Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Mistério sobre morte de radialista chega ao fim

A Polícia Civil apresentou no dia 23 de julho os responsáveis pela da morte do radialista Rodrigo Neto. Alessandro Neves Augusto, conhecido com Pitote, e Lúcio Leal Lira, vão responder pelo assassinato do radialista e, no caso de Pitote, também pelo assassinato do fotógrado Walgney Carvalho.

A relação entre os casos foi comprovada por provas como o exame de balística, que atestou que a arma utilizada nos dois crimes foi a mesma. Além disso, a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos foi a chave para a elucidação do caso.

O delegado Emerson Morais informou que foi feita uma investigação minuciosa sobre a vida de Rodrigo Neto para conseguir a identificação dos possíveis autores. “Investigamos a vida financeira, amorosa e profissional”, colocou.

A força tarefa montada pela Polícia Civil também concluiu nove dos 14 casos de homicídios ocorridos no Vale do Aço.

Comunicado oficial do Comitê Rodrigo Neto

O anúncio da apresentação dos responsáveis pelas mortes de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho traz dois sentimentos aos membros do Comitê Rodrigo Neto e demais jornalistas da região. O primeiro, evidentemente, de alívio, ao constatar que finalmente temos esperança de que justiça possa ser feita. Ao indiciar inúmeros policiais por crimes que aconteceram há anos, a Polícia Civil – por meio do comprometido trabalho realizado pela Força-Tarefa descolada de Belo Horizonte a Ipatinga para apuração dos casos envolvendo integrantes da corporação e da Polícia Militar – dá mostras claras de sua competência para elucidar crimes.

Por outro lado, a constatação pela própria polícia do que todos nós já denunciamos – especialmente o jornalista Rodrigo Neto – de que agentes de segurança foram responsáveis por tantos homicídios, até então impunes, também traz preocupação e revolta, em função da omissão de anos que custou a vida de tantas pessoas, entre elas dois repórteres, já que os assassinos sempre agiram sob a certeza da impunidade.

O Comitê Rodrigo Neto agradece, na pessoa do delegado Emerson Moraes, o trabalho realizado pela equipe da DHPP e aguarda ansiosamente a conclusão dos inquéritos, com a consequente completa elucidação, bem como o esclarecimento sobre a motivação e eventuais mandantes da morte do jornalista Rodrigo Neto.

Nossas próximas ações serão direcionadas para cobrar apuração das responsabilidades dos respectivos comandos das polícias, no âmbito regional, à época dos fatos. Afinal, as situações apontadas pela Força-Tarefa são gravíssimas – como menores assassinados após sair das dependências de uma delegacia, onde estavam custodiados, ou um falso policial com mandado de prisão em aberto circulando dentro de viaturas e de delegacias sob a conivência de políciais, entre eles a própria chefia.

Na oportunidade, o Comitê Rodrigo Neto manifesta a confiança no senhor Governador do Estado de Minas Gerais, Antônio Anastasia, que empenhou sua palavra na solução do caos instalado na área da segurança pública no Vale do Aço. Pela conduta demonstrada até então, acreditamos que Sua Excelência levará as investigações até as últimas consequências, ainda que seja necessário responsabilizar agentes públicos das esferas de comando das respectivas corporações.

Confiamos também na seriedade e celeridade do trabalho do Ministério Público e do Poder Judiciário para que o sistema penal funcione eficazmente e os culpados sejam denunciados, julgados e condenados, para trazer um pouco de alívio às famílias das vítimas de tantas atrocidades, e que consequente seja retomada a paz social e a confiança da sociedade no Estado de Minas Gerais. [Fonte: Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais]