Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Sofrendo de amnésia

Parece que o PT, pelo menos alguns setores do partido e do governo, estão sofrendo de amnésia. Alguns dias atrás, pois, historicamente, anos são como dias, os jornais deste país publicavam versos de Camões e receitas de bolo. É claro que vários profissionais da imprensa, heróis da resistência, e alguns veículos de comunicação, foram feridos, perseguidos, fechados, mas, não se dobraram diante do arbítrio, dos porões da ditadura, dos atos mais covardes, torpes, aos quais foram submetidos, juntamente com toda uma geração, e finalmente toda a sociedade brasileira.

Esse jovem partido político, juntamente com os seus dirigentes, hoje governando o Brasil, foram testemunha ocular dos fatos, e beneficiários do resgate da democracia. Alguém, com um mínimo de lucidez, ainda não embriagado totalmente pelo poder, precisa passar alguns filmes da época, arquivos das redes de TV, para reviver e refrescar a memória desses aprendizes de ditadores, entorpecidos e inebriados pelo poder, esquecendo-se de que em qualquer parte do mundo civilizado cabe à imprensa lugar de destaque, e singular papel, como guardiã de uma sociedade livre e soberana. Submetendo-se, tão somente aos seus leitores e organismos internos, como os sindicatos da categoria.

Gil Magno Generoso, publicitário, Belo Horizonte



Jogo nesse time

Bravo, Dines. Não sei aonde esse governo e esses jornalistas da CUT-Fenaj – unidas em defesa da mordaça – querem chegar. Não tenho o mesmo prestígio dos colegas que você relaciona, contrários a esta idéia estapafúrdia. Mas, já com as chuteiras penduradas, jogo nesse time.

Mário Moura, jornalista, Itatiaia, RJ



Sejam agressivos

Considero um analgésico, ainda que paliativo, frente ao poder econômico da grande mídia, contarmos com jornalistas do quilate de Alberto Dines, Luis Nassif, Heródoto Barbeiro, Arnaldo Jabor, Roberto D’Ávila, outros tantos, extremamente sóbrios e concisos nas matérias. Quanto à citação em relação à responsabilidade do controle do conteúdo, ao qual expomos nossos entes: gostaria não apenas de sugerir, mas de reivindicar, aos jornalistas de íntegra reputação e história dentro da mídia, com respeitabilidade, que fossem mais agressivos quanto ao ‘lixo’ a que estamos expostos a todo o momento, de maneira involuntária, já que a mídia invade nossa privacidade de maneira descarada. Como podemos pregar a democracia aos nossos filhos, se somos obrigados a ser ditadores autoritários, para evitar no mínimo constrangimentos ao nos reunirmos à frente da TV ou do rádio?

Orestes Ferrari Junior, assistente administrativo, Limeira, SP



A culpa é de vocês

Se o governo está querendo impor limites ao jornalismo, de quem é a culpa, senão dos próprios jornalistas?

João Freitas, autônomo, Rio de Janeiro



Perda de tempo

Certa vez, em conversa descontraída entre amigos, um deles surgiu com a seguinte perguntinha ‘piadista’: ‘Pessoal, sabe a diferença de um médico para um jornalista?’ O amigo completou: ‘É que o médico pensa que é Deus, mas o jornalista tem certeza…’

Achando que toda essa discussão sobre CFJ é uma perda de tempo sem tamanho, me vem à mente que faz inteiramente sentido qualquer posição contrária à implantação dessa anomalia (…). Afinal, que Congresso Nacional (escolhido por miseráveis brasileiros?) terá competência de avaliar, votar, decidir, aprovar uma regra que controlará deus? Enquanto isso, nós todos, outros profissionais, e aqui vale dizer, até os médicos, pobres mortais, teremos, sim, que estar submetidos a conselhos de classe.

Flávio Dantas, professor, São Paulo



Governo insano

‘Naufrágio à vista’ é mais um brilhante apanhado do Alberto Dines sobre a insanidade deste governo. De fato, Dines é fundamental, essencial! Parabéns pela lucidez, pela coerência, pela objetividade, pelo preparo e, sobretudo, pela coragem de, sendo o jornalista que é, transformar-se em porta-voz de milhares de brasileiros que estão como que a viver sem saber para onde estão indo. Que governo é esse? Que democracia é essa? Dines, receba o abraço de uma pequena multidão de fãs de Brasília e de Goiânia.

Sandra Carvalho, hoteleira, Brasília