Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Presidente da RAI luta contra os reality shows

Claudio Petruccioli, presidente da emissora pública italiana RAI, recomendou na semana passada que reality shows não fizessem mais parte da programação da rede no ano que vem, alegando que este tipo de programa ‘coloca as pessoas em ambientes irreais e coercivos, levando inevitavelmente a comportamentos degradantes’. Ele afirmou ainda que os reality shows vão contra a missão de serviço público da TV e que o dinheiro gasto com eles poderia ser investido na produção de programas e filmes culturais.

A recomendação, no entanto, não foi seguida à risca pelo conselho da RAI, que aprovou a exibição da nova edição de A Ilha dos Famosos, reality que coloca dezenas de candidatos a celebridades confinados em uma ilha. O programa é um dos mais populares da Itália, junto ao Big Brother, transmitido pela Mediaset, rival privada da RAI. O conselho justificou sua atitude. ‘As palavras de Petruccioli foram levadas a sério, agora vamos ter de discutir qual reality show – se algum – queremos ter em 2008′, disse um dos membros, Nino Rizzo Nervo.

Palavrões

No ano passado, a RAI e a Mediaset foram multadas – em 100 mil euros cada – por causa de palavrões ditos em programas do gênero. O valor é irrisório para as emissoras: a Ilha, por exemplo, custa oito milhões de euros, mas registra lucros com anunciantes em torno de 15 milhões.

A fim de evitar incidentes do tipo, o conselho da RAI pediu aos produtores de A Ilha para que tivessem mais cuidado ao selecionar os participantes. A RAI, pela qual os italianos pagam uma taxa anual, é amplamente criticada por exibir programas considerados vulgares. Estes, por sua vez, dominam a programação da Mediaset, controlada pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi e financiada inteiramente por publicidade. Informações de Silvia Aloisi [Reuters, 5/3/07].