Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Ausência de sexo afugenta telespectadores indianos

A versão indiana do reality show Big Brother – chamado no país de Big Boss – tem fofocas, romance e drama, mas não é sucesso de audiência no horário nobre da TV. O programa estreou este mês com 13 participantes que disputam o prêmio de US$ 11,200, mas com menos escândalos e cenas picantes do que as versões de outros países. ‘Vamos respeitar a privacidade dos participantes no banheiro. Não vamos mostrar nada explícito ou sexual’, afirmou Rajesh Kamat, diretor da Endemol India, produtora do programa.

Na Índia, atos homossexuais são ilegais, e intimidade sexual, como beijo, nunca é mostrada na TV. Um dos participantes, Bobby Darling, é homossexual e confessou que precisa do dinheiro do prêmio para uma cirurgia de mudança de sexo. Coincidentemente, foi o primeiro a receber dos telespectadores o voto para sair da casa.

Baixo índice

O primeiro episódio foi assistido por menos de 3% dos telespectadores de língua hindi dos quase 62 milhões de lares indianos com TV a cabo. ‘Estes índices são muito baixos, especialmente para um programa novo que normalmente tem muito mais telespectadores’, avalia Ashutosh Bhagat, da agência de mídia Mindshare India. Mesmo assim, o reality show é visto como uma boa opção para os anunciantes de produtos eletrônicos e cosméticos, que querem atingir mais da metade da população de 1,1 bilhão abaixo de 25 anos, afirma Praveen Tripathi, executivo-chefe da agência de consultoria Hansa Consulting.

O Big Boss é o primeiro reality realizado na Índia. Até agora, o gênero havia ficado restrito a versões locais de jogos, como Show do Milhão, ou de calouros, como American Idol. Nos anos 90, foi ao ar o programa americano llha da Tentação, no qual casais compromissados eram separados e ficavam em uma ilha com pessoas do sexo oposto, para terem sua relação testada. Como o reality show era em inglês, não foi muito assistido nem comentado pela população indiana. Informações de Parul Gupta [AFP, 23/11/06].