A ex-agente da CIA Valerie Plame e seu marido, o ex-embaixador Joseph Wilson, entraram na quinta-feira (13/7) com uma ação contra o vice-presidente Dick Cheney, seu ex-chefe de gabinete Lewis Libby e o estrategista político da Casa Branca Karl Rove. O casal alega que os funcionários governamentais conspiraram para violar seus direitos constitucionais.
A ação acusa Cheney, Libby e Rove de tentar destruir a carreira diplomática de Wilson ao vazar para a imprensa a identidade secreta de sua mulher como agente da CIA. O ato conspiratório seria uma represália às afirmações públicas de Wilson, em um artigo publicado no New York Times, questionando as justificativas do presidente George W. Bush para dar início à guerra contra o Iraque.
Caso longo
O processo civil aberto por Valerie e Wilson é o mais recente capítulo de uma longa história que já dura três anos. O nome da então agente foi revelado em artigo do colunista sindicalizado Robert Novak, em julho de 2003, poucas semanas após a publicação do texto de Wilson.
A investigação para descobrir os responsáveis pelo vazamento levantou questões polêmicas na imprensa, já que diversos jornalistas americanos foram intimados a testemunhar e revelar suas fontes confidenciais. No meio do caminho, a então repórter do NYTimes Judith Miller foi presa por se recusar a colaborar com a justiça.
Após três meses em uma penitenciária, Judith – que nunca havia escrito sobre Valerie – identificou Libby como sua fonte. Karl Rove foi apontado como fonte de Novak, mas, até hoje, apenas o ex-chefe de gabinete foi indiciado – por falso testemunho e obstrução à justiça – no caso conduzido pelo promotor Patrick Fitzgerald. Informações de Neil A. Lewis [The New York Times, 14/7/06].