Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

UOL adere a campanha contra pornografia infantil depois de veicular novela pedófila durante um ano

Mauro Malin

 

E

m sua edição de 20 de fevereiro deste ano, o O.I. denunciou: “Universo Online veicula novela pedófila” (ver remissão abaixo). Uma troca de mensagens com os responsáveis pelo UOL havia conseguido pequeno gesto: a retirada de fotografias de garotos adolescentes que ilustravam uma novela em que o protagonista era “fascinado por menores”. Título: “Abuso Sexual”.

O abuso continuou, sem fotos, pelos meses afora. O UOL é uma empresa em que se associaram o Grupo Folha e a Editora Abril, ambos com atividades na área educacional, dirigidas a crianças. Displicentemente, os responsáveis pelo site colocaram apenas um aviso aos pais a respeito do conteúdo impróprio ali veiculado. Nada que impedisse uma criança de, com dois cliques a partir da página principal chamada “Novelas”, chegar à fotografia de um indivíduo em estado de ereção, como se dizia no tempo de Carlos Zéfiro. E outras coisas mais.

Assim se passaram os meses.

Em 18 de novembro, o site do UOL aderiu à campanha da Abranet contra pornografia infantil. Com o seguinte aviso: “o internauta que visita o UOL pode usar um formulário on line para denunciar, anonimamente, sites que explorem sexualmente crianças e adolescentes, clicando o selo da campanha na estação bate-papo ou indo direto à página

destinada às denúncias”. E dava um endereço eletrônico.

O OBSERVATÓRIO denunciou o próprio site do UOL e não obteve resposta.

Em seguida, o redator chefe do O.I., que assina esta nota, encaminhou o assunto, por correio eletrônico, para promotores paulistas e procuradores da República em São Paulo.

Enquanto se examinavam possibilidades de ação judicial contra o site esquizofrênico, houve um recuo do UOL, que retirou de suas páginas a novela pedófila “Abuso Sexual” e criou mecanismos de segurança para o acesso às páginas “eróticas” ou “pornográficas”, como prefira o freguês.

A Casas Pernambucanas, advertida de que havia um anúncio da empresa na página das “Novelas” do UOL, promoveu sua retirada.

O assunto não morre aí.

É preciso discutir se o conteúdo atual do site do UOL é compatível com as pretensões educacionais das duas empresas jornalísticas nele associadas.

É preciso discutir por que esses fenômenos (e outros, do mesmo gênero) ocorrem.

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