Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Apenas um escândalo político

O Jornal Nacional de 11 de dezembro tinha ganchos e mais ganchos para explicar aos telespectadores o que é a dioxina, que foi usada para envenenar Viktor Yushchenko, líder da oposição ucraniana, mas ficou só na substância química.

Isso irrita porque o Brasil não pode mais exportar ração para o gado europeu porque a nossa estava contaminada pela dioxina, que por sua vez havia contaminado o leite das vacas européias. Ninguém sabe cadê essa ração aqui no Brasil, seu excedente…

A dioxina também vai parar no ar que respiramos quando plásticos são queimados ou algum produto que a contenha é aquecido.

Vejam o que informa o site Consumidor Brasil (www.consumidorbrasil.com.br/):

(…) Recentemente foi descoberta uma contaminação por ‘dioxinas’ no leite de vaca produzido na Europa, originada de produtos importados do Brasil. As autoridades européias, depois de examinar uma ampla gama de possibilidades (detergentes, pesticidas, tintas etc.), concluíram que a ração diária do gado continha níveis elevados de ‘dioxinas’.

Vários componentes da ração foram analisados separadamente e o farelo de polpa cítrica, proveniente do Brasil, foi identificado como a fonte da contaminação. Em face do risco, em meados de 1998, a Alemanha proibiu o uso do farelo de polpa cítrica brasileira e a Comissão Européia, em seguida, também suspendeu estas importações para todos os países da Comunidade Européia [hoje União Européia].

(…) A gravidade da contaminação se acentua quando é sabido que a ‘dioxina’ é considerada hoje a mais violenta substância criada pelo homem, com seu grau de periculosidade ultrapassando o urânio e o plutônio. Além do que, a contaminação não se compara com agente tóxico comum que se possa ver, sentir ou medir por grama. A medida usada para aferir a ‘dioxina’ encontra-se na escala dos nanogramas, ou seja, um bilionésimo de grama.

Também não é segredo que as ‘dioxinas’ são produzidas, principalmente, ao se queimarem produtos químicos, como lixo plástico, borracha, pneus, pellets de carbono, solventes ou defensivos agrícolas, e podem também ser produzidas por reação química ou calor.

Mas a imprensa não está preocupada em esclarecer coisa alguma.

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Jornalista em Florianópolis