Wednesday, 08 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Jornalistas protestam após assassinato de repórter

Cerca de 200 jornalistas mexicanos fizeram uma manifestação em Acapulco na semana passada para pedir justiça pelo assassinato de Amado Ramírez, morto a tiros ao sair de seu programa de rádio no dia 6/4. Horas após o protesto, promotores federais anunciaram que haviam detido um suspeito do crime e que uma testemunha o havia identificado como o assassino. Uma pistola do mesmo tipo que a usada no assassinato foi encontrada no carro do suspeito, que foi preso junto com outro homem. A arma passaria por testes balísticos.

Execução

Segundo a polícia, dois homens esperavam por Ramírez em seu carro, na saída da rádio. O jornalista ainda tentou escapar, mas foi atingido perto do Hotel California. No momento, havia muitos turistas no local e participantes da missa de Sexta-Feira Santa na Catedral. Ninguém mais ficou ferido e os assassinos conseguiram fugir. A polícia afirmou ter a descrição de uma testemunha de pelo menos um dos homens.

‘Minha família teve uma perda enorme, assim como os seus colegas repórteres. Eu peço justiça, peço que eles esclareçam isso’, afirmou Juan Dillanes, irmão de Ramírez. O jornalista trabalhava também para a Televisa. Em seu último programa de rádio, ele criticou o governador esquerdista Guerrero Zeferino Torreblanca.

Tráfico

Nos últimos anos, Acapulco tem sido alvo de violência relacionada ao tráfico de drogas, com jornalistas e policiais recebendo ameaças de morte constantemente. Segundo a Sociedade Interamericana de Imprensa, sete jornalistas foram mortos no México desde outubro do ano passado, por ordem de traficantes; outros dois estão desaparecidos e oito afirmaram ter recebido ameaças de morte. Misael Habana de los Santos, que apresentava o programa de rádio junto com Ramírez, conta também ter recebido ameaças. O programa seguinte à morte do jornalista foi cancelado e Santos classificou a decisão da estação de ‘uma forma de censura’.

Organizações de defesa dos direitos da imprensa e familiares exigiram uma investigação sobre o assassinato do repórter. Homicídios no México são geralmente investigados por detetives estaduais, mas a promotoria federal criou, no ano passado, um escritório especial para investigar casos relacionados a jornalistas, depois de uma onda de ataques a repórteres e editores. ‘A morte de Ramirez deve ser levada a sério pelas autoridades. Deve haver um esforço maior para esclarecer as circunstâncias da execução do jornalista. O caso deve ser investigado a nível federal’, pediu a organização Repórteres Sem Fronteiras. Informações de Natalia Parra [Associated Press, 7/4/07] e da AP [11/4/07].