Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

RSF condena prisão de jornalista independente

A ONG Repórteres Sem Fronteiras [18/9/06] condenou a detenção de Ahmed Rodríguez Albacia, membro da agência de notícias independente Jóvenes sin Censura, por agentes de segurança estatais no dia 15/9 em Havana. ‘A detenção de Rodríguez aumenta a possibilidade de novas prisões sem julgamento, como a de Oscar Mario González Pérez e a de Roberto de Jésus Guerra Pérez, em julho de 2005, e a de Armando Betancourt, em maio de 2006’, observou a RSF. ‘Rodríguez e sua família têm sido alvos de constantes ameaças nas últimas semanas e pedimos sua libertação imediata’.


Rodríguez foi preso depois de ter ido, por vontade própria, à delegacia na região central de Havana, onde mora. A prisão foi feita por dois oficiais da polícia política que o seguiram até o local. Sua mãe, Margarita Albacia, afirmou que o delegado não permitiu que ela visse seu filho e lhe informou que ele estava sendo interrogado e que seria solto em poucos dias. Na véspera da prisão, Rodríguez havia informado à Federação Cubana de Direitos Humanos (FCDH) que membros dos comitês da Defesa da Revolução Cubana e da segurança estatal Brigadas de Resposta Rápida haviam vigiado sua casa e o ameaçado. No dia 4/8, Rodríguez e sua família já tinham sido alvo de uma operação similar, organizada pela segurança estatal, pela Federação de Mulheres Cubanas e pelo Partido Comunista de Cuba. Na ocasião, 60 pessoas bloquearam a entrada de sua casa e o alertaram que encontros ‘contra-revolucionários’ não poderiam mais ser realizados em sua residência.


Repressão


A agência Jóvenes sin Censura tem sido alvo de constantes ameaças desde sua criação por um grupo de jovens jornalistas, em setembro de 2005. Dois funcionários de segurança estatal ordenaram em dezembro do ano passado que a presidente da agência, Liannis Merino Aguilera, colocasse fim às atividades jornalísticas. O regime não diminuiu a pressão sob a imprensa independente e jornalistas estrangeiros desde a hospitalização do presidente Fidel Castro e a transferência temporária de poder para seu irmão Raúl, no dia 31/7.


A ONG observou que Cuba assumiu a presidência do Movimento dos Países Não-Alinhados no fim da cúpula da organização, no dia 16/9, e, desta forma, deveria ter assumido também a responsabilidade de garantir o respeito às liberdades civis e direitos humanos nos países-membros. Alguns jornalistas dos países-membros do Movimento dos Países Não-Alinhados que iriam cobrir a cúpula tiveram seus vistos negados para entrar no país.