Tuesday, 07 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

O texto e a melodia

[do release da editora]


Alternativa às estruturas amarradas da redação, o Jornalismo Literário não é apenas um meio de exercitar a veia literária em textos jornalísticos. O conceito é muito mais amplo. Ao romper as correntes do lead, mas também potencializar os recursos do jornalismo, ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos e proporcionar visões amplas da realidade, o gênero busca perenidade e profundidade aos relatos. Em um texto delicioso, bem ao gosto do tema retratado, Felipe Pena destaca alguns subgêneros em que se pode exercer o jornalismo literário, como crítica literária, biografia, romance-reportagem, e discute o limite entre ficção e realidade. Para estudantes e jornalistas e também para os demais curiosos que queiram mergulhar na escrita literária de jornais, livros e revistas.


Escrevo porque não sei fazer música. Se soubesse ler partituras e articular notas harmônicas, não me arriscaria nessas linhas tortas e analfabetas. A música é uma forma de comunicação muito mais eficaz e perene. Qualquer canção permanece por mais tempo no imaginário do que o melhor dos textos literários. Mas é preciso ter ouvido sensível e alma dançante.


Como não fui capaz de desenvolver tais habilidades, fiz a faculdade de Jornalismo. Na verdade, queria ser escritor, mas logo descobri que seria emparedado pelas regras de objetividade da imprensa diária.


As páginas a seguir representam uma tentativa de quebrar essas paredes. Mas não se iluda, caro leitor. Dizem que o bom texto segue padrões musicais. Tem ritmo, harmonia e sonoridade. Se você possui essas três qualidades, largue logo este livro e corra para o piano. Não perca tempo com a Literatura. Muito menos com o Jornalismo. Preocupe-se apenas com a melodia.

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Jornalista