Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Lula não se desculpou

Inicialmente quero agradecer a referência ao meu nome – dentre tantos outros que foram ‘denunciados’ pelo PT, sem provas e que até hoje não receberam qualquer reparação. Parabéns pelo seu artigo. Já passa da hora de se cobrar do governo Lula e do PT o mal que causaram aos outros. Mas não reconheço, na fala do presidente, qualquer pedido de desculpas implícito. Ao contrário, o que vejo é a arrogância de quem só considera ‘denuncismo’ e ‘difamação’ as coisas (mesmo as verdadeiras) que dizem deles.

A cada oportunidade que tenho reitero a cobrança a eles, de reparação das calúnias que assacaram contra mim. Se tivessem um mínimo de sinceridade já teriam se penitenciado – ainda que em caráter privado. Mas não o fizeram. Já perdi a conta do número de vezes em que remeti a eles a íntegra da ‘investigação’que fizeram contra mim, pedindo que apontassem um só indício de que eu tenha cometido qualquer ato, ilegal, imoral ou anti-ético. Eles simplesmente ignoram.

Portanto a minha última esperança é mesmo a Justiça, a que recorri contra aqueles que me detrataram. Mas, mesmo assim, isso levará muitos anos.

Eduardo Jorge

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Palavras com sotaque

A palavra ‘menas’ e a expressão ‘risco de morte’ já despertam reações de estresse pós-traumático em muita gente. Tem outro termo que tenho visto há alguns anos na imprensa, mas que nunca vi na escola (devo ter faltado): ‘presidenta’. É horrível. Será que isso pode contaminar outras palavras, como ‘residenta’, ‘depoenta’ etc? Vai parecer sotaque alemão.

Eliane Scherb, psicóloga, São Paulo

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Nota do OI: Prezada leitora, residente e depoente não têm feminino; já presidente, sim: é presidenta.



Jornais sem serventia

Alguns jornalistas vêm notando que os jornais encalham nas bancas com mais freqüência e nós, os leitores mais pobres, podemos acrescentar mais alguma coisa que ajude a entender a situação. O cidadão normal compra o jornal para informar-se com segurança sobre a situação do país, da sociedade ou ver o anúncio de algo que lhe interesse, mas logo se arrepende dos cobres que gastou, pela profusão de notícias tendenciosas, pela ausência de outras ou acaba tropeçando em anúncio enganoso que o leva a gastar dinheiro. Mas não consegue identificar quem mandou publicar tal propaganda, porque o jornal não se sente na obrigação de zelar pela idoneidade de sua publicidade. Quantos já foram enganados por anúncios de venda de carros?

Mas sente-se ainda pior quando um jornal informa que o governo reajustou o salário mínimo em 260 reais e publica as justificativas dos governantes sem defender os interesses dos cidadãos mais pobres. Neste caso, de interesse geral da nação, os jornais deveriam ter aprofundado o assunto e combatido o governo por ter implantado tão miserável quantia como salário de referência. Afinal, se o povo comprava muito poucos jornais, agora passará a comprar ainda menos.

A divulgação de notícias governamentais sobre melhoria em diversos setores, que ninguém vê, pressupõe que os jornais não estão do nosso lado. Assim sendo, ficam encalhados nas bancas.

Marcos Pinto Basto, São Vicente, SP