Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Bando invade jornal e tenta incendiar gráfica

A gráfica do jornal Correio Mariliense, em Marília (435 quilômetros de São Paulo), foi arrombada e quase teve o prédio incendiado no fim da tarde de anteontem [1/11]. Os invasores retiraram do local um computador, ferramentas e uma lata de graxa, avariaram a instalação elétrica e colocaram fogo em rolos de papel distribuídos em cinco pontos diferentes.

A ação foi descoberta às 20h45 pelo funcionário Michel Gomes que, ao chegar ao prédio para trabalhar, encontrou a porta semiaberta e fogo em um dos rolos de papel. Dos dois computadores existentes na gráfica, os ladrões levaram o de maior capacidade, utilizado na pré-impressão do jornal. Essa escolha pelo equipamento de uso específico intriga os funcionários, principalmente porque outros equipamentos, inclusive impressoras, continuaram no local. Peritos coletaram material e provas do crime e devem apresentar um laudo em até 30 dias. Por enquanto, a polícia não tem suspeitos.

O diretor do jornal, Flávio Alpino, estima em R$ 50 mil os prejuízos e, pelo menos até agora, não arrisca uma motivação para o crime. ‘Não sei se foi roubo, se foi atentado, se queriam nos prejudicar ou apenas eram `nóias´ invadindo e roubando mais um prédio comercial da cidade, mas acreditamos que a Polícia Civil vá elucidar mais este crime em Marília’, afirmou.

O Correio Mariliense circula desde setembro de 2007. Começou como semanário e, desde janeiro do ano passado, é diário. Pertence ao mesmo grupo que opera a TV Marília, distribuidora de TV a cabo, e adota o slogan de independência em relação aos grupos políticos da região.

Antecedentes mais claros

Não é a primeira vez que a imprensa de Marília vira notícia por crimes contra empresas de comunicação. Em 2005, houve um atentado contra a sede da Central Marília Notícias, que edita o jornal Diário de Marília e opera as rádios Dirceu AM e Diário FM.

O prédio da empresa foi invadido e incendiado por correligionários do ex-prefeito e hoje deputado Abelardo Camarinha (PSB-SP) em represália a reportagens críticas feitas pelos veículos. Vários dos envolvidos foram presos, julgados e condenados.

Para a polícia, as motivações políticas do crime cometido em 2005 eram mais claras que no de anteontem, embora essa hipótese também seja considerada.