Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Reitores americanos unidos pela liberdade de imprensa

Quatro reitores das maiores escolas de jornalismo dos EUA e Alex Jones, diretor do Centro Shorenstein da Universidade de Harvard, publicaram artigo conjunto na edição de domingo do Washington Post [9/7/06] em defesa da liberdade de imprensa.


Orville Schell, de Berkeley, John Lavine, da Medill, na Universidade Northwestern, Nicholas Lemann, de Colúmbia, e Geoffrey Cowan, da Escola de Comunicação Annenberg, na Universidade do Sul da Califórnia, assinaram o texto onde defendem a divulgação de segredos que o governo quer manter longe do público. ‘É o trabalho – e a responsabilidade – da imprensa revelar segredos’, declaram.


O artigo tem como base a discussão sobre a publicação em junho, pelos jornais New York Times, Los Angeles Times e Wall Street Journal, de informações sobre um programa secreto de monitoramento de transações bancárias como parte da luta contra o terror. Os três títulos – e principalmente o NYTimes – foram duramente criticados por terem supostamente posto em risco a segurança nacional ao permitir que os terroristas conheçam as operações do governo americano contra eles. O presidente George Bush, o vice Dick Cheney e o Congresso se manifestaram contra a divulgação do programa.


O artigo aponta que grande parte da população americana quer que o governo haja de maneira correta – o que justifica a existência de uma imprensa atenta e vigilante. Ao mesmo tempo, esta parcela da população não concorda que a imprensa divulgue segredos de Estado considerados vitais para a segurança nacional. Desta forma, afirmam os reitores, o dilema do jornalista é escolher entre o risco de divulgar a informação secreta e o risco de manter o público às escuras – decisão que ficou ainda mais complexa após os ataques terroristas de setembro de 2001.


‘Como reitores com o ofício de passar os valores do jornalismo para a próxima geração de repórteres e editores, nós aprovamos a revelação [de informações confidenciais] quando não há nenhuma razão forte contra isso’, escrevem. Com informações da Editor & Publisher [10/7/06].