Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Europeus pedem proteção para correspondentes

Cinco nações européias pediram, na semana passada, que o Conselho de Segurança da ONU adote uma resolução que ajude na proteção de jornalistas em zonas de guerra. ‘É muito importante que jornalistas possam fazer seu trabalho de maneira independente e livre e que não sejam alvos de ataques’, afirmou o embaixador francês nas Nações Unidas, Jean-Marc de la Sabliere, após apresentar a resolução em nome da França, Grã-Bretanha, Dinamarca, Grécia e Eslováquia. Ele disse esperar que o Conselho, formado por representantes de 15 países, aprove rapidamente o texto.

As medidas condenariam todos os ataques voltados a jornalistas, profissionais de mídia e pessoas ligadas à cobertura de conflitos armados. Elas estimulariam governos ‘e todas as outras partes em um conflito’ a fazer tudo o que podem para prevenir crimes contra jornalistas, investigar qualquer crime que ocorra e levar os agressores à justiça. Também determinariam que bases e equipamentos de mídia são instalações civis, e não militares, e ‘em respeito a isso não podem se tornar alvos de ataques e represálias’.

A resolução também propõe que sejam veementemente condenadas manifestações e incitamento de violência contra civis, exemplificando as transmissões de rádio ‘de ódio’ que ocorreram durante o genocídio em Ruanda na década de 90.

Alvos

Foi a guerra no Iraque o conflito que aumentou a preocupação sobre os perigos diretos sofridos por profissionais de imprensa na cobertura de conflitos armados. Entre seqüestros, ameaças, bombardeios e assassinatos, os jornalistas que cobrem a guerra no país desde a invasão americana, em 2003, e suas equipes de apoio se tornaram alvos constantes de insurgentes. Desde o início da guerra, pelo menos 88 jornalistas foram mortos, segundo dados do Comitê para a Proteção dos Jornalistas. Em 2006, pelo menos 28 profissionais foram assassinados. Em outras partes do mundo, foram ao menos 11 mortes em conflitos de países como Afeganistão, Líbano e Sri Lanka. Informações de Irwin Arieff [Reuters, 5/12/06].