Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Jornalista do NYTimes apontado o melhor do ano

O colunista do New York Times Nicholas D. Kristof foi escolhido por Jon Friedman, colunista do MarketWatch [1/12/06], como o melhor jornalista de mídia impressa do ano nos EUA. Assim como os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein vão estar sempre associados ao caso Watergate, o nome de Kristof, defende Friedman, estará ligado a sua cobertura sobre a turbulenta região de Darfur, no Sudão.

Kristof visitou os campos de refugiados oito vezes e escreveu diversas colunas sobre eles. ‘Quando eu era um correspondente estrangeiro, eu ficava sempre desconfiado de jornalistas que chegavam ao lugar e vinham com grandes pensamentos’, disse o jornalista. ‘Do mesmo jeito que eu faço agora’, brinca. O jornalista do Times ganhou seu segundo Pulitzer este ano na categoria de comentário, por ter chamado a atenção do público para o genocídio em Darfur e por ter dado voz aos que não a têm em outras partes do mundo. Em 1990, ele e sua mulher, Sheryl WuDunn, também jornalista do Times, ganharam um Pulitzer pela cobertura do movimento democrático ocorrido em 1989 na Praça da Paz Celestial, na China.

Para Kristof, a maior satisfação é ver os esforços internacionais direcionados a Darfur para manter os refugiados vivos. O progresso na região encoraja o repórter. Kristof acha graça da ironia de alguns críticos, que disparam que ele se beneficiou com uma enorme tragédia humana.

Atenção dos jovens

Para atrair a atenção do público jovem para os problemas mundiais, o colunista passou a usar a internet de maneira criativa. Ele inventa concursos como ‘Ganhe uma viagem com Nick’ e ‘Diga qual é a guerra’, sobre o Iraque. Kristof também convidou os leitores a enviar poesias sobre a guerra do Iraque. ‘Eu tento atrair os jovens com minha coluna’, explica. Segundo ele, jornalistas não podem salvar o mundo, mas podem influenciar a opinião pública. ‘É ótimo que as pessoas saibam onde fica Darfur e o que está acontecendo lá’, resume.