Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Bêbado ou não?

Análise para variar e clara e concisa. Entretanto, nela a crítica fere ao mesmo tempo o governo e o jornalista "cascateiro", deixando o leitor sem saber qual partido tomar, da liberdade de imprensa ou do governo discricionário. Alem disto, mais uma vez, nos sentimos, nós, leitores, indefesas e passivas vítimas dos deuses ou demônios da mídia, do marketing, enfim, dos geniais (para eles e seus donos) manipuladores da opinião pública. Afinal, o presidente e um bêbado ou não?

Zulcy Borges de Souza, jornalista, Curitiba



A ética do padeiro

Um determinado jornal vem a público informar que não foi honesto em algumas publicações. Fico imaginando se amanhã o padeiro resolvesse declarar que o pão que vendera na semana passada continha farinha de procedência duvidosa. O jornalismo hoje é uma anarquia de noticia. Liberdade de expressão = impunidade.

Gilberto Brito, eletrotécnico, Angra dos Reis, RJ

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A lógica da ilógica – Alberto Dines



Exacerbado espírito de corpo

Reconfortante o artigo do procurador da República Marco Aurélio Dutra Aydos. Lula estava certo até judicialmente, ao não renovar o visto de Larry Rohter. Lamento que Lula tenha retrocedido. Mas acho que os jornalistas têm muito a explicar sobre o exacerbado espírito de corpo demonstrado neste episódio. A maioria absoluta dos leitores, como reconheceu o próprio Observatório, apoiou a decisão de Lula. Mas os jornalistas ficaram escrevendo para e pelos jornalistas (e para a minoria de leitores).

Jornalistas podem desprezar assim a opinião da grande maioria dos leitores? Volto a dizer: os jornalistas querem cercear a liberdade de expressão de Lula (Alberto Dines, inclusive), quando dizem que Lula fala muito e só fala besteiras, tolices, bobagens. E insisto em que jornalistas não têm liberdade de expressão. Num veículo de comunicação, quem tem liberdade de expressão é o dono do veículo (e olhe lá). A liberdade de expressão não é um direito absoluto. Ninguém pode se valer dela para fazer apologia, por exemplo, da pedofilia, da prostituição infantil, dos grupos de extermínio. Os jornalistas, no caso Larry Rohter, buscaram, a meu ver, um salvo conduto para falar o que bem entendem, sobre o que ou quem bem entendem sem que isso resulte em qualquer tipo de punição para eles. Esse assunto não pode morrer assim, de uma hora para outra.

Rogério Ferraz Alencar, técnico da Receita Federal, Fortaleza



Carlos Costa tinha razão

Li o trabalho sobre o jornalista americano. Preciso reler. O texto transcende ao assunto enfocado e traz lições brilhantes. Não me conformei com o papel de nossa imprensa em relação ao assunto. Um chega aqui, extorque, outro estira o dedo, outro vem e escracha o presidente da República. Acho que Carlos Costa, ex-FBI, tinha razão: os EUA compraram mesmo nossa imprensa.

Armando Coelho Neto, delegado de Polícia Federal, São Paulo



Sempre o jogo do poder

Finalmente podemos dizer que esse assunto foi bem analisado, com a profundidade que merecia, costurando o que passou por trás das fachadas. É uma pena que façamos sempre o jogo do poder, é uma pena que tenhamos sempre que dar satisfações e fazer agrados aos mais ditadores desse século. Mais uma vez o importante não é ser democrático, mas parecer democrático, esquecendo que a base da democracia deveria ser a justiça econômica e social. Ser anti-semita é um dos maiores pecados e por medo de receber tamanha acusação o mundo inteiro se cala diante do massacre a que está submetido o povo árabe. É tudo muito parecido, damos voltas e voltas em torno do círculo.