Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Lino Rodrigues

E-NOTÍCIAS

ASPAS

FIM DO SUPER 11

"Deutsche negociou com Super11", copyright Valor Econômico, 13/9/00

"O provedor de acesso gratuito Super11.net, que paralisou suas operações na segunda-feira, chegou a negociar, no final de fevereiro, com o Deutsche Bank um aporte de capital em torno de US$ 20 milhões em troca de 30% de seu capital. A informação é de um funcionário graduado da empresa que teve acesso às negociações na época.

A operação com o fundo de investimento do Deutsche acabou não se concretizando em função de algumas exigências dos alemães, entre elas a profissionalização da gestão administrativa e financeira do provedor brasileiro. Segundo informações dos funcionários, o negócio representaria o afastamento de Nagib Mimassi, principal acionista, com 40% do capital, da presidência do Super11.

Mark Abrams, diretor da área de invetimentos do Deutsche, confirmou ao valor a negociação, mas salientou que não foram discutidos valores. ‘Chegamos a avaliar o plano de negócios do Super11’. Segundo o executivo, a decisão de não colocar dinheiro no provedor ocorreu em função de uma análise do mercado de internet grátis na América Latina. Abrams disse ainda que não houve nenhuma exigência em relação à saída de Mimassi do principal cargo da empresa. ‘Não chegamos a esse ponto. Queríamos ter os direitos normais de um investidor’.

A dívida acumulada somente com as operadoras, ainda segundo funcionários do provedor, chega a US$ 9 milhões. Ainda não se sabe o montante do que não foi recolhido para o INSS e o Imposto de Renda.

Ao contrário da segunda-feira, ontem os funcionários foram autorizados a entrar no prédio para copiar arquivos pessoais e retirar pertences. O clima era de indignação com a forma como estão sendo tratados. De acordo com eles, a empresa chegou a essa situação pela inabilidade de Mimassi em negociar um aporte de recursos. O Super11 também negociou com StarMedia, Globo.com e Europ@web. A maioria dos empregados deve entrar com ações na Justiça. Ontem, circulava também uma lista para saber quem aceitaria receber equipamentos em troca de parte do salário atrasado."

EDITORAS INDEPENDENTES

"Internet revigora mercado de editoras independentes", copyright Valor / Wired, 13/9/00

"A Booksense.com, central de livrarias independentes na web, registra que até 1º de outubro mais de 200 lojas estarão on-line oferecendo um conteúdo exclusivo, uma base de dados compartilhada com mais de 1 milhão de títulos e capacidade de receber encomendas 24 horas por dia, sete dias por semana.

‘Esta é uma boa notícia para os consumidores que preferem comprar livros das pessoas que os lêem’, disse Len Vlahos, diretor da Booksense.com.

Segundo vários independentes que tiveram seus próprios sites funcionando por um ano ou mais, números recentes indicam que os pedidos on-line respondem agora por 2% a 10% das vendas totais.

‘Estamos afugentando o êxodo’, disse Ed Morrow, da Northshire Books, referindo-se a relatórios de 1998-1999 de que as superlojas on-line estavam tomando 5% por cento das vendas dos independentes.

‘Na verdade, estamos assistindo a uma tendência inversa – os refugiados dessas grandes lojas on-line estão nos mandando e- mails ou efetivamente entrando na loja e nos dizendo que estão de volta’, disse Morrow.

Steven Brill, chairman e CEO da Contentville.com, sente que os independentes são as melhores pessoas do mundo para se conversar sobre livros. Com efeito, seu site apresenta conteúdo regularmente – incluindo resenhas e relatórios – escolhido de donos e gerentes de mais de 20 livrarias independentes.

‘Só por causa da web, alguém que conhece e ama os livros pode, como Roxanne Coady da R. J. Julia, atender seus próprios clientes em Connecticut bem como espalhar sua opinião editorial para o Texas ou Londres’, disse Brill. ‘Como todo mundo, nós todos respondemos a este tipo de conteúdo personalizado porque todos temos gostos diferentes.’

E gostos e opiniões variados e divergentes são exatamente o que os independentes oferecem.

Kip Jacobson, da Brookline Booksmith de Boston disse que eles têm visto apreciadores se conectarem à noite, encomendarem um livro e virem à loja no dia seguinte pegá-lo.

‘Nossos clientes gostam da conveniência combinada de encomendarem on-line com a interação humana na loja’, diz o executivo."

E-BOOK

"O imperdível e-book de Lapouge, no Estadão", copyright Guia da Imprensa, 8/9/00

"O escritor e jornalista Gilles Lapouge, correspondente do jornal O Estado de S Paulo na França, é o autor do imperdível livro eletrônico L´Amazonie, publicado pela Agência Estado. O ebook, disponível em versões HTML ou Adobe Acrobat para download gratuito, é de uma beleza tocante. O texto de Lapouge, impecável, remete o leitor a uma viagem por meio do olhar de um arguto observador da Amazônia –um olhar sob o qual os detalhes ganham mais força que os grandes cenários monótonos da selva, montando peça a peça o desenho intrincado de uma região que, diz ele, ‘abriga dezenas, centenas de Amazônias’.

Com fotos de Helcio Nagamine e tradução de Laura Machado Coelho, o ebook é resultado da compilação de textos de Lapouge destinados a uma série de 12 matérias especiais que, na verdade, jamais foram publicadas. O escritor passou um mês na região, em 97, conhecendo pessoas, perambulando por estradas que não levam a lugar algum e respirando o sufocante ar das queimadas que então se abatiam em milhares de focos na floresta.

Entre as versões disponíveis, a sugestão do Guia é que o leitor faça o download da gravada em formato Acrobat PDF. O endereço para baixá-la é
<http://www.estadao.com.br/ext/magazine/maga17/lapouga.frm>"

NOVA MÍDIA vs. VELHA MÍDIA

"A web roubando espaço de TV e jornal?", copyright Guia da Imprensa, 13/9/00

"Uma pesquisa publicada esta semana pela AdLink Internet Media, da Alemanha, mostra que a Internet vem ganhando terreno frente a mídias tradicionais na Europa. O estudo, que pesquisou hábitos de consumidores na França, Suíça, Alemanha e Inglaterra, revela que 59% dos franceses entrevistados disse estar gastando menos tempo assistindo televisão desde que começaram a navegar na rede. Os ingleses e alemães, com respectivamente 51% e 52%, também reduziram o tempo à frente dos televisores.

A leitura de jornais também teria sido afetada negativamente: 29% dos pesquisados alega estar lendo menos jornais em função do uso da Internet para se informar.

Segundo a AdLink, o resultado do painel – realizado com 1,3 mil pessoas – é um alerta para o mercado publicitário, que continua colocando o grosso de suas verbas e energia criativa nas mídias convencionais.

A pesquisa mostrou ainda que as pessoas dizem não ter tido sua vida cotidiana afetada pela Internet, embora o tempo dedicado a assistir televisão e ler jornais tenha sido resumido.

Outro dado que bate com recentes pesquisas norte-americanas mostra que há uma clara tendência à concentração do interesse dos internautas em poucos sites, o que coloca sérios problemas para novos players do mercado digital. Em outras palavras, dois terços dos entrevistados tende a usar sempre os mesmos – e poucos – sites ao entrar na rede. Em números redondos, 70% dos netzens europeus teriam em suas máquinas bookmarks de menos de 20 sites.

Mas a indicação de que a Internet está roubando espaço das mídias convencionais deve ser olhada com cautela: uma série de pesquisas de fontes tão confiáveis quanto a AdLink vem mostrando que muitos netzens acabam consumindo no médio prazo mais jornais e revistas em função do interesse despertado por matérias lidas em mídias online.

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