Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

O Globo


‘O ‘Le Monde’, jornal de circulação nacional mais vendido da França, ouviu a voz dos leitores e fez a lição de casa, segundo seu editor-chefe, Jean-Marie Colombani. Abalado por uma queda de 20 mil exemplares na tiragem nos últimos três anos, o jornal lançou esta semana um novo projeto gráfico – com mais fotos e mais colorido – e reformulou parte de seu conteúdo para conquistar leitores mais jovens, sem perder a sobriedade.


Fundado em 1944, o diário – que tem hoje uma tiragem de 372 mil exemplares – espera fechar o ano no azul. Em 2004, a empresa teve um prejuízo líquido de 56,24 milhões de euros (US$ 65,61 milhões). Além da queda na circulação, a companhia foi afetada pelo encolhimento do mercado publicitário.


O novo ‘Le Monde’ é dividido em três seções. A primeira inclui as notícias mais quentes, com editoriais na página dois. A segunda é dedicada a análises e bastidores das notícias, enquanto a terceira examina tendências, estilo de vida e cultura. Os editores do jornal francês, no entanto, fazem questão de dizer que a reformulação não significa baixar o nível do jornal. Afinal, argumentam, a maioria dos leitores tem mais de cinco anos de educação superior.’



PLAMEGATE


O Estado de S. Paulo


‘‘De repórter, virei notícia’, queixa-se Judith Miller ‘, copyright O Estado de S. Paulo / The New York Times, 11/10/05


‘‘Decidi pedir demissão principalmente porque nos últimos meses, eu me tornei notícia, algo que um repórter jamais quer ser’, justificou Judith Miller, repórter de The New York Times, em texto publicado ontem no próprio jornal. ‘Antes mesmo de ir para a cadeia, tornei-me um pára-raio da fúria pública sobre os fracassos da inteligência que ajudaram a levar nosso país para a guerra. Vários artigos que escrevi ou assinei foram baseados nessas informações falhas e, em maio de 2004, o Times concluiu em uma nota que sua cobertura deveria refletir mais ceticismo editorial e dos repórteres.’


O New York Times e Judith Miller chegaram na quarta-feira ao acordo que encerrou o relacionamento de 28 anos entre a veterana repórter e o jornal. Não foi uma negociação fácil. As conversas se estenderam por mais de duas semanas.


Judith foi presa em julho por não acatar um ordem da Justiça para que revelasse a identidade de uma de suas fontes. A quebra do sigilo da fonte permitiria aos investigadores identificar o funcionário da Casa Branca que deixou vazar para a imprensa a identidade da agente secreta da CIA Valerie Plame.


No entanto, 85 dias depois da prisão, ela voltou atrás. Decidiu prestar depoimento ao júri de instrução que investigava o caso, ao mesmo tempo em que cresciam as dúvidas sobre suas ações. Seus colegas a criticaram por vários motivos. Primeiro, porque assinou várias artigos que confirmaram a versão da Casa Branca sobre as supostas armas de destruição em massa de Saddam Hussein. Segundo, porque, para muitos, negou-se a falar com os investigadores e acabou presa com a intenção de se promover.


Bill Keller, o editor-executivo, anunciou a mudança na equipe na quarta-feira, por meio de um memorando. ‘Nos seus 28 anos de New York Times, Judy deu sua participação em um jornalismo vencedor’, dizia a mensagem. Numa declaração, Arthur Sulzberger Jr., publisher do Times, disse: ‘Estamos gratos a Judy por seu sacrifício pessoal significativo para defender o importante princípio jornalístico do sigilo da fonte. Respeito a decisão de sair do Times e desejo-lhe felicidades.’


Judith, de 57 anos, disse em uma entrevista que ela estava ‘muito satisfeita’ com o acordo e se definiu como uma ‘mulher livre’ do que ela chamou de ‘convento do New York Times, um convento com sua própria teologia e seu próprio catecismo’.


Horas depois que sua saída foi anunciada, ela disse ter recebido várias ofertas ‘de todos os tipos’, mas ela preferiu não especificá-las.


Mas seus planos imediatos são de tirar um tempo de folga. Ela disse que, depois da temporada na cadeia, foi ‘atingida por uma tsunami de 40 dias’ de críticas e precisava de uma parada, embora ela tivesse programado várias aparições públicas, incluindo uma na noite de anteontem.


Os advogados de Judith e o jornal negociaram um amplo pacote de rompimento cuja maior parte dos detalhes ambos os lados concordaram em manter em sigilo.


Segundo o acordo, o Times publicaria uma carta que ela escreveu ao editor explicando sua saída. Judith havia exigido a publicação de um artigo para a página de opiniões assinadas do jornal, no qual rebateria críticas feitas a ela por algumas pessoas da equipe. O Times recusou a exigência.


O texto foi publicado ontem pelo Times hoje sob o título ‘O Adeus de Judith Miller’. Na carta, ela deixa claro que estava deixando o jornal em em parte porque alguns de seus colegas discordaram de sua decisão de testemunhar no caso de vazamento da CIA.’



INTERNET


Folha de S. Paulo


‘Yahoo! desiste de participação na AOL’, copyright Folha de S. Paulo, 11/10/05


‘O Yahoo!, site mais visitado da internet, abandonou as negociações da compra de uma participação na America Online, divisão da Time Warner, deixando a Microsoft e o Google como potenciais ofertantes.


O Yahoo! ‘abriu mão’ da oportunidade de assumir uma participação na AOL ou de comprar a divisão, disse a porta-voz Joanna Stevens, atribuindo a decisão às dificuldades que o Yahoo! enfrentaria para integrar as empresas.


‘O Yahoo! tinha muito menos a lucrar com um relacionamento com a AOL do que as outras empresas’, disse Scott Kessler, analista da Standard & Poor’s.


A Time Warner manteve conversações com a Microsoft e com o Google, disse no mês passado uma pessoa familiarizada com as negociações. A Microsoft seria a favorita para comprar uma parcela da AOL.’



RÁDIO


Márcia Raposo


‘Sol Invest amplia os negócios de cafés finos e gado nelore’, copyright O Estado de S. Paulo, 11/10/05


‘O grupo Sol Invest, do ex-governador paulista Orestes Quércia, vendeu por US$ 12 milhões a emissora Nossa Rádio FM (91,3 MHz), de São Paulo, para o grupo gaúcho RBS , de Nelson Sirostsky. A RBS está entrando no mercado paulista de mídia como uma etapa de expansão nacional dos seus negócios.


A rádio estava alugada ao pastor R. R. Soares e será integrada ao sistema de rádio do grupo de Sirostsky assim que a RBS obtiver a transferência de titularidade da emissora no Ministério das Comunicações.


Os US$ 12 milhões – metade dos quais recebida à vista e a outra metade, em seis meses – vão ser canalizados para um dos negócios que mais crescem dentro do grupo Sol Invest: o de cafés finos.


Além do agronegócio baseado em café e gado, o grupo de Quércia controla empresas no setor de mídia (este DCI; o site PanoramaBrasil , a rede nacional de rádio Nova Brasil FM ; e duas emissoras de TV afiliadas ao SBT, em Campinas e Santos), no ramo imobiliário (quatro shopping centers no interior paulista; a Panamby; o Centro Empresarial de São Paulo; e loteamentos residenciais).


‘Nós vamos ter uma presença física com o nosso café gourmet no mercado norte-americano e também uma loja em Nova York’, explica Quércia, o presidente do grupo, sobre o destino dos recursos, que também contemplam uma loja na avenida Faria Lima, em São Paulo, na antiga locação do restaurante Traineira.


As cafeterias fazem parte da estratégia de marketing da Sol Invest de reforçar a marca Octavio’s para o seu café gourmet. ‘Os cafés de terras altas da região da Alta Mogiana, onde está a nossa Fazenda Nossa Senhora Aparecida, de Pedregulho [interior paulista], têm uma qualidade excepcional e um mercado externo demandante. E decidimos começar pelos Estados Unidos, o maior consumidor de café do mundo’, diz o presidente.


Na verdade, a expansão do ramo de café gourmet, que contará com o expertise da barista Silvia Magalhães, representa na Sol Invest a estréia da segunda geração da família Quércia nos negócios. Suas filhas Cristiane e Andréia supervisionarão as lojas de café. ‘Eu estou preparando a organização do grupo para que os meus filhos venham comandá-lo mais tarde’, adianta Quércia, também pai dos adolescentes Rodrigo e Pedro.


Outro foco dos investimentos da Sol Invest para 2006 está no setor imobiliário. Serão lançados dois condomínios de luxo na região de Campinas. Um, de alto padrão dentro da cidade de Campinas, estará próximo ao Shopping Iguatemi. Outro, de casas de campo, situado entre as cidades de Valinhos e Vinhedo, contará com um dos melhores projetos e estruturas de campo de golfe do interior do estado.


A ampliação e a melhoria genética do plantel de bovinos é outro projeto que começou este ano e deverá se estender por boa parte de 2006.


‘Estamos cuidando da qualidade genética do nosso gado. Investimos, recentemente, na troca do nosso plantel de gado nelore comum por nelore puro de origem (PO) e vamos nos dedicar, no próximo ano, a leilões de reprodutores. Os investimentos na estrutura para leilões estão em andamento’, comenta Quércia.’