Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Dia marcado por violações ao direito de informar

Repórteres sem Fronteiras condena as agressões e ameaças sofridas pelos jornalistas, no decorrer das manifestações ocorridas na ocasião do dia da Independência, no dia 7 de setembro de 2013. Estes ataques foram de manifestantes e de agentes da ordem. O governo do Distrito Federal (DF) já solicitou uma comissão de investigação, em razão destes incidentes.

“A Polícia Militar já assumiu a responsabilidade de graves ataques a integridade física de jornalistas, nas manifestações anteriores da ‘Primavera Brasileira‘ como na visita pontifical. Estes comportamentos se repetirão, se eles não forem sancionados, vale o mesmo para os manifestantes violentos “, declara Repórteres sem Fronteiras.

“Nós não ignoramos a necessidade de um debate racional sobre os desequilíbrios do espaço da mídia no Brasil que denuncia grande parte dos cidadãos. Entretanto, estas questões não deixam toleráveis as agressões contra os jornalistas enviados para cobrir as manifestações. A crítica das mídias não legitima, em caso algum, a violência”, acrescenta a organização.

“Fatos pontuais e ínfimos serão apurados. Mas nenhum desses fatos tira o brilho, a galhardia da segurança pública, que possibilitou que os eventos de hoje ocorressem na mais perfeita ordem”, relatou na mídia o comandante geral da polícia militar do DF, Jooziel de Melo. Portanto, em Brasília, alguns jornalistas foram alvos de tiros de gás lacrimogênio no momento da dispersão da multidão, em frente a sucursal da rede Globo. Os jornalistas que filmavam a cena, também foram agredidos pela hostilidade dos manifestantes.

Policiais militares soltaram os cães num grupo de manifestantes e nos jornalistas presentes, sendo que estes se deslocavam em direção ao Estádio nacional. O fotógrafo da agência Reuters Ueslei Marcelino machucou o joelho, enquanto tentava deixar o local. Um outro fotojornalista, Fábio Braga, do cotidiano Folha de S. Paulo, foi atacado pelos cães, mas sem ferimentos graves. A polícia militar visou intencionalmente o tiro de gás lacrimogêneo nos jornalistas, identificados tais, como a fotógrafa da Folha Marlene Bergamo, e o repórter da Agência Brasil Luciano Nascimento.

No Rio de Janeiro, os manifestantes agrediram uma equipe de reportagem da TV Globo. O fotógrafo Marcos de Paula, do jornal O Estado de S.Paulo, foi atingido por uma bomba de gás lacrimogênio. Em São Paulo, o tiro de um policial feriu de leve o fotojornalista Tércio Teixeira. Enfim, em Manaus, uma pessoa não identificada foi detida por ter agredido dois jornalistas durante os protestos.

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