Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Segurança para os jornalistas

O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro registrou, em nota oficial emitida no dia 10 de fevereiro, a passagem de um ano da morte do repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade como marco das frágeis condições de trabalho às quais estão submetidos os jornalistas brasileiros. A entidade solidarizou-se com os familiares do profissional e destacou que a luta por melhores condições de trabalho e segurança está diretamente ligada ao exercício profissional do jornalismo.

No documento a entidade resgata que Santiago foi enviado pela TV Bandeirantes para registrar a repressão policial a um protesto contra o reajuste das passagens de ônibus no Rio de Janeiro sem qualquer equipamento de proteção, equipe de apoio e dirigindo o carro da empresa. O jornalista foi atingido por um rojão e faleceu após ficar três dias internado. Os manifestantes responsáveis pelo disparo do rojão estão presos e aguardam julgamento, mas a empresa não foi responsabilizada pela Justiça “ e segue impunemente enviando profissionais às ruas sem proteção, equipe e treinamento adequados”, diz o texto.

O caso foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho e, a partir do inquérito aberto, as empresas jornalísticas foram notificadas de 16 recomendações de segurança. Entre elas, a adoção de equipamentos de segurança, o trabalho sempre em equipe, a assistência jurídica para o registro das ocorrências e o respeito à Cláusula de Consciência do Código de Ética dos Jornalistas, que prevê ao profissional o direito de se negar a cumprir tarefas que lhe exponham.

A nota critica também o Estado por não ter avançado numa política de segurança pública em defesa da vida e dos direitos da população, entre os quais as liberdades de expressão e de imprensa. Resgata reivindicações que a categoria destaca nacionalmente, como a criação de um Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas no âmbito da pasta de Direitos Humanos, assim como o cessar da violência policial contra jornalistas e sustenta que a luta por melhores condições de trabalho e segurança está diretamente ligada ao exercício profissional do jornalismo, “que é de vital importância para a garantia da democracia, da liberdade e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”.