Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Espiral da intriga

[do release da editora]

Será lançado em 17 de setembro, às 20 h, o livro TV, poder e substância: a espiral da intriga, de Luís Carlos Lopes. O evento ocorrerá em Brasília, no restaurante Carpe Diem, localizado no SCLS 104, Bl. D, Loja 1. O local é um dos endereços simpáticos da noite brasiliense, bastante concorrido e palco e inúmeros eventos. Logo, estando na capital federal, aproveitem o dia. A obra analisa vários aspectos da existência da quase cinqüentenária TV aberta do Brasil. É fruto de centenas de horas de pesquisa sobre os seus conteúdos e significados, sendo um esforço de interpretação deste meio de comunicação fundamental e hegemônico do conjunto das mídias técnicas brasileiras. Parte do princípio de que só se pode falar desse meio considerando suas imbricações com a vida política e cultural do país. O trecho reproduzido abaixo dá algumas pistas do que esperar do seu conteúdo. O livro estará proximamente disponível nas boas casas do ramo.

‘A veiculação dos artefatos publicitários está na origem da TV brasileira, concebida como a mais eficiente máquina de vender produtos e idéias, jamais imaginada. Ao contrário do que os sensos comuns dizem, a programação usual é o intervalo dos reclames cada vez mais sofisticados e capazes de atrair milhões de consumidores. Esta máquina ainda não foi superada pelas mais recentes, no que se refere a sua capacidade de vender e convencer. Por isto, nela se concentram investimentos massivos que estão longe de optar pelo seu abandono ou substituição. Este processo vem sendo continuado na TV por assinatura e experimentado, com características similares, pela internet. A TV, portanto, teve que desenvolver parâmetros de sintonização com as culturas pré-existentes, antes de ser a principal entidade produtora da cultura nacional. Absorveu o que existia, devolvendo ao público uma programação compreensível e capaz de atrair o gosto popular, sem se desgastar junto aos interesses políticos e publicitários a que estava e ainda está ligada. Hoje, no mundo da cultura das mídias, ela já pode se autorreproduzir, citando a si próprio repetidamente e de modo incansável. Desenvolveu-se de modo monstruoso e sem muitas possibilidades de autocrítica, devido seu imenso sucesso empresarial e sua forte ligação com inúmeras fontes de poder.’