Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Os talibãs da moral dos outros

Maurício de Sousa, o grande desenhista dos quadrinhos brasileiros, recebeu prêmio da ONU por sua campanha contra o racismo, foi símbolo revolucionário no Timor Leste (que, como colônia revoltosa da Indonésia, estava submetida à proibição de falar sua língua, o português), transformou-se num ícone no Japão com o pacífico dinossauro Horácio. E é o demônio em forma de gente para um grupo de fiscais da moralidade dos outros, um instituto mantido por herdeiras de um grande banco e que já o denunciou, entre outros crimes, por aceitar propaganda em suas revistas e ser um dos responsáveis pela obesidade infantil no país. Responsável pela obesidade infantil por aceitar publicidade de produtos que, considera o instituto, têm baixo valor nutritivo (este colunista, a propósito, não gosta desse tipo de produto, e é gordo do mesmo jeito); e, caso não aceitasse propaganda em suas revistas, como é que sobreviveriam?

Este tipo de questão não incomoda o instituto denunciante: o objetivo não é buscar soluções para problemas que identifica, mas denunciar quem acredita em outras ideias.

Denunciar, aliás, é a palavra exata: não se trata de um debate, de uma polêmica, de uma divergência de ideias. Trata-se efetivamente de denúncias ao Ministério Público, visando compelir o desenhista a fazer o que o instituto manda e a desistir de fazer o que o instituto condena.

O problema do instituto, diga-se a bem da justiça, não é Mauricio de Sousa: é todo esse pessoal que faz coisas sem pedir licença. Já brigaram com o McDonald's, por oferecer brinquedos gratuitos a quem compra determinados sanduíches (e, no caso, o colunista é absolutamente isento: só come sanduíches dessas redes internacionais de fast food se não houver mais nada para substituí-los); e com a Ferrero Rocher, por colocar um brinquedinho dentro do Kinder Ovo. Agora estão brigando com um cliente de Maurício de Sousa: a Vedacit, por ter lançado uma linha de impermeabilizantes com – veja só que coisa nefanda, terrível! – nomes de personagens da Turma da Mônica.

Qual a alegação? Que a Turma da Mônica não combina com produtos químicos, como os impermeabilizantes (quem faz publicidade para a Vedacit certamente não concorda com essa análise – e, além do mais, escolher personagens que nada têm a ver com o produto pode prejudicar o produto, não a sociedade). Que mais? “Entre os muitos abusos cometidos pela empresa, um dos mais graves é promover um produto químico para o público infantil. É inadequado, já que as crianças sequer devem manusear os produtos”.

E quem diz que são as crianças que compram impermeabilizantes, ou que os manuseiam? Normalmente, quem escolhe o impermeabilizante é o empreiteiro da obra; e, quando o próprio contratante escolhe o produto, não é ele que o aplica, nem seus filhos ou netos.

O curioso é que, quando o banco do qual as mantenedoras do instituto são herdeiras usa bebês na publicidade, aí não surge qualquer protesto: no caso, vale o trabalho infantil, vale o bebê ficar sob luzes fortes, vale uma pessoa que ainda não tem idade para saber o que está fazendo emprestar sua imagem para uma empresa vender seus produtos.

Como não diz o provérbio, cisco no olho dos outros é colírio.

 

A turma dos bons

A propósito, outro dia uma das mais importantes instituições educacionais do país, a Escola Panamericana de Artes, completou 50 anos. Fez uma bonita festa, juntou alguns dos grandes artistas plásticos do país em torno de seu fundador e comandante, o visionário Enrique Lipszyc, lançou um livro magnífico, belíssimo, com direção de arte de Oswaldo Miran e Guilherme Zamoner e o bom texto de Cláudia Ferraz.

Lá, na Pirâmide de Vidro, marco da arquitetura contemporânea de São Paulo, estavam Ziraldo, Zélio, Ciça – e, naturalmente, Maurício de Sousa. Um sucesso: a fila era tamanha que este colunista desistiu de esperar o autógrafo. Agora será preciso marcar um encontro para pegar o autógrafo. E aproveitar para um bom e sempre agradável bate-papo com Lipszyc, o argentino que ajudou a moldar as modernas artes plásticas brasileiras.

 

E os nomes!

Primeiro foi o PFL velho de guerra achando que era preciso mudar de nome para crescer (aliás, desde então só encolheu). Mudou para “Democratas”, assim mesmo no plural. Digamos que o caro colega entre no partido. Será identificado como Fulano, “democratas”. Ou pior: relembrando um dos nomes do Canhoto, do Coisa-Ruim, do Satanás, vulgo Satã, do Belzebu, de Asmodeu, do Chifrudo, de Lúcifer, do Demônio, o “democratas” virou simplesmente “demo”.

Agora o velho Partido Comunista Brasileiro, o Partidão, que tinha virado PPS, juntou-se ao PMN para formar a Mobilização Democrática – Mode. Os adeptos do novo partido serão, portanto, os “modes”. Este nome não lembra uma antiga e famosa marca, que chegou a se confundir com o nome do próprio produto?

 

Recordando

Numa famosa entrevista à Playboy, quando era o candidato comunista à Presidência da República, o hoje comandante dos Modes, Roberto Freire, contou a história de uma eleitora que o considerava o melhor candidato – “pena que fosse comunista”. Freire respondeu: “Mas eu sou o melhor candidato porque sou comunista”.

Na ocasião, o Partido Comunista Italiano tinha mudado de nome para PDS, Partido della Sinistra (partido da esquerda). Perguntaram a Freire se o Partido Comunista Brasileiro iria mudar de nome. “Jamais”, garantiu Freire. “Isso seria enganar o eleitor e é coisa que não fazemos”. Não muito tempo depois do PCB virou PPS.

 

Tentando entender

Propaganda na TV da Justiça Eleitoral, sobre a necessidade de manter regularizado o título de eleitor. Aparece um personagem dizendo que votou limpo nas últimas eleições.

E que quer dizer “votei limpo”? Que o personagem evitou votar em mensaleiros, em fichas-sujas, em gente suspeita, em políticos que usam o mandato apenas para conseguir um novo mandato?

Pelo jeito, não é bem isso: aparentemente, o “votei limpo” quer dizer que o cavalheiro votou nas últimas eleições, assinou a ficha de votação, recebeu os carimbos e canhotos de praxe e está, portanto, sem nenhuma pendência com os tribunais eleitorais. Parece que é algo assim. Mas não é o que o moço diz, não.

 

O dono vs. o jornal

A abertura da coluna da semana passada, sobre o tradicional O Estado de S. Paulo e sua versão atual, motivou uma série de e-mails de leitores. Um respeitado articulista do jornal narra seu afastamento recente e sua ação trabalhista contra a empresa; e ressalva a posição de Ruy Mesquita, que sempre teve com ele, informa, um comportamento impecável. Outros contam histórias de Victor Civita, fundador da Editora Abril, sempre próximo dos funcionários. Seriam muitas, muitas histórias. Mas uma, especialmente, vale a pena transcrever.

É de Luiz Ernesto Kawall. Luiz Ernesto foi chefe da sucursal da Tribuna da Imprensa em São Paulo, nos tempos em que Carlos Lacerda dirigia o jornal; foi assessor de imprensa do governo Abreu Sodré (e um dia ainda vai contar seu papel na proteção a perseguidos pelo regime militar, entre eles Geraldo Vandré). Montou com seus recursos pessoais uma excelente coleção de gravações de pessoas famosas, que serviu de base ao Museu da Imagem e do Som, por ele criado (e ao qual a coleção foi doada). A família também é notável: uma grande artista plástica, Grace Kawall, uma excelente chef de cuisine, Sylvia Kawall, dona do restaurante Osório, em São Paulo, sempre gente de primeira. Segue o depoimento de Luiz Ernesto:

Dr. Julinho fura O Estado

“Caro Brickmann: seu artigo sobre o dr. Julinho e o nosso Estadão é vero. Assino em baixo. Conto uma, como personagem diretor – que aconteceu comigo, em 1958. De quebra, o Cláudio Abramo, de saudosa memória.

“Copa do Mundo, o Brasil é campeão. Meu jornal, Tribuna da Imprensa, tinha um convênio com o Estadão. Eu era então o chefe de redação, em São Paulo. Tinha justamente substituído o Cláudio Abramo. Lacerda, meu paraninfo (turma de 1951 da Cásper Líbero) me escolheu para o posto. Ao mesmo tempo fez um acordo com o Estadão, via dr. Julinho. Todos os dias, à noitinha, após o trabalho na sucursal, eu passava no Estadão, levantava as últimas notícias, fotos principais etc. Fechava o malote e ia despachá-lo para o Rio, em Congonhas. Não havia linha direta, nem fax, nem internet. Era duro, cansativo, mas era assim naqueles tempos.

“Voltando ao dia em que o Brasil ganhou a Copa, Lacerda liga do Rio. Era domingo, lá pelas 5 horas.

“Luiz Ernesto, vá já pro Estadão, e pegue umas cinco ou mais fotos do Brasil campeão. Leve urgente ao aeroporto. Vamos sair mais cedo amanhã (a Tribuna era vespertina). Veja se tem foto do Pelé.

“Pus-me a campo. Num instante estava no Estadão. Redação, rápido. Repleta de jornalistas, fotógrafos. Também o Estado preparava edição extra, completa. Na mesa semi-redonda, o Cláudio Abramo comandava. Dava ordens, agitado… Depois de muitos anos, desde a primeira disputa em 1930, o Brasil ganhava uma Copa! O menino Pelé, 17 anos, era o herói. Vi as fotos, muitas, ótimas, na mesa repleta. Do outro lado, olhando o movimento, austero, mas muito interessado, o dr. Julinho.

“Aproximei-me, com cumprimentos, expus logo ao Cláudio que queria as fotos da Copa, o Lacerda telefonara do Rio, era urgente.

“Agora vem a notícia e o motivo do título. O Cláudio argumentou presto, rápido, que seria impossível ceder as fotos. O Estadão tinha acordo de exclusividade com a Reuters. Se a Tribuna publicasse alguma foto do Estado, o jornal poderia ser processado. Quem conheceu o Cláudio sabe de suas vigorosas falas. Quis argumentar, cheguei a iniciar uma resposta, mas o Cláudio fechou a cara, já se dirigia aos colegas, eu estava literalmente na mão. Dei um tchau sem graça, o dr. Julinho, impassível, assistia ao diálogo.

“Saí da redação, fui até o elevador, estava chateado, o que diria no jornal, logo naquele dia da Copa? O Lacerda, principalmente, não iria aceitar! Enfim, ossos do ofício… O elevador não se abrira ainda e quem vem até meu encontro, com seu passo miúdo, com cara jovial? Era o dr. Julinho, que escondia embaixo do suéter e logo me entregou um maço de fotos, com ar alegre.

“Olhe, mande estas fotos da Copa para o Carlos. Diga que eu é que lhe mandei… com um abraço amigo.

“O elevador chegara e agradeci. E a porta ainda não fechara e o velho capitão do Estadão confidenciou: “E não diga nada a ninguém sobre estas fotos… nem ao Cláudio.

“Em três tempos eu já estava no aeroporto. A Tribuna lavou a égua com a vitória do Brasil, Pelé & Cia. Nunca contei essa façanha pra ninguém. A Tribuna da Imprensa furou a imprensa com fotos exclusivas do Estadão. Com um repórter chamado dr. Júlio de Mesquita Filho.”

 

Questão de precisão 1

Quantas foram as vítimas da explosão da fábrica de fertilizantes nos Estados Unidos? De acordo com um dos maiores portais noticiosos da internet, a explosão deixou “entre cinco e 15 mortos”. E informou que “entre três e cinco bombeiros estão desaparecidos”. Quantos, enfim? Nenhum dos números informados pelo portal está correto: só de mortos, na sexta-feira (19/4), já havia 27.

 

Questão de precisão 2

A prefeitura paulistana fez amplo relato de suas ações para remover publicidade irregular. Começou com aqueles números estranhos: disse que 438.386 m² foram pichados no primeiro trimestre do ano. Pode até ser – mas, se o número está certo, foi por acaso. Ganha um discurso do senador Suplicy sobre renda mínima que tiver encontrado algum funcionário municipal medindo a área grafitada. O repórter, claro, poderia ter pedido à fonte a planilha com as medições; mas, puxa, e se a fonte ficasse chateada? É melhor deixar o leitor desinformado.

A história lembra um pouco os cinco milhões de índios que, segundo a imprensa, viviam no Brasil na época do Descobrimento. Tudo bem, mas quem é que os contou? Quem fez o recenseamento? Se até hoje, com satélites, GPS, tudo isso, de vez em quando ainda se descobre uma tribo desconhecida, como é que as coisas funcionavam em 1500?

 

É brasileiro e muito bom

O Newseum, de Washington, pertinho da Casa Branca, é um excelente museu de veículos de comunicação e uma aula de História narrada a partir do noticiário jornalístico. O público adora; o TripAdvisor, maior site de turismo do mundo, o classifica em sexto lugar entre as atrações turísticas de Washington.

Pois bem: um jornal brasileiro de circulação dirigida e gratuita, o Diário do Comércio, dirigido por Moisés Rabinovici, teve a primeira página do atentado da Maratona de Boston apontada pelo Newseum como a melhor do mundo – a primeira das Top Ten, as Dez Melhores. Foi uma belíssima capa, estilo Jornal da Tarde (onde, aliás, Moisés Rabinovici trabalhou por muitos anos): vale a pena ver em http://www.newseum.org/todaysfrontpages/topten.asp, lista do dia 16/4.

 

O mulato de olhos verdes

Há quem diga que foi o primeiro Pelé. Houve quem dissesse, quando Pelé se tornou o maior jogador do mundo, que ele tinha sido melhor do que Pelé. Há quem diga, também (mas isso não deve ser verdade, já que o número de jogos disputado na época era menor, que fez mais gols do que Pelé). Não importa: o que vale é saber que, no início do século passado, houve no Brasil um craque fora de série, um monstro dos gramados, filho de um alemão louro com uma negra brasileira, que levou o Club Athletico Paulistano, que à época tinha um excelente time de futebol, ao título de tetracampeão paulista – um título jamais repetido, nem mesmo pelo Corinthians de Cláudio, Luizinho e Baltazar, nem mesmo pelo Santos de Pelé, Pagão e Coutinho.

Arthur Friedenreich, que jogou de 1909 a 1935, foi eternizado com um busto de bronze no Paulistano. E agora ganha uma biografia, elaborada por um jornalista de alta competência: Luiz Carlos Duarte. O livro Friedenreich – a saga de um craque nos primeiros tempos do futebol brasileiro será lançado na terça-feira (23/4), a partir das 18h30, na Livraria da Vila da Rua Fradique Coutinho, 915, em São Paulo. Vale a pena.

 

Guerra à crise

Todos os meios de comunicação estão sujeitos a cometer erros – às vezes de fato, às vezes de interpretação; estão sujeitos também a aceitar como boas as informações de uma fonte com interesses que o veículo não conhece. Coisas desse tipo prejudicam negócios, arrasam famílias, destroem reputações, prejudicam imagens. No dia 7/6, às 18h30, o experiente jornalista Ricardo Feltrin lança Como lidar com crises, jornalistas e outros predadores, na Livraria Cultura da Avenida Paulista, em São Paulo. Feltrin mostra como enfrentar esse tipo de problema, como contornar crises, como se relacionar com a imprensa de modo a minimizar acidentes.

 

Como…

De um grande jornal impresso, de circulação nacional:

** “2 a 1 foi o placar da vitória do Vasco sobre o Quissamã, pela penúltima rodada da taça Rio. Dedé, Tenório (ambos de cabeça) e Tiaguinho (pênalti) marcaram para o time de São Januário. Gustavo fez o gol do Quissamã , que foi rebaixado”.

Agora, contemos: um de Dedé, um de Tenório, um de Tiaguinho. Dá 3, né?

 

…é…

O mercado do petróleo é mesmo difícil de entender. De acordo com a classificação As marcas mais valiosas do Brasil, informa um boletim especializado, respeitadíssimo, “a empresa teve redução no valor da marca, atingindo US$ 5,7 milhões ante US$ 10,5 bilhões registrados em 2012”. Se jornalista se importasse com a diferença entre milhão, bilhão e trilhão, e desse os números certinhos, o caro colega já imaginou o tamanho da queda?

 

…mesmo?

Do portal noticioso de um grande jornal:

Título: “Grêmio vence, mas fica em segundo e enfrenta Santa Fé”

Texto: “O Grêmio empatou com o Huachipato por 1 a 1(…)”

A informação correta é a do texto. A do título é só para agradar a torcida.

 

No capricho

A internet nunca nos falha. O texto abaixo é várias vezes notável.

“O ciclo do técnico Miguel Ángel Brindisi à frente do Independiente não começou bem. Campeão mundial de 1978 pela seleção argentina, ele foi assaltado nesta terça-feira (a propósito, a matéria é de quinta-feira) enquanto concedia uma entrevista por celular à uma rádio (sim, saiu com crase).

“Para estupefação dos próprios apresentadores, Brindisi teve o seu relógio roubado. Por sorte, os assaltantes resolveram não fazer nada demais e foram embora”.

Ainda bem que os assaltantes, tão bonzinhos, não fizeram nada demais. Só assaltaram o técnico e levaram seu relógio – isso enquanto ele dava entrevista à uma rádio.

 

Mim doente

Os leitores não perdem por esperar: logo, graças à ação combinada dos meios de comunicação, estarão falando como índios de filme americano (ou, talvez, como Tarzã, lembra? Me Tarzan, you Jane).

Do portal noticioso de um grande jornal, a notícia sobre a internação do ministro Aloízio Mercadante, que não estava se sentindo bem:

** “O ministro fará dieta alimentar, tomar remédios e manter repouso (…)”.

Assim cara-pálida de careca escondida e bigode grande ficar bom logo.

 

E eu com isso?

Chega de números: número é muito chato e a gente nunca sabe quando estão certos ou não. O negócio é frufru. Aí está tudo certo: o pessoal curte, vai à praia, almoça, janta, sensualiza, se diverte, muda o penteado – coisas, enfim, palpáveis.

** “Taylor Swift se diverte na Disney”

** “Cauã Raymond almoça em restaurante no Leblon”

** “Thalia posta foto com vestido que a mãe usou em seu batizado”

** “Natália Inoue faz topless na praia e ri para foto”

** “Chimpanzé de Michael Jackson está abandonado”

** “Grávida pela segunda vez, Samara Felippo faz compras”

** “Saiba onde Zac Efron machucou a mão”

** “Fernanda Vasconcellos aparece com maquiagem errada e espinhas no rosto”

** “Metade dos seguidores de Justin Bieber são falsos, diz estudo”

** “Leandro e Natália Guimarães irão se casar após nascimento de gêmeas”

** “Macaulay Culkin esconde o rosto e empurra fotógrafos ao deixar casa noturna”

** “Após boato, Fiuk e Sophia Abrahão assumem relacionamento na web”

“Relacionamento na web” será aquilo que se chama de “namoro virtual”?

 

O grande título

O pessoal anda caprichando. Há títulos de todos os naipes. O difícil de entender, por exemplo:

** “Vírus brasileiro manipula boletos desvia pagamentos na web”

E deve estar envolvido em alguma maracutaia das bravas.

Há o título estranho, que leva a conclusões falsas:

** “Casa de menino morto em explosão recebe homenagens”

Por que alguém homenagearia uma casa?

Há os títulos que se tornam difíceis porque tentaram colocar todas as informações numa só frase:

** “Cientistas fazem cabras transgênicas contra diarreia infantil no semiárido”

Mas o grande achado, do jornalista Teodoro Meissner, está num anúncio de comida:

** “Frango bovino – kg 3,99”

De qualquer forma, é um título que faz pensar. Que será um frango bovino?

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Carlos Brickmann é jornalista e diretor da Brickmann&Associados Comunicação