Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Exigência de diploma chega à pauta do Senado


Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas. 
 


************


Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 2 de outubro de 2009 


 


JORNALISMO


Folha de S. Paulo


Exigência de diploma chega à pauta do Senado


‘A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado pode votar já na próxima semana a emenda constitucional que torna obrigatório o diploma em jornalismo para exercer a profissão. O relator, Inácio Arruda (PC do B), disse ontem que entregará seu parecer até sexta.


Em junho, o STF (Supremo Tribunal Federal) acabou com a obrigatoriedade do diploma. O relator, ministro Gilmar Mendes, considerou que a formação específica contrariava o exercício pleno das liberdades de expressão e informação.


A emenda só abre exceção para ‘colaboradores eventuais, sem relação de emprego’ com o veículo de comunicação, como articulistas. O relator adiantou que irá incluir entre os dispensados do diploma também os colunistas.


Os jornalistas que já tenham obtido o registro profissional, mesmo sem o diploma, continuarão podendo exercer a profissão.’


 


 


AMAZONAS


Kátia Brasil


Deputado acusado de ordenar mortes para TV perde mandato


‘A Assembleia Legislativa do Amazonas cassou ontem, por 16 votos a 4, o mandato do deputado Wallace Souza (PP) por quebra de decoro parlamentar. Apresentador de TV, ele é suspeito de liderar uma organização criminosa e encomendar mortes de rivais para exibi-las em seu programa policial.


Os deputados consideraram que, mesmo sem provas materiais para os crimes atribuídos ao apresentador, Wallace expôs a Assembleia ao constrangimento. Dos 23 votos, houve 3 abstenções.


Wallace, 51, foi ao plenário com uma Bíblia nas mãos. Por 15 minutos, negou todas as acusações. Ele não quis falar com a imprensa.


O suposto envolvimento do deputado com o crime organizado surgiu com o depoimento de um ex-segurança.


Segundo a investigação, a equipe do programa de Wallace chegava ao local de crimes violentos antes da polícia, porque o próprio apresentador havia ordenado os assassinatos. Ao menos 17 mortes são atribuídas ao grupo.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


4 milhões de alunos


‘De Fernando Haddad, olhar fixo, em rede nacional: ‘Nas primeiras horas da manhã, fomos informados por um jornal da grande circulação que uma prova do Enem havia sido furtada e oferecida para publicação.


Da descrição da jornalista, pudemos identificar fortes indícios de que era autêntico. Com base nisso, em nome da credibilidade e segurança que o Enem possui, decidimos adiar sua realização’.


Na manchete de ‘O Estado de S. Paulo’ de ontem, ‘Prova vaza e MEC decide cancelar Enem’. Na reportagem de Renata Cafardo e Sergio Pompeu, ‘o jornal foi procurado por um homem’ com a prova, que disse: ‘Isso aqui é muito sério, derruba o ministério’. Propôs vender por R$ 500 mil e acrescentou, depois: ‘Não tenho motivação política’.


Abrindo a escalada do ‘Jornal Nacional’ de ontem: ‘Uma suspeita de fraude. O Ministério da Educação cancela as provas do Enem. Quatro milhões de alunos terão que fazer a prova em novembro’.


O GOLPE RACHOU


A nova ‘Economist’, sob o título ‘Rachas dentro e fora’, descreve como ‘a volta de Mr. Zelaya levou Mr. Micheletti a se comportar como o autoritário que ele afirma não ser’.


Sublinha que três pessoas já foram mortas depois que ‘as forças de segurança reprimiram os protestos’. E ‘agora, pela primeira vez, há rachas no governo em atividade’, por parte do Congresso, dos candidatos presidenciais, das Forças Armadas. Até ‘o setor privado está começando a se preocupar com o custo da disputa de poder’, citando a associação industrial.


Por aqui, abrindo o ‘Jornal do SBT’, a Abert, que reúne Globo, Record e o próprio SBT, se pronunciou contra a supressão de emissoras de rádio e TV por Micheletti. Lembrou também Venezuela, Argentina.


DEPUTADO LÁ


Raul Jungmann, que encabeça a comitiva de deputados que viajou a Honduras, surgiu na manchete on-line do ‘El Heraldo’, que apoia o golpe e relatou as reuniões com ‘as elites políticas’ do país


A GOVERNANÇA MUDOU


Também na nova ‘Economist’, longa cobertura sobre a ‘nova normalidade’, na economia global pós-crise. Entre as várias reportagens, afirma que ‘a face da governança econômica global está mudando’, mas também se pergunta se é só ‘cirurgia plástica’.


Saúda decisões como o G20 tomar o lugar do G7 e as reformas no FMI e, de modo similar, no Banco Mundial, abrindo caminho para a ascensão de poder das ‘economias emergentes, lideradas por Brasil, Rússia, Índia e China’. Relata porém a resistência europeia, de Reino Unido e França.


Em especial, avisa que o maior teste da nova governança deve vir com o tempo _e a confirmação ou não, por EUA, China, Alemanha, Japão, de que vão coordenar suas políticas econômicas com os demais integrantes do G20, incluindo supervisão pelo FMI.


‘NEW NORMAL’


Lembrando que ‘nova normalidade’ é expressão cunhada por Mohamed El-Erian, que comanda o fundo Pimco, a revista detalha o mundo ‘depois da tempestade’ e a necessidade de ações coordenadas para os países do G20 reativarem a demanda global, mudando suas economias


OBAMA E O ATOLEIRO


Ecoava ontem, pelas agências, a frase de Lula de que ‘disse a Obama para vir’ a Copenhague.


Nos EUA, a cobertura voltou-se à especulação sobre o eventual desgaste do presidente, pela decisão inédita. Era a manchete ontem no site Politico, ‘Obama está preso aos Jogos, se vencer ou se perder’. Em suma, avalia que ele sofreria uma reação por tempo limitado, em caso de derrota, ‘mas um resultado positivo em Copenhague pode armar seus opositores com munição para mais de seis anos’ com explosão de custo, controvérsias e atrasos que marcaram os Jogos, no passado. De um colunista de Chicago, ‘Obama saiu do pântano’ que é a cena política na cidade, ‘por que ele quer se atolar de novo?’.


ORGULHO


Na primeira página do estatal ‘China Daily’ de hoje, sobre os 60 anos da revolução, ‘a nova China mostra seu orgulho ao mundo’, com o presidente Hu Jintao em desfile em Pequim, numa limusine Bandeira Vermelha.’


 


 


PARADA


Raul Juste Lores, Pequim


China celebra 60 anos da revolução com mais gente no desfile do que público


‘Um desfile dos mais modernos equipamentos militares da China, envoltos em estética comunista dos anos 50, marcou os 60 anos da chegada dos comunistas ao poder.


Houve mais gente desfilando -8.000 soldados e 90 mil estudantes e funcionários públicos- que assistindo – uma plateia de 10 mil convidados, entre membros do partido, embaixadores e jornalistas.


A população foi proibida de assistir à parada. A mídia estatal sugeriu que os chineses a vissem ‘no conforto do lar’. A avenida da Paz Eterna foi fechada, e moradores foram proibidos de ficar nas varandas ou deixar janelas abertas.


A reduzida plateia VIP viu dezenas de tanques de artilharia antiaérea, mísseis terra-ar e navais e míssil balístico antinavios, enquanto caças, bombardeiros e helicópteros sobrevoavam Pequim.


Dezoito lança-mísseis com mísseis nucleares fecharam a apresentação do Exército de Libertação do Povo, sucedidos por desfile de carros alegóricos mostrando as vitórias de 60 anos de comunismo.


Retratos gigantes de ex-líderes foram destaques, sucedidos por alegorias que celebravam a Olimpíada de Pequim e o primeiro voo espacial que colocou astronautas chineses em órbita em 2008.


Crianças vestidas com roupas típicas de minorias étnicas desfilaram, enquanto os locutores falavam da ‘harmonia étnica’ no país. Pela TV, estima-se que 400 milhões de chineses assistiram à parada.’


 


 


INTERNET


Folha de S. Paulo


País fica em 45º em ranking de banda larga


‘A conexão de banda larga brasileira está abaixo das necessidades da internet atual, de acordo com estudo das universidades de Oxford (Inglaterra) e Oviedo (Espanha) e da Cisco.


O Brasil aparece na 45ª posição do ranking, que avalia as redes de 66 países, – à frente de seus pares latino-americanos México (56º) e Argentina (47ª), mas atrás dos Brics Rússia (18ª) e China (43ª). A lista é encabeçada pela Coreia do Sul, que em um ano registrou um crescimento de 72% na velocidade média de sua conexão.


O levantamento constatou que, em 62 dos 66 países analisados, a qualidade da conexão melhorou entre 2008 e 2009 e que a velocidade média de transferência de dados no mundo aumentou 49% em um ano, atingindo 4.75 Mbps (a maior parte das conexões residenciais no Brasil está na faixa de 512 Kbps a 2 Mbps).


Para compor o ranking, o estudo divide os países analisados em grupos. O Brasil, que ocupou a 46ª posição em 2008, integra o pelotão das conexões consideradas ‘abaixo das necessidades atuais’, demandas que passam pelo uso de redes sociais, o acesso a vídeos de baixa definição em tempo real e o compartilhamento de arquivos pequenos, como fotos e músicas. A trupe dos insatisfeitos virtuais é composta ainda por Argentina, México e África do Sul, entre outros 19 países.


Prontos para o amanhã


O topo da lista é integrado pelas nações consideradas ‘prontas para o amanhã’ cibernético, o que, de acordo com o estudo, incluirá, dentro de três a cinco anos, a utilização de aplicativos de alta tecnologia, como TV e teleconferências em alta definição e a transferência de arquivos pesados.


Apenas nove países já têm redes capazes de suportar essas operações, todos eles na Europa ou na Ásia: Coreia, Japão, Suécia, Lituânia, Bulgária, Letônia, Holanda, Dinamarca e Romênia.


Em seguida, vêm as redes que operam com capacidade igual ou superior à necessária para dar conta das demandas da internet de hoje. A categoria, que engloba EUA, Austrália, Canadá e praticamente todos os países europeus restantes, não inclui nenhum latino-americano.


A lanterna da velocidade de transmissão de dados é dominada pelos africanos. Egito, Nigéria e Quênia, ao lado da Índia, têm conexões consideradas muito abaixo das necessárias.


Interior desplugado


O estudo também verificou diferenças consideráveis na velocidade da banda larga entre as principais cidades de cada nação e o resto do território.


O Leste Europeu domina esse quesito, com Lituânia e Rússia registrando as maiores desigualdades.


‘O estudo dá evidências do fosso existente entre as metrópoles e o campo. O desafio que os países enfrentam é de acabar com essa disparidade’, diz Maria Rosalía Vicente, professor da Universidade de Oviedo, citado pelo estudo.


Há, no entanto, os insólitos casos de países como Suécia e Islândia, nos quais as cidades menores desfrutam de conexões até mesmo superiores às das principais metrópoles.’


 


 


OLIMPÍADAS


Folha de S. Paulo


Apresentadora de TV é mais assediada do que Lula e rei


‘Dona de um dos programas mais populares da TV americana, a apresentadora Oprah Winfrey parecia ser mais reconhecida nas ruas de Copenhague do que a primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, a quem acompanhava. Inclusive no almoço com a rainha da Dinamarca. Os convidados ilustres deixaram o palácio com cerimônia, ao som da banda da guarda real. Mas os aplausos e gritinhos das cerca de 50 pessoas que os aguardavam não foram para a mulher de Obama, Lula ou o casal real espanhol. Foram para Oprah.’


 


 


Poderio das TVs pode render votos a Chicago


‘Entre as três concorrentes, Chicago aparece como a maior rival do Rio de Janeiro.


Dentro do mundo olímpico, contrapõem-se o trunfo do ineditismo geográfico do Rio e o histórico poderio econômico dos EUA sobre os Jogos, de acordo com um norte-americano integrante do COI.


‘O Brasil nunca teve Olimpíada. Algumas pessoas vão querer ver isso. Mas damos mais dinheiro para o Movimento [Olímpico]. Tem que ver se o Movimento quer ter mais dinheiro nos Jogos’, comentou James Easton, membro do COI que não tem direito a voto porque seu país é candidato.


Para efeito de comparação, a Rio-2016 festejou o fato de as TVs Globo e Record aceitarem pagar US$ 200 milhões (R$ 355 mi) pelos direitos de televisionamento da Olimpíada. A cifra é bem maior do que os US$ 60 milhões pagos pela Record para transmitir Londres-2012.


‘Pagamos cinco vezes isso’, comentou o vice-presidente do comitê Chicago-2016, Doug Arnout, em referência ao acordo das TVs brasileiras para 2016. ‘Mas não achamos que o dinheiro vá ter um papel decisivo [na escolha da sede].’


As rede americana NBC paga em torno de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,8 bilhão) pelos direitos de transmissão da Olimpíada.


Haverá uma negociação para os Jogos-2016 posteriormente à escolha da sede. O dono da Fox, Rupert Murdoch, já disse que pode fazer uma oferta caso Chicago vença, embora considere que os direitos de transmissão da Olimpíada são caros.


Também entre os patrocinadores, os norte-americanos são maioria. Tanto que são eles que recebem o maior repasse das receitas do COI: ganham 30% do total, o que gerou questionamentos dos europeus. Houve uma renegociação que criou atritos, mas parece resolvida.


Em contrapartida, alguns membros do COI veem com ressalvas a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 porque essa dividiria atenções e, principalmente, as receitas de marketing com os Jogos.


A candidatura carioca até fez uma estimativa mais conservadora de receitas de marketing por conta disso. Mas dirigentes da Rio-2016 tentam reduzir esse impacto ao dizer que, se um banco virar patrocinador da Copa, por exemplo, um concorrente vai querer a Olimpíada.


Um dos que apontam o Mundial como ponto fraco é o israelense Alex Gilady, um dos membros do COI que têm ligações comerciais com os EUA.


Gilady é vice-presidente da NBC Esportes, justamente quem negocia os direitos de transmissão. Ele, porém, não declara seu voto.’


 


 


Imprensa estrangeira questiona ‘sumiço’ de Tarso Genro


‘Durante entrevista coletiva da Rio-2016, um repórter da Associated Press perguntou ao ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., onde estava seu colega Tarso Genro (Justiça) para falar sobre segurança. Genro faz parte da delegação brasileira, mas não apareceu para dar entrevistas. ‘Poderíamos organizar um evento para o ministro Tarso Genro, que cuida de programa bem-sucedido que une segurança e cidadania’, rebateu Silva Jr. A imprensa estrangeira tem questionado a candidatura Rio-2016 sobre questões relativas a segurança.’


 


 


TELEVISÃO


Daniel Bergamasco


TV Globo ‘limpa’ e enfeita centro de SP para nova novela


‘Prédios deteriorados, lixo acumulado e outras imagens menos nobres do centro paulistano sumirão do mapa a partir de janeiro de 2010, ao menos nas cenas da próxima novela das 19h da TV Globo, batizada provisoriamente de ‘Bom Dia, Frankenstein’.


Imagens da cidade serão retocadas por computador. ‘Podemos substituir um prédio feio por outro, inserir ou tirar pessoas. A novela mostrará um centro paulistano já revitalizado, como se espera que a região seja, algo como Soho ou Tribeca [bairros de Nova York que hoje conservam bem sua arquitetura mais antiga]’, explica o diretor José Luis Villamarim.


O diretor chegou à cidade nesta semana para produzir imagens que intercalarão cenas da novela e outras que servirão de fundo para efeitos de ‘back lot’, uma evolução do ‘chroma key’, que insere imagens externas nos cenários da cidade cenográfica com grande realismo.


Segundo o diretor, a São Paulo da trama escrita por Bosco Brasil também ficará mais artística. ‘Colocaremos mais música nas ruas, alguém tocando um cello, alguém fazendo uma pintura, esse clima parisiense’, diz. ‘O papel da novela também é de fomentar [a revitalização], então mostraremos um centro bem bonito, aquecido.’


Um dos desafios da produção é fazer as fachadas do Teatro Municipal, que está em reforma até o final do ano. Na novela, o personagem do ator Ricardo Blat será uma espécie de zelador do teatro. Como a novela estreia em janeiro, quando o prédio já deverá estar pronto, as tomadas deverão ser feitas com pouca antecedência.


CUIDADO, KASSAB


Ainda sobre a novela ‘Frankenstein’, ficou batido o martelo: o prédio Titã, território de vilões que espiam a todos com câmeras escondidas, será o edifício Grande São Paulo, na rua Libero Badaró (centro), onde a prefeitura mantém algumas de suas secretarias.


SOB AS ONDAS


A Globo gastou uma semana para gravar uma só cena da novela ‘Viver a Vida’. Nela, um jet ski bate na lancha de Helena (Taís Araújo). Foram três dias de gravação em Búzios e três num parque aquático. A cena é estratégica: é no acidente que Helena conhece Dora (Giovanna Antonelli), futura amante de Marcos (José Mayer).


GRADE


A TV Brasil tem novo superintendente de programação. É Rogério Brandão, que participou da implantação do Canal 21 e passou por emissoras como a TV Cultura. Diz que um dos focos de seu trabalho será a programação infanto-juvenil.


ASSINATURA


A TV Cultura prepara novas vinhetas institucionais, que serão assinadas pelo coletivo Laborg, que já fez trabalhos para Globo e MTV.


INSETO


O filme ‘Besouro’, que estreia no dia 30, vai gerar uma animação para TV pelas mãos da Mixer, produtora de ‘Descolados’, da MTV.’


 


 


QUADRINHOS


Folha de S. Paulo


Roteirista de Zé Carioca morre em Santos


‘O roteirista Ivan Saidenberg, conhecido pelo trabalho com o personagem Zé Carioca nos anos 70, morreu anteontem aos 68 anos, em Santos. Ele sofria de diabetes e teve insuficiência arterial. Nascido em Piracicaba, interior de São Paulo, Saidenberg era um dos mais conhecidos criadores dos quadrinhos da Disney no Brasil. Também colaborou nas histórias da Turma do Pererê, de Ziraldo, e da Turma do Lambe-Lambe, de Daniel Azulay, entre outras.’


 


 


 


************


O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 2 de outubro de 2009 


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Fausto Macedo


Para Maierovitch, decisão do TJ-DF tem ‘odor corporativo’


‘A decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), que transferiu para a Justiça Federal do Maranhão o peso da responsabilidade sobre a censura ao Estado, é procedimento digno de Honoré-Victorien Daumier (1808/1879) – famoso caricaturista francês e autor do quadro Le Gens du Justice, obra que retrata um grupo de magistrados em sono profundo durante sessão na corte.


A avaliação é do jurista Wálter Fanganiello Maierovitch, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo. ‘A decisão do TJ-DF, de tão absurda e estranha que é, nos remete à Daumier. Sinto nesse episódio um odor corporativo da toga que eles vestem no tribunal do Distrito Federal. Na realidade o que se espera dos tribunais é que se faça justiça e não que defenda a um dos seus membros. O que se espera de um juiz é que ele faça justiça e não que proteja a decisão de um par.’


Faz 63 dias que a mordaça foi imposta ao Estado pelo desembargador Dácio Vieira, do TJ-DF. Ele proibiu o jornal de publicar reportagens sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que envolve o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). ‘É incrível. O TJ-DF se declarou incompetente para praticar atos, mas convalidou absurdamente medida de alguém (desembargador Vieira) que o próprio tribunal declarou suspeito’, assinala Maierovitch.


Preocupa o jurista a possibilidade de a Justiça maranhense suscitar o conflito negativo de competência. ‘Conflito relativo a dois tribunais vai parar no Superior Tribunal de Justiça. Isso significa uma demanda por muitos anos, uma agressão a um direito constitucional por muitos anos. Quando chega a esse ponto, a Justiça deve agir cautelarmente. Afinal, está tratando de cláusula pétrea da Constituição, o direito de todos à informação. Não é uma brincadeira.’


Para ele, o TJ-DF, agindo assim, atende os Sarney. ‘Nesse caso, a Justiça simplesmente está favorecendo aquele que procurou o foro errado. Existe um princípio do direito que diz que ninguém pode se beneficiar com a própria torpeza. Se o cidadão entra com ação no lugar errado é evidente que o tribunal deve anular tudo. Caso contrário estará privilegiando aquele que deu o passo equivocado.’


Maierovitch é taxativo. ‘Se o tribunal entende que todos os seus atos são nulos por falta de competência é flagrante que a liminar (da censura) também é nula. Não pode fazer valer a liminar, em absoluta contradição com o que o próprio tribunal decidiu. É incompetente? Então, é tudo nulo. Não se pode colocar uma venda para não olhar a liminar.’


‘Percebam o tamanho do absurdo que é isso’, alerta Maierovitch. ‘Eles (TJ-DF) mandam para o tribunal do Maranhão decidir e, eventualmente, cassar uma liminar que foi dada em Brasília. Deveriam ter derrubado a liminar da censura e, depois, mandar para o Maranhão.’’


 


 


Roberto Almeida


Emissoras condenam censura


‘Representantes de emissoras de radiodifusão das Américas e da Europa, reunidos em Brasília para a Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), repudiaram ontem a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito de Federal, que se declarou incompetente para julgar a censura ao Estado, mas manteve o jornal amordaçado.


‘(O caso) Se constitui em uma verdadeira censura encoberta, contra a Constituição do Brasil’, anota o texto. ‘(A Assembleia) Reitera a confiança nas instâncias superiores do Judiciário brasileiro.’ Para o presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, a censura ‘chocou’ as entidades internacionais. ‘O cidadão foi alijado de seu direito de ser informado.’’


 


 


OLIMPÍADAS


Leonardo Maia


Riotur faz esquema para lotar Copacabana


‘Três horas e meia antes do anúncio da sede olímpica de 2016, o Rio já estará em festa. A partir das 10 horas, o cantor Lulu Santos vai abrir um show na Praia de Copacabana, em evento organizado pela prefeitura. Por volta das 13h30, o Comitê Olímpico Internacional (COI) vai divulgar a cidade vencedora. Enquanto a anfitriã dos Jogos não for conhecida, o ator Ery Johnson será o mestre de cerimônias num palco perto do Hotel Copacabana Palace.


Dois telões exibirão ao vivo o processo de eleição, direto de Copenhague, na Dinamarca. Foi decretado ponto facultativo nas repartições públicas e nas escolas municipais e estaduais. Segundo a Riotur, empresa de turismo do município, a expectativa é de que 100 mil pessoas saíam às ruas para acompanhar o anúncio do resultado.


A empolgação no Rio é tão grande que a Riotur anunciou a presença do maior medalhista olímpico brasileiro, Torben Grael. No entanto, o velejador está na Dinamarca e disse ao Estado, ontem, que nem sequer recebeu convite da prefeitura para ir à festa em Copacabana. A jogadora de vôlei de praia Shelda, a saltadora Maurren Maggi e o judoca Flávio Canto constam da lista. Artistas aparecerão nos telões para transmitir mensagens de apoio. ‘A festa vai entrar para a história do Rio’, disse o secretário de Turismo e presidente da Riotur, Antonio Pedro Figueira de Mello. ‘Convocamos os cariocas da gema e de coração para vestir as cores da bandeira e ir à praia.’


O tom ufanista é o mesmo de campanhas de marketing e por alguns veículos de comunicação, que tentam mobilizar a população. Quem se atreve a expressar opinião contrária é visto com desdém e desprezo.


Uma bandeira de 2.200 m² e 800 kg, com a frase ‘Rio loves you’, cobrirá a plateia. Para garantir a segurança, 112 homens da PM, 17 carros e 110 guardas municipais foram destacados.’


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


Casamento com a internet tem boas chances de vingar


‘Dia sim dia não, um profissional de TV aparece com algum projeto mirabolante para frear a perda de audiência do tubo para a internet e aproveitar, ou imitar, na pior das hipóteses, a interatividade que só a web propicia. Norma tem boas chances de vingar nesse território. Assim que o programa foi aprovado pela direção da Globo, a emissora colocou no ar um blog da personagem (http://blogdadenise.com.br/denise). Ali surgiram os primeiros, e ainda tímidos palpites sobre os temas a se discutir no programa. E é ali que o diretor Luiz Villaça espera se abastecer de sugestões e ideias de modo mais consistente a partir de segunda-feira, ou logo após a estreia da sitcom na tela da televisão.


‘A gente imagina que a intervenção de internautas no roteiro mesmo, com sugestões até de estudantes ou roteiristas ainda anônimos, deva aparecer ali pelo quarto ou quinto programa’, diz o diretor. Dentro do possível, Villaça tem evitado acelerar a produção dos próximos episódios, justamente a fim de esperar pela maior intervenção dos internautas, mas a complexidade da sitcom pede alguma antecedência na gravação dos episódios. ‘Adoraríamos chegar a um roteiro de 1.000 mãos’, diz Villaça.


O blog também abre espaço para inscrições aos interessados em participar do programa no auditório, mas a plateia tem poucos lugares e os eleitos acabam, de alguma forma, atendendo a requisitos de acordo com o tema em gravação.


Há poucos dias, Norma ganhou também um endereço no Twitter (Data Norma), a rede de microblogs onde cada comentário só pode ter até 140 caracteres. Os posts podem ser escritos pelos roteiristas Maurício Arruda, Sérgio Roveri ou Sérgio Goldenberg, por Villaça ou pela própria Denise.


Para estimular a frequência do público nos endereços virtuais, a equipe programou dois encontros semanais na web: às terças-feiras, haverá sempre chat com os autores, e às quintas-feiras, com Denise Fraga.


Outra chance que Norma promove entre os internautas é a participação do espectador na gravação por meio de Skype, como se verá logo no primeiro episódio. O espectador/internauta escolhido pela produção entrará via telão para dar sua opinião nos dilemas da personagem.


Embora se paute pelas estatísticas, Norma está longe de ser um Você Decide, antigo programa da Globo que entregava ao público a decisão sobre algum dilema. As intervenções, no caso da sitcom, vão desenhando seu roteiro desde o início, não se resumem ao desfecho. E as indecisões de Norma, cá para nós, concentram-se na linha genuinamente comportamental.’


 


 


***


Ela pensa que é normal


‘Norma é antes de mais nada uma comédia de situação, vulgo sitcom, que excepcionalmente não resulta da compra de qualquer formato internacional, não se baseia em título do passado e tampouco é adaptação de livro, peça ou o que o valha. Norma é uma rara ideia original que surgirá domingo na tela da Globo, após o Fantástico, com todas as condições de aproveitar a interatividade da internet, sem que isso signifique perder audiência para a web. A direção é de Luiz Villaça. O roteiro final, de Maurício Arruda. A cena central, de Denise Fraga. O mesmo trio de Retrato Falado, quadro de maior longevidade do Fantástico, volta à cena em programa solo.


Na web, Norma já tem blog e twitter, onde desabafa sobre seus dilemas (que não são poucos), e busca opiniões alheias para tomar suas decisões. Norma, pobrezinha, só quer ser uma pessoa normal, daí o batismo da personagem. De tanto se achar diferente, virou psicóloga e foi trabalhar com pesquisas. Da média final das aferições que realiza, ela vai resolvendo o que fazer.


Atenção: as estatísticas inseridas no script são reais, assim como as pessoas selecionadas para assistir às gravações no cenário do programa. Em determinado momento, Norma tira os óculos e vira Denise. É a atriz quem se dirige à plateia in loco para perguntar: e agora, o que a Norma deve fazer? Separada do marido há nove meses, a personagem quer saber, no primeiro programa, se o seu ‘luto’ deve durar mais que isso, se é normal começar a paquerar e quais armas de sedução deve usar. Norma casou com o primeiro namorado, Cláudio (Cássio Gabus), e está há anos no mesmo emprego. Denise leva em conta o conselho da espectadora que lhe indica um sutiã de bojo. Isso decidido, a atriz recoloca os óculos e volta à cena imediatamente, o que exige certa improvisação e a gravação de um mesmo episódio em várias etapas.


‘Dá uma trabalheira danada, mas vale a pena’, fala Villaça. ‘Nosso objetivo é ter um programa de que todo mundo participe, que possa divertir e também cutucar o telespectador a comentar o assunto com quem estiver ao lado.’ O diretor vê no formato de Norma mais um potencial: revelar novos roteiristas. Para início de conversa, dois dramaturgos profissionais, porém novatos em TV, juntam-se à equipe liderada por Maurício Arruda desde o primeiro programa: Sérgio Goldenberg e Sérgio Roveri. A partir de domingo, com a devida divulgação do site – a exposição do endereço, até aqui, foi propositalmente modesta – Villaça espera receber sugestões de diálogos ou ideias de toda espécie, inclusive de estudantes e roteiristas de todo o País que só permanecem no anonimato por falta de oportunidade.’


 


 


***


‘Queremos rir de nós mesmos’


‘Era ainda por meio de cartas via correio convencional – perdão pela definição aí expressa, consideração aos jovens leitores para quem ‘correio’ só pode ser eletrônico – que o Retrato Falado recebia mais de 500 histórias por mês para abastecer o acervo de representações de Denise Fraga no Fantástico. Faz bem pouco tempo, e ela ainda se mostra fascinada pelo ‘fenômeno’, que a atriz tomou conhecimento do efeito multiplicador provocado por debates via blogs e chats.


Não que isso substitua o contato ao vivo, ao contrário. Em cartaz com a premiada montagem de A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Brecht (agora a preços populares, no Tuca), Denise faz questão de receber os espectadores na entrada da plateia, antes de cada sessão. No dia a dia, faz gosto em levar e buscar as crianças na escola, ir ao cinema ou à padaria, sem pinta de estrela, normalzinha de tudo, como faria sua Norma.


Você disse que fica desesperada com o improviso porque é uma atriz ‘partiturada’. Como é isso?


É a primeira vez que eu tenho de improvisar, isso pra mim é uma grande novidade, ter de conversar com uma plateia como Denise. Sempre resisti muito em aparecer de Denise. Uma das coisas de que eu gosto muito na profissão é o quanto a gente se esconde, o quanto a gente pode, através do outro, ter uma voz. Isso sempre me fascinou. Mas sempre fiz comédia decorando bem o texto, marcando a forma melhor de falar esta ou aquela frase. Estudo antes, partituro mesmo. Ao mesmo tempo, sou muito tagarela, adoro uma conversa.


As perguntas que você faz à plateia são roteirizadas, mas, a partir das respostas do público, você pode se reunir com os roteiristas antes de voltar à cena ou não?


Eu tenho mais ou menos um caminho de conversa, às vezes essa conversa vai mudar o rumo da próxima cena. Eu posso começar mais ou menos livremente, a gente fala muito de deixar a conversa rolar, de distrair esse comportamental. Mas depois de falar com o auditório eu tenho de voltar para o mesmo instituto (de pesquisas, cenário de trabalho de Norma). O Luiz (Villaça, diretor) na última gravação, me surpreendeu e disse: ‘Agora volta lá e faz isso que eles disseram a você.’


É o seu primeiro programa-solo na Globo. A pressão aumenta, em relação a um quadro no Fantástico?


Não é que haja pressão, mas ser responsável por um horário da grade é outra coisa. Mas a equipe de Norma é um pessoal que vem trabalhando junto há anos e fazia muito tempo que a gente queria fazer um programa. Esta equipe gerou uma turma de São Paulo que fez Retrato, Dias de Glória, Te Quiero America. No Norma, a proposta era, desde o início, uma sitcom. No começo, era só essa mulher que trabalha com pesquisas, a gente teria esses dados, que forrariam de realidade o programa, mas o Luiz, carpinteiro que é, não sossega enquanto não cria um negócio novo. Faz tempo que ele fala, e o Maurício (Arruda, roteirista final) também, dessa coisa de juntar internet e TV.


Esse vaivém para gravar um mesmo episódio em várias etapas dá mais trabalho, não?


É exaustivo, a gente está trabalhando como nunca. Agora mesmo, gravando, tinha um esboço da cena que foi alterado pela interferência das pessoas no auditório. O Maurício e o Luiz fazem aqui uma colcha de retalhos rápida para inserir o que aquele espectador disse. A gente quer falar de cotidiano, de dilemas: por que você sente ciúmes do marido, se foi você quem pediu o divórcio? É sempre bacana tocar nesses assuntos, e com humor, o melhor veículo de comunicação que existe. A gente quer rir de si mesmo e levar o pessoal a comentar com a pessoa que está do lado.


Até que ponto é possível trabalhar com a intervenção da internet?


A gente tem aprendido e ainda vai aprender muito com o programa, ele vai produzindo ramificações. Outro dia, eu em cena, conversando com a plateia e ouvindo um rapaz falando de ciúmes, me lembrei de um vídeo do YouTube de uma mãe ursa com ciúme do filho. Podíamos inserir na tela do cenário aquele vídeo: são coisas que a gente vai descobrindo que podem ser feitas. Agora começamos a inventar umas brincadeirinhas para fazer com a plateia. No segundo programa, sobre essa divisão de tarefas – as mulheres de terninho no escritório e os homens cuidando da casa – perguntamos à plateia: ‘Qual é o homem que realmente divide as tarefas com as mulheres em casa? O que você faz?’ E a gente botou ali uma mesa de passar roupas e pediu para um homem passar.


O que a Norma tem de Denise?


É um pedaço de Denise, hoje tenho uma segurança maior, tenho de me lembrar dos tempos em que eu era mais insegura. A Norma é uma mulher meio infantil, não menininha, mas que duvida da própria capacidade de fazer as coisas, por isso ela precisa de ajuda, por isso se guia tanto por pesquisas. Hoje em dia, até assistindo a jogo de futebol a gente esbarra em estatística: tem não sei quantos por cento de ataques na área, não sei quanto de defesa, essas coisas. As estatísticas são quase um guru oculto na vida da gente, do tipo: ‘Ok, filha, pode fazer isso porque 73% das mulheres também fazem.’


Qual sua relação com a internet?


Sou bem low profile, escrevo umas coisas no Word, mando e-mails, fotos, mas com essa história do blog (da Norma), só agora entendo realmente por que as pessoas passam horas na frente do computador. É fascinante essa chance de ver as ideias de todo mundo, criar esse lugar onde se dá espaço para as histórias e que faz refletir.


Alguém percebeu que Norma tem um ‘quê’ brechtiano e você está fazendo Brecht no teatro. É coincidência?


É, e eu também vejo essa coisa de Brecht, mas nem queria falar porque fica parecendo exibição de erudição, mas quando tiro os óculos e viro o ator, esse distanciamento é mesmo brechtiano. Mesmo quando eu estou de Norma, todo mundo sabe que é a Denise que está ali, vale a pena quando você fala as coisas que quer dizer.


Você e o Luiz são casados e trabalham juntos. Passam o tempo confabulando sobre o que pode virar pauta ou em algum momento decretam: ‘Vamos parar de trabalhar’?


A gente dá uns bloqueios, sim. Tem umas horas em que a gente brinca de vaca amarela porque senão só fala de trabalho, mas como é um trabalho muito prazeroso, eu brinco que quem nos contrata ganha porque não paga hora extra.’


 


 


Keila Jimenez


Record congela 85 Rede envia time maior que o do Brasil


‘A Record já fechou o time que pretende congelar. Calma, eles não vão para a geladeira da emissora, e sim para a Olimpíada de Inverno de Vancouver, no Canadá, que será em janeiro.


Ana Paula Padrão, Milena Ciribelli e Paulo Henrique Amorim ancoram o time de 85 profissionais, 30 deles, jornalistas que vão participar da transmissão do evento na rede. Entre os escalados para picolé estão Maurício Torres, André Tal, Carlos Dornelles, Vinícius Dônola, Roberta Piza e o comentarista Oscar Schmidt. Imagine o ex-cestinha comentando Bobsled. Que modalidade é essa? Bom, nem ele deve saber.


A ideia da Record é abrir cerca de seis horas diárias de sua programação para a transmissão das principais provas dessa olimpíada no gelo. Quais são as principais? Bom, eles ainda não sabem, mas as modalidades que tiverem competidores brasileiros estão entre elas.


Sem desanimar, a delegação brasileira terá entre oito e 14 atletas. A China terá 200. Tudo bem, lá tem chinês sobrando mesmo. Boa parte das transmissões será à tarde, mas boletins e links do evento entrarão em toda a programação da rede durante os 20 dias de evento.’


 


 


 


 


************