2 de fevereiro para manifestar o desejo de participar do comitê e formar o colégio eleitoral. As inscrições dos canditados devem ser realizadas de 19 a 23 de abril, a eleição acontecerá em 23 de maio e o resultado será divulgado no dia 31.

Debates sobre o tema serão realizados no ciberfórum inclusãodigital.org.br, sediado na RITS (Rede de Informações para o Terceiro Setor). As pessoas interessadas em participar devem escrever uma mensagem para forum@inclusaodigital.org.br, informando seu nome, a organização em que atua, seu endereço eletrônico, cidade e estado. Outro ambiente de debate sobre a formação do Comitê Gestor funciona no endereço: http://debatecomitegestor.softwarelivre.org.’

 

AUDIÊNCIA / WEB
Ana Carolina Saito

‘Mais visitantes nos sites de comércio’, copyright Gazeta Mercantil, 29/01/01

‘Ibope NetRatings registra movimento recorde em dezembro: cerca de quatro milhões de pessoas. Cerca de 4 milhões de pessoas no Brasil visitaram sites de comércio eletrônico em dezembro de 2003, o maior nível já registrado desde o início das medições do Ibope NetRatings, em setembro de 2000. O resultado, que não inclui as categorias viagens e automóveis, é 2,2% superior ao de novembro. Em relação a dezembro de 2002, o aumento foi de 22,4%.

‘Essa é a primeira vez que o número de usuários atinge quase 4 milhões. E o e-commerce já representa uma grande fatia do total de internautas, com alcance de 45,3%. De cada cem pessoas, quase 50 passaram por esses sites’, disse Alexandre Magalhães, analista de internet do Ibope NetRatings.

Em dezembro de 2003, o Brasil continuou com o mesmo patamar de internautas residenciais: 14,3 milhões de pessoas com internet em casa. Desse total, 8,6 milhões efetivamente navegaram no período. Segundo o instituto, os sites que oferecem serviço de envio de cartão de Natal e os canais de viagens ajudaram a internet brasileira a manter o índice.

No último Natal, 2,3 milhões de pessoas, ou 26,3% dos usuários ativos, utilizaram serviços de envio de cartão de natal online. O número é 100% superior ao registrado no mês anterior. Na comparação com dezembro de 2002, o índice subiu 9%.

Os sites que servem aos viajantes também tiveram destaque na internet residencial brasileira, com crescimento de 19,1% em relação a novembro. Em relação a dezembro de 2002, quando 287 mil pessoas navegaram por esses sites, o aumento chega a 214%. Em dezembro de 2003, 903 mil pessoas visitaram sites de companhias aéreas, de agências de viagem e páginas de revistas ou guias especializados, o que corresponde a 10,5% dos internautas ativos do período. ‘No início das medições, determinadas categorias não recebiam tantos acessos de usuários de outras categorias. Existe hoje uma sobreposição, ajudada ainda pela banda larga’, disse Magalhães, acrescentando que a média mensal do tempo de navegação em banda larga é de 25 horas, enquanto o usuário de banda estreita fica em média 7 horas/mês online.

Em dezembro de 2003, os usuários ativos navegaram na internet, em média, 12 horas e 24 minutos cada um, ultrapassando em 5 minutos o mês de novembro. Se for levado em conta o uso de aplicativos da internet, como os de troca de mensagens, o tempo sobe para 23 horas e 46 minutos, 19 minutos a mais que em novembro.

Para 2004, a expectativa, segundo o analista, é que o número de usuários da internet volte a crescer. No entanto, essa expansão dependerá do desempenho da economia, da recomposição da renda do trabalhador e do aumento do nível de emprego no País. ‘A internet está concentrada nas classes A e B. Agora, precisa trazer a classe C (que hoje representa apenas 10% da internet)’, disse Magalhães.’