Amal al-Moudares, uma das jornalistas mais conhecidas do Iraque, ficou gravemente ferida após ser atacada a tiros quando deixava sua casa na manhã de domingo (29/4), em Bagdá. Homens armados a esperavam em carros estacionados e abriram fogo assim que ela apareceu na rua, no bairro de Khadra.
Segundo informes da polícia local, a jornalista, com ferimentos graves, foi hospitalizada. Amal tem cerca de 60 anos e começou a trabalhar para a TV estatal iraquiana em 1962. Posteriormente, ela trabalhou na rádio Bagdá até a queda do regime de Saddam Hussein, em 2003 – voltando à estação quando esta começou a transmitir novamente. Nos anos 90, Amal trabalhou também como correspondente no Iraque para a TV egípcia.
Muçulmana xiita, ela afirmou em entrevista ao sítio Iraq Media Net, no ano passado, que tem esperança na paz em seu país. ‘Nossa amada nação é a terra do amor e da irmandade. Nossa ambição é que nossa estação de rádio seja o oásis verde que une todos os iraquianos’, completou.
Conflito letal
Desde o início da guerra, em março de 2003, pelo menos 100 jornalistas foram mortos no Iraque, 80% deles iraquianos, segundo dados do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova York. Pelo menos 37 assistentes de equipes de mídia, como motoristas e intérpretes, também morreram neste período, fazendo da guerra no Iraque o mais letal conflito para profissionais de mídia na história moderna.
Em 5/4, a polícia de Bagdá encontrou o corpo, alvejado de balas, de Khamael Muhsin, outro famoso apresentador de TV e rádio local – e amigo próximo de Amal. Ele havia sido seqüestrado dois dias antes. Ainda segundo o CPJ, 48 jornalistas foram capturados no país e continuam desaparecidos desde 2004. Informações de Bassem Mroue [AP, 29/4/07].