Ao menos 121 jornalistas foram assassinados em 2012, segundo levantamento divulgado ontem pela Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês).
O número subiu 13% em relação a 2011, que teve 107 mortes. Parte do aumento se deve à violência na Síria.
“É um número terrível, que demonstra como o exercício do jornalismo ainda é uma atividade de risco em muitos países”, disse à Folha o presidente da IFJ, Jim Boumelha.
A Síria foi o país mais perigoso para se trabalhar em 2012. Ao todo, 35 profissionais morreram na cobertura do conflito nesse país.
A lista inclui jornalistas sírios e enviados especiais como a repórter inglesa Marie Colvin, do jornal Sunday Times, e a fotógrafa japonesa Mika Yamamoto, de uma agência de notícias.
Mais mortes
Em segundo lugar no ranking está a Somália, com 18 mortes, seguida por México e Paquistão, com dez cada um. O Brasil ficou em quinto, com seis mortos no exercício da profissão ou em retaliação por reportagens. Todos trabalhavam em sites ou veículos de expressão regional.
O último caso, em novembro, foi o de Eduardo Carvalho do site Última Hora News, de Campo Grande. Ele fazia reportagens policiais.
Também foram registradas as mortes de Valério Luiz, da rádio Jornal 820; Décio Sá, do Blog do Décio; Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, do Jornal da Praça; Mário Randolfo Marques Lopes, do Vassouras na Net; e Laécio de Souza, da Sucesso FM.
O relatório ainda cita 30 mortes acidentais, com duas vítimas brasileiras: Enildo Paulo Pereira e Ezequiel Barbosa, da TV Bandeirantes.
***
[Bernardo Mello Franco, da Folha de S.Paulo, em Londres]