Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

WAN divulga relatório de 2005

O número de jornalistas assassinados por causa de seu trabalho diminuiu nos últimos seis meses, mas este índice continua alto e preocupante, afirmou a Associação Mundial de Jornais em seu relatório anual sobre liberdade de imprensa, divulgado na semana passada em Copenhague, na Dinamarca [14/11/05]. Vinte e dois jornalistas foram mortos de junho a novembro de 2005, o que eleva o total de mortes para 51. Estima-se que 500 jornalistas tenham sido presos e outras centenas tenham sofrido ameaças e ataques físicos.

Segundo o relatório, a Ásia continua a ser a pior região do mundo para a prática do jornalismo, ‘pelo enorme número de jornalistas perseguidos, pela falta de empresas de mídia independentes, pela repressão governamental à liberdade de imprensa’.

O Iraque continua um lugar perigoso para jornalistas. Oito deles foram assassinados nos últimos seis meses, o que elevou o número total de mortes para 19 apenas este ano. Desde o início da guerra, em março de 2003, mais de 70 jornalistas e profissionais de imprensa foram mortos no Iraque.

A repressão a organizações de mídia independentes continua alta em diversas regiões. Governos de países como Cuba, China, Nepal, Zimbábue e Bielorússia persistem em seus duros ataques à imprensa. A censura silencia os jornalistas de países como Coréia do Norte, Líbia, Turcomenistão e Eritréia.

No continente americano, o último semestre foi marcado por assassinatos de jornalistas no Brasil e no Haiti, o encarceramento de mais dois profissionais em Cuba e a polêmica prisão da repórter do New York Times Judith Miller nos EUA.

O relatório ressalta que jornalistas brasileiros correm grandes riscos em áreas rurais, e destaca o assassinato, em julho, do repórter investigativo José Candido Amorim Pinto, na cidade de Carpina, em Pernambuco. Amorim Pinto foi morto com 20 tiros quando chegava à estação de rádio comunitária Alternativa, onde tinha um programa diário. Mas a Associação lembra também que o país tem feito progresso com relação ao que chama de ‘cultura da impunidade’ com o julgamento dos acusados pelo brutal assassinato do jornalista Tim Lopes, da Rede Globo, em 2002.