Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Liberdade de imprensa fundamental para o desenvolvimento

Os cerca de 300 participantes da Conferência Internacional sobre Imprensa, Desenvolvimento e Erradicação da Pobreza, promovida pela Unesco em Colombo, Sri Lanka, de 1º a 3 de maio, assinaram a Declaração de Colombo, cujo texto pede que a liberdade de imprensa seja reconhecida como elemento fundamental nas estratégias de desenvolvimento. ‘Este ano, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é dedicado à reflexão sobre como a proteção dos direitos humanos fundamentais da liberdade de expressão e de imprensa pode colaborar na garantia de outro direito humano – o direito de estar livre da pobreza’, afirmou o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura.

A Declaração de Colombo convoca os Estados-membros da Unesco a: assegurar que os responsáveis por ataques a profissionais da imprensa sejam levados à Justiça; desenvolver políticas que ajudem a todos a ter acesso e participação na imprensa, incluindo as pessoas que vivem na pobreza; expandir o alcance de tecnologias de comunicação e informação, e assegurar serviços de transmissão públicos e independentes que tratem de assuntos ligados à pobreza.

Resumindo o trabalho da conferência, Matsuura afirmou que é exatamente por meio do exercício e da prática da liberdade de expressão que os menos favorecidos são capazes de reconhecer e pedir proteção de seus direitos humanos. Na opinião de Matsuura, uma imprensa livre e independente é uma prioridade central. Citando estatísticas da Federação Internacional de Jornalistas, ele destacou que 150 profissionais da imprensa foram mortos no exercício de seu ofício no ano passado e que mais de 500 profissionais da imprensa foram detidos ou presos.

A Conferência foi aberta em 1º de maio, e contou com a participação de representantes de organizações intergovernamentais, não-governamentais, governamentais e profissionais. O evento terminou às vésperas do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio, quando Matsuura entregou o Prêmio Mundial Unesco-Guillermo Caño de Liberdade de Imprensa 2006 à jornalista libanesa May Chidiac, apresentadora de TV que foi vítima de ataque a bomba em setembro de 2005, perdendo a mão e a perna esquerdas. May Chidiac, que apresentava boletins de notícias e programas aos domingos – Naharkoum Said e Bonjour – veiculados pela LBC (Lebanese Broadcasting Corp.), tornou-se um símbolo da luta pela liberdade de expressão no Líbano. O prêmio, no valor de US$ 25 mil, foi criado pela Fundação Guillermo Caño em memória ao jornalista colombiano Guillermo Cano, assassinado em 1987 por divulgar informações sobre os barões da droga.

Estiveram presentes à cerimônia o presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, o ministro de Educação e presidente da Comissão Nacional da Unesco no Sri Lanka, Susil Premajayantha, o presidente do Júri da Edição 2006 do Prêmio Mundial Unesco-Guillermo Caño de Liberdade de Imprensa, Kavi Chongkittavorn, e o representante da Fundação Guillermo Caño, Juan Guillermo Caño. O senador brasileiro Eduardo Suplicy participou da conferência como convidado da Unesco, na sessão ‘O potencial empoderamento da liberdade de expressão e o seu relacionamento com a erradicação da pobreza’.

No próximo ano, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa será comemorado na Colômbia.