Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

O ideal impossível

[do release da editora]


O massacre é diário e multimidiático. Mas, em vez de espalhar sangue, mexe com a auto-estima e a racionalidade: minuto a minuto, a mídia incute nas mulheres um ideal de beleza inatingível, artificial, mercantilizado. Cada vez mais, meninas e mulheres se submetem a tratamentos diversos para emagrecer, afinar a cintura, alisar os cabelos, perder pneuzinhos. As que não se encaixam no padrão de beleza atual sentem-se excluídas e humilhadas. Em A beleza impossível – Mulher, mídia e consumo, a psicóloga Rachel Moreno faz uma análise antropológica, histórica e política desse comportamento e procura alertar as mulheres – e também maridos, pais, educadores – sobre os riscos dessa ‘ditadura da beleza’.


Até as mulheres mais bem informadas sucumbem aos apelos da Vênus jovem, magra, alta, loira, de olhos azuis e cabelos lisos, e fazem de tudo para alcançar esse objetivo, gastando rios de dinheiro em cremes, xampus, complexos emagrecedores, escovas progressivas e tudo mais que prometa mudar a aparência. Algumas até se deixam levar e comprometem a própria saúde fazendo regimes desumanos e se submetendo a cirurgias que muitas vezes geram resultados nefastos.


Pesquisa internacional promovida por uma multinacional da área de cosméticos mostrou que as brasileiras estão entre as que têm a auto-estima mais baixa – muito provavelmente em conseqüência do modelo de beleza eurocêntrico e inalcançável para a realidade nacional. De acordo com o levantamento, elas se submeteriam a todo tipo de intervenção estética para se sentir belas.


A autora


Rachel Moreno é formada em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Fez especialização em Sexualidade Humana e Dinâmica do Movimento Expressivo no Instituto Sedes Sapientiae, além de ter estudado terapia corporal com J.A. Gaiarsa. Tem pós-graduação em Meio Ambiente pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, trabalha com pesquisa sobre a mulher e atua no movimento feminista, no qual busca inspiração e fontes de (in)formação e ação.