Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

NSA pode interceptar todas as conversas telefônicas de um país alvo de espionagem

Um dos mais poderosos programas da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), revelado nesta terça-feira pelo jornal americano “Washigton Post”, o “Mystic” tem a capacidade técnica de captar todos os registos telefônicos de um país, conseguindo decifrar as conversas até um mês depois da sua data. Com base em documentos revelados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, o jornal americano mostrou que a NSA lançou, em 2009, um programa que atingiu a plena capacidade em 2011 contra um país-alvo.

Documentos apontaram operações similares em outros países. Mas a pedido de autoridades americanas, o jornal não divulgou detalhes que possam identificar os países que foram alvo da espionagem.

Uma das utilidades do “Mystic” é a sua funcionalidade como uma espécie de máquina do tempo, que permite “recuperar os registos que não parecem valer a pena no momento da chamada original”, explicam os documentos oficiais. Todo mês, bilhões de gravações são deletadas e substituídas por novas captações de áudio. Os analistas escutam apenas 1% das chamadas interceptadas, mas enviam milhões de registros de áudios para serem armazenados por mais tempo pela agência. O restante é deletado de forma definitiva.

Seis ameaças específicas

A agência não quis comentar “atividades específicas de inteligência”. A porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden, afirmou que “novas ameaças costumam se esconder no amplo e complexo sistema de comunicações global, e os Estados Unidos devem coletar sinais para identificar essas ameaças”.

A revelação é mais uma a contrariar a declaração do presidente Barack Obama de que os EUA “não estão espionando pessoas comuns que não ameacem nossa segurança nacional”.

Numa revisão das práticas de inteligência americanas motivadas pelos documentos divulgados por Snowden, Obama determinou que a interceptação de telefonemas em massa só pode ser usada para adquirir informações sobre suspeitos de seis ameaças específicas, que incluem proliferação nuclear e terrorismo.