Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

A entrevista que virou bagunça

A entrevista que o presidente Lula concedeu a quatro rádios do Rio e São Paulo na quinta-feira (24/11) foi parar nas primeiras páginas dos jornais no dia seguinte. Mas quem esquentou a entrevista não foram os ‘radialistas’ (e porque não ‘radiojornalistas’?). Foi o ministro Nelson Machado, da Previdência, que contrariou o presidente ao dizer que será difícil atender às determinações para acabar com as filas do INSS.


O incidente obscureceu alguns deliciosos detalhes da entrevista:


** A conversa que o presidente manteve nos intervalos com os radialistas, com graves acusações ao prefeito da cidade e à governadora do estado do Rio de Janeiro, foi reproduzida em todos os jornais e com amplo destaque. Por que razão essas declarações do presidente não foram retomadas depois do intervalo? O ouvinte não merecia, só os leitores de jornal? Ou era para ficar em off? Mas que off é este se foi reproduzido por todos?


** Num dos intervalos, o presidente elogiou a gravata do radialista Paulo Barbosa e este, prontamente, ofereceu-a ao chefe da nação.


** Em outro momento de ‘descontração’, fora do ar, o radialista Antonio Carlos, da Rádio Globo, pediu ao presidente para colocar na cabeça um boné da sua emissora, além de presenteá-lo com uma camiseta. A foto do presidente-garoto-propaganda saiu no dia seguinte no jornal Extra, do mesmo grupo.


Bagunça generalizada.