Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Essência da leitura

Estupenda a análise da autora. Mais tivéssemos de sua estirpe no Brasil, cedo sairíamos desse nosso deslumbramento terceiro-mundista, de Reader´s Digest colonizados. ‘Análise do discurso’ é a essência da verdadeira leitura, e pretendo me especializar na área. Textos como este alimentam meu ideal.

Jose Maria Góis, arquivista, Brasília



Discurso desmascarado

Texto certeiro que desmascara o discurso jornalístico vinculado a grupos dominantes.

Paulo Serapião, estudante, Ribeirão Preto, SP

Três atos do discurso jornalístico – Lucília Maria Sousa Romão



ELEIÇÕES BRASILEIRAS
Desinteresse em informar

O leitor em Fortaleza fica mal informado porque não há interesse por parte da ‘grande’ imprensa local de bem informar. Houve todo um processo para a esquerda se unir em torno do nome de Inácio Arruda (PCdoB) por ele ter mais chance de vitória. Mas, como a vaidade quase sempre se sobrepõe à sabedoria, a deputada Luizianne Lins manobrou o PT municipal e rejeitou aliança com os demais partidos ditos progressistas, e conseguiu se candidatar. Está sendo apoiada por um número insignificante de petistas. No dia 24 de julho passado, o diretório nacional do PT, reunido em São Paulo, decidiu que, em Fortaleza, os petistas estavam à vontade para apoiar duas candidaturas, a de Inácio e a dela. Portanto, não há nenhuma traição como ela apregoa, fazendo-se de vítima.

Além do mais, segundo o presidente do PT nacional, José Genoino Neto, a Sra. Luizianne se comprometeu a renunciar até dia 15 caso não subisse nas pesquisas. Ela diz que não prometeu isto… Quem está falando a verdade? No lançamento do movimento ‘Fortaleza Merece Respeito’, manifesto foi divulgado pedindo que a esquerda parasse para pensar e não continuasse embarcando no jogo da direita.

Inês Aparecida Coelho, jornalista, Fortaleza



Presa dos iluminados

Estes são os fatos que irritam por ilustrar as omissões de autoridades, imprensa em geral e, em última análise, da sociedade civil, à exceção de poucos: o sumiço de documentos do serviço secreto. É claro que não sumiram: foram transferidos para outro lugar. Estes são os fatos ilustrativos da grande pizza em que se transformarão os debates acerca da liberdade e do controle da imprensa no país, tendo em vista que os debatedores acham-se mutuamente comprometidos na densa névoa que envolve empresas, profissionais, parlamentares, governo, e relações marcadas por um alto grau de visceralidade.

Transcendendo o objeto da presente, e por falar em documentos secretos, reafirmo a minha total oposição a que haja, na área pública, tal categoria de documentos. Em os havendo, não há como não admitir que em todos os países do mundo, em particular em todas as chamadas democracias do mundo, há um pequeno (?) câncer ditatorial em desenvolvimento. Verdade que as coisas pioram bem se temos uma imprensa ameaçada ou comprometida com o poder. Se à imprensa cabe a apuração honesta e contextualizada dos fatos, se esse é o ofício da imprensa, se é esse trabalho que a justifica, calar-se enquanto os governos segredam coisas é sintoma de autodestruição.

Parece exagero, sempre parece exagero, mas tenho a sensação de que hoje em dia, sobretudo nas democracias do mundo, o precário equilíbrio entre poderes (difusos) repousa quase exclusivamente na liberdade de imprensa e no uso responsável de tal liberdade. Sem ela, e sem o seu correto exercício, a sociedade civil, distante demais do poder, sem canais ágeis para fiscalização e resposta, é presa fácil das eventuais loucuras de meia dúzia de iluminados.

Luiz Paulo Santana, Belo Horizonte

Expondo Favre e Maluf, com uma derrapada – Luiz Weis



Observem Minas

Uma análise mais profunda deveria ser feita aqui em Minas, nos veículos de imprensa. O governador e sua equipe nunca sofreram crítica dos jornais e televisões. Há denúncias de controle destes veículos por parte dos políticos, inclusive com demissão de funcionários que ousaram em seus jornais ou TV denunciar erros do governador. Exemplo é o do repórter Jorge Kajuru, demitido por pôr a boca no trombone. Sou funcionário público e a instituição em que trabalho esteve em greve por melhores condições de trabalho. Toda a mídia noticiou tendenciosamente a favor do governo, dizendo que havia risco no atendimento à população. Só que as causas não foram divulgadas…

Nosso governador Aécio Neves está numa escalada para a presidência, e tenta fazer campanha desde já, em cima dos mineiros e do Brasil, com a imagem de que está cortando despesas, colocando o Estado na linha. Quando ele cumprir seu mandato é que poderemos ver o resultado. Lembrem-se de como surgiu o fenômeno Fernando Collor de Melo, com a capa de caçador de marajás altamente realçada pela imprensa da época. E deu no que deu. Observem a imprensa mineira.

Alexandre Higino, auxiliar administrativo, Belo Horizonte



O crescimento é estratégia

Um economista disse recentemente que o governo Lula montaria alguma estratégia de impacto visando ajudar o PT nas eleições. O propalado salto na indústria parece ser este pulo do gato que o governo quer dar. Ana Paula Padrão toda noite só fala em recordes na balança, crescimento da indústria e empregos a toneladas. Agora leio no OI que parte da imprensa pende para o lado do patrão (editorialização etc.). É isso que parece estar ocorrendo na redação do Jornal Nacional e, pior, na do Jornal da Globo!

José Palhares, repórter, Manaus