Thursday, 18 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Ex-editor é condenado a 18 meses de prisão

Andy Coulson, ex-assessor do primeiro-ministro britânico David Cameron, foi condenado nesta sexta-feira [4/7] a 18 meses de prisão pelo escândalo de escutas ilegais que provocou o fim do tabloide News of the World. Coulson, ex-chefe de redação do jornal que pertencia ao magnata Rupert Murdoch, foi declarado culpado no fim de junho, após um julgamento de oito meses em um tribunal de Londres. Ele será levado à prisão HM Belmarsh, perto de Woolwich, e depois deverá ser transferido para presídio de regime semiaberto.

Outros dois ex-funcionários do News of the World, o ex-chefe de redação Greg Miskiw e o repórter Neville Thurlbeck, foram condenados a seis meses de prisão cada. O jornalista James Weatherup e o detetive particular Glenn Mulcaire foram condenados a seis meses de prisão, mas com suspensão condicional da pena. Os quatro se declararam culpados de espionagem telefônica.

Cameron se viu obrigado na semana passada a pedir desculpas por ter empregado Coulson, que foi seu diretor de comunicação entre 2007 e 2011. O líder da oposição Ed Miliband criticou o premier por trazer um “criminoso para o coração do governo”.

Coulson, de 46 anos, poderia enfrentar uma pena máxima de dois anos, mas o juiz disse que ele tinha levado em consideração seu bom caráter. O acusado não mostrou nenhuma reação quando a sentença foi lida em um tribunal lotado em Londres. “Coulson no veredicto do júri tem que levar a maior culpa pelas escutas telefônicas no News of the World”, afirmou o juiz John Saunders. “Ele sabia sobre isso e incentivou quando deveria ter parado.”

A condenação vem exatamente três anos após o jornal britânico The Guardian revelar que funcionários do News of the World tinham invadido o correio de voz da estudante assassinada Milly Dowler.

O caso provocou indignação generalizada em todo o país, o que forçou Murdoch a fechar o tabloide de 168 anos apenas alguns dias depois. Verificou-se que o jornal, para obter furos de reportagem, acessou mensagens de inúmeros alvos – de estrelas de cinema a vítimas da criminalidade e ministros do governo [com agências internacionais].