Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Outro repórter é assassinado em Veracruz

Nova York, 1 de dezembro de 2006 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) informou hoje que está investigando os possíveis vínculos entre a morte, a tiros, de Adolfo Sánchez Guzmán e seu trabalho como repórter para o site de notícias mexicano Orizaba en Vivo.

As autoridades locais encontraram o corpo do jornalista em uma margem do rio Blanco, próximo à cidade de Mendoza, localizada a 120 quilômetros de Xalapa, capital do estado de Veracruz. Ele havia recebido dois tiros na altura da nuca e tinha hematomas e feridas produzidas por facadas no tórax, informou ao CPJ uma fonte da polícia de Mendoza. Perto, foi localizado o corpo de outro homem, César Martínez López, que também havia sido baleado na cabeça, segundo a fonte.

Em 21 de novembro foi encontrado, baleado, o corpo de Roberto Marcos García perto da cidade de Veracruz. Cinco outros jornalistas foram assassinados no México este ano. O CPJ confirmou que a morte de um deles ocorreu em conexão com seu trabalho jornalístico, enquanto continua investigando a morte dos outros quatro.

Em 28 de novembro Sánchez, de 31 anos, saiu com três pessoas de sua casa, em Orizaba, localizada na parte oriental de Mendonza, disse Rodolfo Mendoza, diretor-administrativo do Orizaba en Vivo. As autoridades localizaram seu veículo abandonado no dia seguinte.

Sua família e amigos não sabem de ameaças feitas contra ele, acrescentou Mendoza ao CPJ. No entanto, Martínez estava aparentemente envolvido em atividades criminais, inclusive roubo, segundo Mendoza e informes da imprensa local. O procurador de Justiça do estado, Emeterio López Márquez, foi citado pelo diário La Jornada dizendo que Sanches estava investigando grupos de assaltantes locais. Sánchez cobria, normalmente, assuntos de política regional. A polícia iniciou uma investigação sobre seu assassinato.

‘Nos entristece a morte de nosso colega Adolfo Sánchez Guzmán, e oferecemos nossas condolências a sua família e amigos’, disse o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. ‘Estamos muito preocupados com o número crescente de assassinatos de jornalistas mexicanos este ano. O presidente Felipe Calderón Hinojosa, recentemente empossado, deve aumentar a proteção para jornalistas em todo o país, e apoiar todos os esforços para levar seus assassinos perante a justiça, dado o alto nível de violência atual’.

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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, e se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo