Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Triste sina

Sobre os ‘argumentos’ de Bill Gates, conforme colocados pelo autor do artigo: a) ‘o software livre não gera empregos, e, portanto, não tem relação com o desenvolvimento econômico’. Isso evidentemente é falso. Há muitos profissionais trabalhando hoje (por dinheiro) com software livre. E muitas empresas lucrando com ele; b) ‘não há garantia de qualidade em softwares livres, pois estes são feitos ‘à noite’’. Garantia de qualidade é algo que eu não sei se existe em algum software. Software livre, definitivamente, não oferece qualquer garantia e isso inclusive consta da GPL, se não me engano.

Dá para perceber que o objetivo do autor ao escrever este artigo nunca foi refutar as ‘falácias’ de Bill Gates, mas extrapolar, em muito, o significado do movimento do software livre, enxergando nele a possível gênese de uma, digamos assim, ‘alternativa’ ao modo de produção capitalista. O que tal movimento definitivamente não é. Como o autor pode vir a constatar, caso não tenha medo de se decepcionar profundamente, o software livre é a base sólida que sustenta muitas atividades perfeitamente inseridas no contexto do capitalismo que ‘coisifica’ o pobre coitado do trabalhador. De fato, muito software livre que tem por aí (cito, por exemplo, o Zope) é mantido por empresas, que abrem mão do direito de vender cópias do software para lucrar com a prestação de serviços a ele relacionados. Além disso, um contingente razoável dos ‘voluntários’ que contribuem para o desenvolvimento de software livre é pago para fazê-lo por empresas como a Red Hat, maior distribuidora do Linux.

Enfim, nem o desenvolvimento de software livre escapa de ‘coisificar’ o infeliz do proletário. Triste sina… a dos arautos do ‘outro mundo possível’. Nem tanto dos proletários, pois eles, tendo uma casa confortável para morar, um carro na garagem e comida farta na mesa, pouco se importam se o fruto do seu trabalho lhes pertence ou fica com o patrão.

Roberto Veiga, Uberlândia, MG



Pensamento paradoxal

O jornalista Antonio de Pádua Melo Neto padece do mal que assola todo esquerdista, o pensamento paradoxal. Fala mal de algo que assegura sua subsistência, o trabalho. Tenta rejuvenescer a velha teoria marxista da ‘mais-valia’, já desmascarada por contemporâneos do velho Karl, que detesta negros e ‘usa’ sua empregada doméstica, mas jura de pés juntos, embora ateu confesso, que ‘adora’ os trabalhadores. O cerne de todo esquizofrênico é o paradoxo, a mente dividida. Fico imaginando se haverá hospícios em numero suficiente no futuro para a platéia marxista.

Joseph Charles Olivie, analista de suporte, São Paulo

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Para muitos, bobeira

Acho que a relação jornal/site/internauta passa pelo acesso pago também. Há quem considere um desrespeito ao assinante, e uma bobeira financeira, a leitura não-paga feita pela internet. Em Criciúma (SC) há três jornais diários. O Diário de Criciúma, onde escrevo, não tem edição online.

André Roldão, colunista de jornal, Criciúma, SC