Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Um mercado de oportunidades

Como grandes, pequenas e médias empresas se comunicam? Quem são os principais interlocutores e como procurá-los? Como desenvolver uma grande campanha e inovar a imagem de uma companhia tradicional? Qual o papel das novas tecnologias – incluindo as mídias sociais – na comunicação corporativa?

Essas são apenas algumas das várias questões que ouvimos de colegas e estudantes ao longo da nossa carreira. Por isso, pensamos este livro como uma forma de compartilhar parte do conhecimento que acumulamos. É um mercado com grandes oportunidades de desenvolvimento profissional a quem está disposto a encarar desafios e a aprender todos os dias, sejam estudantes de graduação ou pós-graduação, executivos de empresas que tenham afinidade com a área, estudiosos ou profissionais de comunicação corporativa em geral.

Em 11 capítulos, foi desmembrado o que consideramos as principais noções para quem busca um aperfeiçoamento profissional. Começamos o primeiro capítulo com a definição de “comunicação corporativa” como sendo a interação das companhias com seus stakeholders. Essa, aliás, é uma palavra que você vai ouvir muito na sua vida profissional e que define os públicos com os quais é importante que a empresa se relacione para que possa ser percebida de acordo com a sua essência. Trazemos também um texto com uma breve linha do tempo da comunicação para dar uma ideia sobre a evolução da atividade e os acontecimentos que mais a influenciaram. Depois, abordamos a “sustentabilidade”, tema que vai permear todo o seu trabalho. Afinal, qual é o fundador de empresa que não deseja ver o seu negócio perenizado e admirado pela sociedade?

Assessorias de imprensa e relações públicas

E esse é um sonho possível somente às empresas que entenderam que pagar religiosamente impostos e cumprir a legislação tornou-se insuficiente para serem respeitadas e queridas pela sociedade. Precisam ter um comportamento ético, socialmente responsável e adotar políticas de preservação e respeito ao meio ambiente. A comunicação pode ajudar muito no fortalecimento e na divulgação dessa cultura para todos os stakeholders, apoiar o diagnóstico em comunidades, sugerir ações para colocar em prática as políticas definidas pelas empresas, suas fundações ou organizações do terceiro setor que apoiam ou são suas parceiras.

Dicas práticas para elaborar um diagnóstico da comunicação é o conteúdo do terceiro capítulo. No texto, você verá que a busca de informações em todos os meios de comunicação disponíveis, associada à capacidade de análise e formação de cenário, é condição indispensável para construir o cenário da empresa, suas fraquezas e fortalezas.

O plano de comunicação é a etapa seguinte. Sem ele, não dá para trabalhar e fazer a gestão de todas as atividades que estão previstas. Precisa ter começo, meio e fim e estar “casado” com o planejamento estratégico para que os resultados esperados sejam alcançados. Empresas adotam vários modelos para estruturar a sua área de comunicação. Uma grande parte terceiriza o serviço para agências de comunicação, que, no mercado, costumam ser chamadas de PR.

E aqui vale uma explicação: PRsão as iniciais de Public Relations, como as agências de relações públicas são chamadas em países da Europa e nos Estados Unidos, regiões onde o setor mais se desenvolveu. A designação em inglês vem sendo aplicada muito no Brasil à medida que as assessorias de imprensa transformaram-se em empresas de relações públicas. Deixaram de atuar apenas com foco nos jornalistas e passaram a trabalhar com todos os stakeholders importantes para uma empresa e ferramentas disponíveis no mercado.

Como divulgar um balanço financeiro

A web provoca reviravoltas todos os dias no mundo da comunicação. No capítulo “O universo web” falamos especificamente desse assunto. Nosso enfoque é que a oferta de aparelhos e serviços cada vez mais inovadores não dispensou as práticas tradicionais. Saber tudo de web não libera um profissional da exigência de ter texto final, ser muito bem informado e, principalmente, capaz de construir cenários. Tem que ser mais ágil para absorver as novidades e, ao mesmo tempo, contextualizá-las. Só assim é possível exercer o papel de consultor em comunicação.

Pensando nos principais stakeholders de um plano de comunicação, focamos a imprensa. Os jornais e revistas impressos têm um papel inquestionável na construção da imagem e reputação de empresas, marcas e pessoas. Saber relacionar-se bem com a mídia é uma arte. Em momentos de comunicação virtual e instantânea, mais ainda, como enfatizamos no capítulo “Relacionar-se com a imprensa na era da web”.

Como fazer uma boa comunicação financeira? Essa é uma grande preocupação das companhias abertas. Atentas a sua governança corporativa, têm todo o interesse em manter os seus stakeholders, especialmente acionistas, investidores e formadores de opinião do mercado muito bem informados. Quem está crescendo no mundo dos negócios, mesmo que seja de capital fechado, compartilha a preocupação de ser percebido de forma correta pela sociedade. Esse é o conteúdo do capítulo “Comunicação financeira”. O texto contém algumas recomendações básicas sobre como divulgar bem um balanço financeiro.

Contextualizar e projetar cenários

Boa parte dos entrevistados que colaboraram com o conteúdo deste livro citaram a comunicação interna como uma área que ainda precisa de muita atenção dentro das empresas. Durante décadas, a visão que prevalecia era a atenção ao público externo. A informação aos empregados restringia-se basicamente às formalidades trabalhistas. O cenário vem mudando com muita rapidez, especialmente depois que as redes sociais tornaram-se um canal de manifestação importante e acessível à sociedade, como abordamos no capítulo “Comunicação interna”.

Assim como todos os setores da economia, a gestão da comunicação passou a exigir um novo olhar. A informalidade está cedendo espaço aos processos necessários ao seu bom funcionamento e à interação com as outras áreas da empresa, como a jurídica e a financeira. “Disciplina criativa” é o título do penúltimo capítulo, que trata desse tema.

De nada adianta fazer um plano criativo, conseguir uma grande exposição na mídia tradicional e virtual se não houver a mensuração dos resultados. A ausência de modelos eficientes de apuração reforçava a percepção de que comunicação era custo. A situação está mudando com muita rapidez. Empresas estabelecem metas e condicionam os bônus de seus executivos à conquista dos resultados que, claro, tenham a ver com o planejamento estratégico. E esse é o tema do último capítulo deste livro.

Por fim, é sempre bom ter em mente que, em comunicação corporativa, nada está pronto. Cada projeto, por mais convencional que pareça, requer um olhar diferenciado e dirigido. A criação de soluções customizadas – feitas de acordo com o perfil e características de cada empresa – exige o conhecimento profundo sobre o impacto de cada ferramenta que a tecnologia coloca à nossa disposição. Escolher o melhor caminho depende da capacidade de contextualizar e projetar cenários para os negócios e a sustentabilidade das empresas. E de ser humilde para aprender todos os dias.

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Estratégias de Realidade Aumentada

A opinião de jovens profissionais de comunicação corporativa foi uma maneira que encontramos de levar a vocês a percepção sobre como é trabalhar em relacionamento com mídia, comunicação financeira, análise e captura de notícias, espaço web e relacionamento institucional. Os depoimentos resultaram em um vídeo, que pode ser acessado no site http://www.maquina.inf.br.

Ao final do vídeo você poderá brincar com o mundo virtual por meio da Realidade Aumentada. A RA é uma tecnologia de computação gráfica que permite unir imagens do mundo real com o virtual. No exemplo que trazemos na orelha direita deste livro, basta posicionar o símbolo em frente à câmera do seu computador. Na tela, aparecerá um cubo tridimensional que você poderá movimentar à distância. A brincadeira é apenas uma ideia para ilustrar o que destacaremos muito no decorrer do livro: as fronteiras que separavam mundo real e virtual já não existem, e isso amplia oportunidades para criação de soluções para as empresas. A RA é uma tecnologia que começa a ser utilizada em várias áreas da comunicação e do marketing. Em divulgação de produtos, por exemplo, símbolos impressos nas embalagens acionam mensagens virtuais que enriquecem o conteúdo. Em livros, uma imagem impressa pode ganhar outras dimensões e movimentos na tela que interagem com o leitor. A expectativa é que o uso de tablets e celulares inteligentes estimulem a utilização dessa ferramenta. Empresas como Google, Intel, Apple, Nokia, Qualcomm e Samsung estão desenvolvendo estratégias de RA. E, por in crível que pareça, RA não é uma tecnologia tão nova assim. Surgiu em 1990 na Universidade de Columbia, mas sua utilização só se tornou possível com a modernização dos computadores.

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