Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Emissoras pequenas podem desaparecer

As rádios comerciais menores e as rádios comunitárias podem ser prejudicadas com a migração da transmissão do sistema analógico para o digital, avalia o coordenador Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Celso Schroder.

‘O padrão americano tem elementos prejudiciais para as pequenas rádios, que é o custo elevado. Inviabiliza não somente as rádios comunitárias, mas boa parte das rádios comerciais do país’, diz.

Segundo estimativas do presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Pimentel Slaviero, cada rádio terá que desembolsar de US$ 80 mil a US$ 125 mil em equipamentos para operar na nova tecnologia.

Para financiar a migração das rádios para o digital, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, já anunciou que a intenção é seguir o modelo adotado para o caso da TV. ‘Temos a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), junto com o banco de desenvolvimento do Japão, e agora queremos que esse mesmo procedimento seja cumprido também para o rádio digital’.

Segundo Schroder, ‘o padrão da TV digital ocorreu para atender os interesses da radiodifusão, que era ocupar a banda toda para impedir a entrada de novos atores. Me parece que [a digitalização do] rádio, de alguma maneira, também se dá sob essa égide. Ou seja, os radiodifusores estão escolhendo o padrão americano porque, de alguma maneira, também realiza essa garantia’.

Seis meses

Daniel Slaviero ressalta que ‘se não acertarmos, teremos um custo altíssimo do ponto de vista da democratização da comunicação. Estaremos incapacitando o país de agregar uma tecnologia fundamental’.

A opinião do coordenador do FNDC é diametralmente oposta: ‘Se o erro for consolidado, teremos um problema futuro bastante grande, pela radicalização da concentração da informação em um segmento da sociedade que não a representa como um todo’.

Portaria publicada no Diário Oficial da União em 14 de março estabeleceu um prazo de seis meses [até 14 de setembro] para que o conselho consultivo apresente ao ministério o relatório final, com a decisão sobre o modelo a ser adotado no país.

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Repórter da Agência Brasil