Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

A missão do mensageiro

Muitos reis, na Antiguidade, tinham o hábito de mandar matar os mensageiros que lhes traziam más notícias. O mundo evoluiu: hoje, os mensageiros não são mortos. Mas os donos do poder ainda preferem tê-los à distância. E os mensageiros são muito mais malvistos pelas notícias que levam do que pelas que trazem.


Os ingleses, para sufocar uma rebelião na Malásia, primeiro proibiram a presença de jornalistas. Os russos, quando entraram na Hungria, expulsaram os repórteres estrangeiros que estavam por lá e fecharam as fronteiras. Hosni Mubarak busca a mesma tática: afastar do Egito os olhos da imprensa, para que tenha as mãos livres, longe de testemunhas, no combate aos revoltosos.


Com Twitter, Facebook, internet, o número de mensageiros cresce de tal maneira que é impossível controlá-los. Mas os jornalistas continuam sendo vítimas: imagina-se no Poder que, sem o testemunho pessoal dos repórteres, as narrativas da própria população percam parte da força. Por isso ocorre a prisão de jornalistas, a intimidação, a agressão: para que vão embora ou, melhor ainda, para que continuem trabalhando, mas com cuidado para não desagradar as autoridades.


A prisão, intimidação e virtual deportação pelo governo egípcio dos jornalistas da Rádio Nacional e da TV Brasil foi prontamente respondida, com dureza, pelo governo brasileiro. Correto: isso indica às autoridades coatoras que podem estar ganhando adversários no plano internacional e perdendo votos em entidades que podem ser chamadas a opinar, como a ONU. Talvez por falha na leitura do noticiário, este colunista não tomou conhecimento de protestos de entidades jornalísticas brasileiras, em solidariedade aos colegas agredidos. Se não os fizeram, está mais do que na hora de agir.


 


O caso russo


A violência contra jornalistas brasileiros no Egito (que incluiu até a invasão de seus apartamentos no hotel e a obrigação de assinar documentos em árabe, sem que entendessem o que estava escrito) acabou ofuscando um pouco outro caso, também gravíssimo, acontecido na Rússia: a prisão e deportação do repórter Solly Boussidan, colaborador de O Estado de S.Paulo. Motivo alegado: ele teria entrado no país declarando que não iria trabalhar durante sua permanência, mas depois teria feito a cobertura do atentado no aeroporto.


Intenção é intenção, fato é fato. Havia um casal de repórteres em visita de turismo à Tunísia quando caiu o governo, e eles fizeram a reportagem – boa, aliás. Qualquer repórter, mesmo em férias, não deixaria de cobrir o atentado no aeroporto de Moscou. E Boussidan diz que nem fez isso: apenas transmitiu a um portal de internet o que as tevês locais comentavam sobre o atentado, e ninguém lhe havia encomendado matéria alguma para os dias seguintes. De qualquer forma, mesmo que tenha cometido uma infração administrativa, isso não justificaria passar uma semana na prisão, sem banho, com dois dias sem refeições, mais a deportação. Intimidar, isolar, afastar do país – a mesma receita do Egito.


 


A lei, ora a lei


O Ministério do Trabalho promete uniformizar os procedimentos de registro de jornalistas em todo o país. Ótimo: o país é um só, os procedimentos devem ser iguais em todos os estados. Mas o ministro Carlos Luppi, do PDT fluminense, ameaça também criar duas categorias de jornalistas: os diplomados seriam registrados como ‘jornalistas profissionais’ e os não-diplomados como ‘jornalistas’. É ilegal: viola uma decisão do Supremo Tribunal Federal. É imbecil: quer dizer que o Ricardo Kotscho não é profissional, porque não concluiu o curso? Se não é profissional, será amador? Precisará trabalhar de graça? E terá de sair do Sindicato dos Jornalistas Profissionais? E o Franklin Martins? Quando ele começou a trabalhar, aos 15 anos, nem poderia estar numa faculdade. Depois, quando entrou num curso superior, optou por Ciências Econômicas, primeiro, e Ciências Sociais, mais tarde. Deixa de ser jornalista profissional por causa disso?


Pior do que tentar criar diferenças entre profissionais da mesma profissão é a mania de achar que se pode driblar sentenças judiciais. Não, não se pode. E quando a Justiça é desrespeitada abre-se o caminho para o arbítrio, o que é péssimo para os jornalistas – até mesmo para os que fazem suas carreiras sem nunca ter apurado uma notícia, sem nunca ter assinado uma matéria.


 


A hora da boquinha


Nos tempos da TV a lenha, jornalista não pagava imposto de renda, tinha desconto de 50% nas passagens aéreas e não pagava a Sisa, o Imposto de Transmissão Intervivos, na compra da casa própria. Vantagens? Nem tanto: com os baixos salários, de qualquer jeito estaria isento de imposto de renda; não tinha dinheiro para viajar de avião, e só utilizava os 50% de desconto em viagens a serviço (ou seja, o ganho era das empresas); e comprar casa, definitivamente, só para os top da profissão.


Vez por outra, ressurge a tentação da boquinha. Agora, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, atendendo a pedidos do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, enviou projeto à Assembléia determinando que jornalista sindicalizado tenha meia entrada em eventos culturais – exposições, teatro, cinema, shows.


Por quê? Se o jornalista estiver a serviço, quem tem de pagar a entrada é a empresa. Se o jornalista não estiver a serviço, por que privilegiá-lo? Por que um cineasta, um metalúrgico, um médico pagam entrada inteira, e o jornalista meia? E por que só jornalista sindicalizado? Para levar alguém a sindicalizar-se, não porque isso seja conveniente, mas em busca de vantagens artificiais?


A Fenaj, naturalmente, apóia a boquinha: ‘Leis como esta não trazem nada de ilícito, ao contrário, devem ser tidas como um benefício para uma categoria que precisa constantemente de informação’.


As demais categorias, não precisam?


Mas o pior não é nem a boquinha: é a ocasião em que a boquinha foi anunciada, na entrega do Prêmio Cristina Tavares. Este colunista teve o privilégio de trabalhar com Cristina Tavares na revista Visão, até que ela resolveu se dedicar à política partidária. Cristina Tavares não aceitava boquinhas. E detestaria uma iniciativa como essa, ainda mais associada a um prêmio que leva seu nome.


 


Zero vírgula zero alguma coisinha


A notícia sai com destaque: Pânico na TV em primeiro lugar no ranking da campanha ‘Quem financia a baixaria é contra a cidadania’. É a quarta vez em que o Pânico ocupa a liderança. E o coordenador da campanha promete pedir ao Ministério Público que force a emissora que transmite o programa a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta.


Mas que é que significa essa liderança?


Em um ano, 113 pessoas se queixaram da baixaria do Pânico (o segundo no ranking, José Luiz Datena, teve 68 queixas em doze meses). No Brasil, existem aproximadamente 70 milhões de televisores. Fazendo uma conta simples, 113 queixas representam a sexta parte de uma fração ridícula do número de aparelhos do país. Se considerarmos que os aparelhos são ligados todos os dias do ano, essa porcentagem ínfima terá de ser dividida por 365. E é com base nisso que se noticia a sério que um programa deve ser denunciado ao Ministério Público? É provável que mais gente do que isso acredite que a Terra é plana, que a chegada do homem à Lua foi uma animação gráfica e que o chupa-cabras está à solta na cidade.


Note-se que a notícia é sempre dada em termos de ranking e que a informação sobre o número de queixas nunca está no lead. A comparação com o número de aparelhos de TV jamais é feita. A idéia é demonizar o programa, como se estivesse ofendendo a família brasileira; e censurá-lo, evitando a palavra ‘censura’.


A propósito, este colunista não gosta do Pânico na TV, como não gosta de vários outros programas, e jamais pensou em denunciá-los às autoridades. Quando não gosta de um programa, troca de canal. Ou desliga a TV. Ao que saiba, ninguém é obrigado a ver um só canal ou assistir à TV o tempo todo.


 


A partezinha pelo todo


A foto é clara, inequívoca: cinco ou seis cafajestes provocando os jogadores do Corinthians no treino, jogando champanhe no gramado, após a eliminação do time na disputa pela Taça Libertadores. O título é forte e equívoco: ‘Torcida protesta (…)’.


Que torcida, cara-pálida? Calcula-se que haja trinta milhões de corinthianos no país. Cinco ou dez são quantos por cento dessa torcida? Mas vamos mais longe: segundo o título e os textos, ‘torcida ameaça jogadores no aeroporto’, por ocasião de sua volta ao país. Segundo as fotos, que não deixam dúvidas, não há mais de trezentas pessoas no ‘protesto da torcida’. Certamente haverá, entre os leitores desta coluna, quem saiba fazer contas, e verifique quanto significam trezentos, quatrocentos, quinhentos, mil torcedores num total de 30 milhões.


O fato é que, dando indevido destaque a atos de vandalismo e banditismo, atribuindo a responsabilidade de poucos a uma coletividade imensamente maior, os meios de comunicação contribuem para a insegurança. Contribuem para declarações, como aquelas de um promotor, de que permitir que mais de 2% dos torcedores num estádio pertençam à torcida adversária do time mandante é abrir caminho para a violência. Ora…


1. se há dois times em campo, por mais que as autoridades lamentem, deve haver duas torcidas;


2. o correto é que as autoridades coíbam a violência, não que impeçam o público de assistir a um jogo de seu time.


Na Inglaterra, onde os hooligans por pouco não acabam com o futebol, a coisa foi resolvida: há câmeras nos estádios, há polícia, há autoridade. Quando alguém é detido por fazer baderna, no mínimo fica impedido de ir ao estádio por determinado período; e, nesse período, é obrigado a comparecer à delegacia, no horário do jogo, e ficar lá quietinho, sem atrapalhar a vida de ninguém. Se não aparecer espontaneamente, será preso; e aí terá pena comum a cumprir, daquelas em que o preso fica na cadeia (acredite, caro leitor: há países em que o preso fica preso!).


Na Itália, onde o racismo nos estádios é abominável, há forte campanha oficial, também com apoio da polícia, para que o crime seja qualificado como crime e punido como crime. Não se pode admitir, como aqui, que o crime praticado num estádio, ou nos centros de treinamento dos clubes, ou visando propriedades dos atletas, deixe por isso de ser considerado crime.


Quanto à imprensa, um pouco de precisão não faz mal. Algumas dezenas de pessoas não são ‘a torcida’. E, se essas dezenas de pessoas estiverem se dedicando ao vandalismo, não são torcedores: são baderneiros, vândalos, criminosos. É simples assim: chamemos as coisas por seus nomes que o noticiário fica muito mais claro.


 


Um bom debate


A boa escritora Ilana Casoy, cujos livros tratam de crimes reais violentos e assassínios em série, protesta no Twitter contra o download de suas obras na internet. Duas coisas, em especial, incomodam Ilana Casoy: primeiro, jogam o texto na rede, em word, sem qualquer garantia de que o texto seja o seu, sem qualquer compromisso com a integridade da obra (e a internet está atulhada de textos que se atribuem a Luis Fernando Verissimo, Ruy Barbosa, Eça de Queiroz, dependendo da imaginação de quem os escreveu); segundo, porque gastou tempo e dinheiro pesquisando e redigindo, e seus direitos autorais simplesmente são desrespeitados, isso tudo sem qualquer consulta a ela.


Ilana Casoy tem toda a razão. Seu patrimônio técnico, intelectual, artístico e financeiro é dilapidado. O problema é que até agora não se conseguiu equacionar, na internet, a questão dos direitos autorais; também não se conseguiu equacionar a questão da autenticidade dos textos. Pode-se escrever um artigo e assiná-lo com o nome de alguém, com idéias absolutamente opostas às dele; e a máquina da internet irá distribuindo e redistribuindo este artigo, sem que seja possível paralisá-la. Certas coisas parecem inacreditáveis: há anos, por exemplo, circula um texto informando que Alexandre Garcia foi demitido da Rede Globo por ter dado determinada notícia; e o texto continua circulando embora Alexandre Garcia continue participando, como sempre, dos programas da Rede Globo.


Este colunista não tem idéia de como se pode fazer para resolver estes problemas. Mas é preciso resolvê-los, para que a internet continue mostrando cada vez mais força; e para que os criadores literários sejam aqueles que têm algo a dizer (mesmo que preparem seus livros para download gratuito), e não apenas os que querem ser lidos a qualquer custo.


 


O livro das pistas


Rodrigo França, experiente jornalista de automobilismo esportivo, lança na terça-feira (8/2), na Livraria Cultura do Shopping Market Place, SP, o livro Ayrton Senna e a Mídia Esportiva, a partir das 19h. Para os aficionados, não dá para perder: além do livro, haverá um bate-papo sobre automobilismo esportivo entre o autor e outros monstros sagrados da área, Reginaldo Leme e Tiago Mendonça.


O livro comemora os 50 anos do nascimento de Senna e o papel dos meios de comunicação na construção de sua imagem de ídolo. ‘A cobertura jornalística da carreira de Ayrton Senna representa o melhor exemplo da estreita relação entre a mídia esportiva e sua necessidade de ídolos’, diz França.


 


Inculta e bela


Sílvia Zaclis, assessora de imprensa de primeira linha, não aguenta mais certos cacoetes de texto.


Exemplo 1 – ‘Perguntado sobre a Seleção, fulano etc., etc.’. É tradução mal feita do inglês, Sílvia. Vem direto do ‘asked if (…)’ O termo, aliás, é desnecessário: ‘Sobre a Seleção, fulano disse (…)’.


Exemplo 2 – ‘Vamos repercutir a notícia’. Ninguém repercute nada (a não ser que toque duas vezes o tambor). A notícia repercute ou não por ela mesma, e a imprensa registra a repercussão.


Há mais coisas, claro. ‘Exame de corpo delito’, em vez de ‘corpo de delito’; ‘baixou hospital’, em vez de ‘baixou ao hospital’ – ou, melhor ainda, foi levado ao hospital, foi hospitalizado, foi internado no hospital. Mas o que é que se pode fazer quando a presidente da República diz que sua visita à Argentina foi uma simbiose, e um grande jornal nacional escreve que a Guarda Civil Metropolitana ‘repreendeu com cassetetes’ um determinado protesto?


Este colunista imagina que ‘repreendeu’ entrou, por algum motivo, no lugar de ‘reprimiu’. Já o uso de simbiose naquele contexto é inexplicável – a menos que a presidente tenha pulado um trecho na leitura do discurso.


 


Como…


Do portal noticioso de um grande jornal, querendo corrigir o Diário Oficial da União, que chamou o indicado para o STF de ‘Luiz Pux’:


** ‘Planalto troca Lux por Pux em publicação de nomeação no D.O.’


O nome do futuro ministro não é Lux nem Pux: é Fux.


 


…é…


De um grande portal noticioso:


** ‘Austrália – Após enchentes que mataram 200 mil, país se prepara para pior ciclone tropical da História’.


Houve enchentes, houve mortos, haveria o ciclone. Mas ocorreu um certo exagero na morte de 200 mil: morreram vinte pessoas.


 


…mesmo?


De um grande jornal, de circulação nacional.


Na foto, quatro pessoas de idade, sentadas num banco de plástico.


Na legenda, ‘Carros que foram recolhidos ao pátio do DER na avenida Costa e Silva, em Ribeirão Preto’.


Na reportagem, informações sobre um estofamento eletricamente estimulado, desenvolvido pela USP para auxiliar no combate à osteoporose.


 


Precisão 1


** ‘ (Fulana) morreu em 26/2 (…)’


Bola de cristal é isso: estamos no início da segunda semana do mês e já temos notícias do final de fevereiro.


 


Precisão 2


De um grande jornal, noticiando os problemas do Vasco da Gama:


** ‘Na quarta-feira, a equipe sofreu a terceira derrota do ano. O time perdeu para o Boa Vista, por 2×1, no Engenhão’.


Quase: o jogo foi na quinta. E o Vasco perdeu por 3×1.


 


Precisão 3


Texto: ‘Brasileiro está com medo da inflação. Seis em cada 10 acham que o dragão vai voltar, diz pesquisa CNI’.


Título: ‘Otimismo’.


 


Mundo, mundo


O ator Charlie Sheen foi internado num hospital com fortes dores abdominais, que seus amigos disseram tratar-se de uma antiga hérnia, o que a imprensa publicou sem comentários. A internação ocorreu depois que Sheen, alcoólatra, promoveu uma festa de 36 horas em sua casa, com bebida à vontade e tendo como convidado especial um traficante de cocaína. Tão logo teve alta, internou-se numa clínica de reabilitação.


Este colunista lembra o caso de um amigo que, depois de uma noitada no sábado, comia feijoada gelada, rebatia (é ótima essa expressão, não?) com melancia, não conseguia dormir e punha a culpa na água com gás.


 


E eu com isso?


Houve época em que até a seção de falecimentos de um grande jornal era politizada. Morria um amigo do dono, morria alguém de família tradicional, saía em corpo 12, com texto rebuscado; morria um imigrante, saltava um corpo 6, com texto padronizado. Hoje liberou geral: todo mundo é notícia!


** ‘Ângela Ro-Ro recebe Preta Gil na estréia de programa’


** ‘Laptop enfrenta teste de espancamento’


** ‘Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert trocam carinhos em escada rolante’


** ‘Tara Reid aparece com dentes sujos’


** ‘Geisy Arruda vai contracenar com poodle rosa em programa de TV’


** ‘Adultinha, Suri Cruise testa batom na mão em loja de maquiagem e preocupa’


** ‘Ex do jogador Adriano posa sentada no vaso sanitário em ensaio’


** ‘Mulher é presa ao ameaçar castrar o marido durante sexo oral’


** ‘William Bonner acena para fotógrafo na porta de restaurante’


 


O grande título


Comecemos com aquele de duplo sentido:


** ‘Empresário de Belo agride o pagodeiro após descobrir seus negócios ‘por fora’’


Deve estar na moda: pouco antes de um jogo, no vestiário, Ronaldo Fenômeno foi fotografado com seus negócios de fora. Aliás, é um caso interessante: mostra o risco que pode trazer o excesso de fundos.


Há o caso da lancha insolente:


** ‘Resgatados 11 turistas que estavam em lancha que ameaçou afundar (…)’


Que estaria a lancha reivindicando para não cumprir sua ameaça?


E um título notável:


** ‘Homem de 47 anos descobre que é uma mulher de 57’


A explicação também é notável: fala-se em erro no registro. Mas tudo indica que outros detalhes passaram despercebidos.

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Jornalista, diretor da Brickmann&Associados