Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Egito decide processar 20 jornalistas da Al Jazira

A Promotoria do Egito anunciou ontem [quarta-feira, 29/1] que acusou formalmente 20 jornalistas da sucursal da rede de televisão Al Jazira – 16 egípcios e quatro estrangeiros.

De acordo com o governo, os estrangeiros (um australiano, dois britânicos e uma holandesa) divulgaram “mentiras” que prejudicaram os interesses estatais, além de ter provido dinheiro e equipamento para os 16 egípcios – por sua vez, acusados de pertencer a uma “organização terrorista”.

O canal, com sede no Qatar, já havia divulgado a detenção de três de seus jornalistas, incluindo o australiano Peter Greste, mas não está claro quem são os dois britânicos e a holandesa citados pela Promotoria.

Escritório no Cairo está fechado desde golpe militar

Foi noticiado ontem [29/1], também, que o apelo de Greste, detido desde 29 de dezembro no país, foi negado por uma Corte egípcia.

Há, ainda, outros repórteres da rede Al Jazira mantidos presos, alguns há cinco meses. O canal nega todas as acusações.

Os 20 acusados são descritos, nos papéis da Promotoria, como a “Célula Marriott”, em referência ao hotel em que se hospedavam no Egito e de onde supostamente organizavam um centro de mídia para manipular dados.

Não está claro qual seria a entidade terrorista, mas o governo considerou recentemente como tal a Irmandade Muçulmana, que até julho de 2013 ocupava a Presidência.

O escritório da Al Jazira no Cairo está fechado desde 3 de julho, data do golpe militar que derrubou o presidente Mohammed Mursi, ligado à Irmandade.

O Qatar foi um importante financiador do governo egípcio na época de Mursi, o que lhe valeu a inimizade da cúpula militar, hoje por trás do governo interino.

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