Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Deu no jornal: here comes the new Pefelê

Estamos só no começo de fevereiro, mas dificilmente o prêmio Cara-de-Pau de 2007 escapará do PFL.

O repórter Carlos Marchi informa no Estado de hoje que o antigo partido da ditadura militar, que então se chamava Arena, vai mudar ‘de nome, de estrutura, de estatuto e de programa’.

O nome ‘favorito para vingar definitivamente’, informa Marchi, é ‘Partido Democrata’.

Já seria cinismo suficiente o pessoal da velha Arena, ‘o maior partido do Ocidente’, como dizia o impagável Francelino Pereira, querer ser chamado de democrata. Mas essa é uma das tais palavras que os marqueteiros e publicitários adoram, como jovem, gratis, novo, moderno…

Só que tem mais. ‘A escolha do nome’, esclarece o repórter, ‘também pretende criar um vínculo de simpatia com o Partido Democrata americano, pois o PD brasileiro vai nascer num ano de preparativos de eleições nos EUA’.

Barbaridade, tchê, diria um gaúcho.

Quer dizer então que o partido de Antonio Carlos Magalhães e Jorge Bornhausen, dos velhos coronéis dos grotões e dos mais recentes coronéis da mídia eletrônica, das retrógradas elites nordestinas, do patrimonialismo e da privatização do Estado, o Pefelê, em suma, quer que o eleitor o associe ao partido americano historicamente identificado com o intervencionismo estatal e o sindicalismo, com a causa das liberdades civis e dos direitos humanos, o partido das grandes reformas sociais de Franklin Roosevelt e de Lyndon Johnson – este, à parte os horrores que mandou cometer no Vietnã, o presidente mais progressista da história dos Estados Unidos – enfim, o partido dos assalariados, dos negros, dos judeus, das mulheres, das metrópoles mais liberais da América e cujos presidenciáveis mais cotados para 2008 incluem o afro-americano Barak Obama, a senadora Hillary Clinton, o hispânico Bill Richardson e o campeão da luta contra o aquecimento global, Al Gore.

É ou não é a notícia mais divertida do dia?

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