Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

SIP condena assassinato de jornalista paraguaio

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) abriu sua reunião anual nesta sexta-feira com uma forte condenação ao assassinato do jornalista paraguaio Pablo Medina e exigiu que as autoridades iniciassem uma investigação rápida e completa para determinar os motivos de sua morte e punir os responsáveis.

O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação, Claudio Paolillo, expressou “a mais enérgica condenação da organização por este crime que enluta o início das nossas deliberações que justamente têm como propósito revisar como se exerce a liberdade de imprensa e o ofício jornalístico em nossos países”.

Medina, de 53 anos, foi correspondente do jornal paraguaio ABC Color em Curuguaty, a nordeste de Assunção, e voltou na quinta-feira de uma cobertura, quando foi atacado por dois homens que atiraram nele várias vezes. Ele morreu na hora, assim como sua assistente, Antonia Almada, 19.

O irmão de Medina, Salvador, um jornalista de rádio comunitária e que denunciava o contrabando de madeira foi morto no dia 5 de janeiro de 2001.

O jornalista assassinado na quinta-feira tinha recebido ameaças por suas reportagens jornalísticas de tráfico de drogas, corrupção, desmatamento e tráfico de madeira.

Paolillo, diretor do semanal uruguaio “Búsqueda”, disse que “o assassinato de Medina e outros 10 jornalistas nas Américas desde abril do ano passado nos lembra da importância de aumentar as nossas vozes para exigir justiça para os crimes e exigir garantias para a segurança e proteção dos jornalistas”.

Este ano, no Paraguai, três jornalistas foram mortos, incluindo Medina; três em Honduras, dois no México, um na Colômbia, um em El Salvador e uma no Peru.

– Esta situação de violência destaca a necessidade urgente de investigações aprofundadas para identificar os motivos do crime para punir os responsáveis ??materiais e intelectuais – disse Paolillo.

A SIP também alegou que foi sequestrada na quinta-feira em Reinosa no estado mexicano de Tamaulipas, a ciberativista María del Rosario Fuentes Rubio, que “teria sido morta por membros do crime organizado”.

A SIP tem como objetivo defender e promover a liberdade de expressão nas Américas e é composta de 1.300 publicações do hemisfério ocidental.

O programa da sessão anual inclui uma análise do estado atual da liberdade de imprensa na região e da gestão moderna de mídia e empresas jornalísticas, um debate sobre projetos editoriais e a geração de novos públicos e das últimas tendências em publicidade.