Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

É um craque, salvo prova em contrário – como ele mesmo pediu

Aos 27 minutos de sua fala, o ministro Antonio Palocci finalmente pronunciou a palavra denúncias. Começou criticando a polícia e o ministério público de Ribeirão Preto. Não se furtará, disse, a esclarecer o que for, mas sem que se violem a honra e os direitos constitucionais – dele, evidentemente.

Queixou-se de que foi alvo de uma devassa por parte da polícia – o que, protestou, não é um critério constitucional de investigação.

Mencionou que pessoas falaram em “provas concretas secretas” contra ele. Hoje, na imprensa, as mesmas pessoas dizem que essas provas não existem, ressaltou. Declarou-se, a propósito, defensor da liberdade de imprensa. Mas quer tudo sempre “dentro da lei”.

”Eu não me considero uma pessoa acima de qualquer suspeita”, continuou. Mas reclamou das investigações politicamente motivadas contra ele.

Todos os contratos do seu primeiro mandato em Ribeirão Preto foram auditados e aprovados, disse em seguida. O seu alvo são as autoridades paulistas, não as CPIs, fez questão de distinguir.

Reafirmou, citando o que havia dito na coletiva de agosto, que não houve mensalinho em Ribeirão Preto.

Desmentiu o tucano Arthur Virgílio: não existem dois Paloccis.

Por que não processa Buratti ou órgãos de imprensa? Porque seria constrangê-los. Compreende, mas não aceita o que Buratti falou a seu respeito.

E a campanha do presidente Lula? “Não fui tesoureiro, mas coordenador do programa de governo, no lugar de Celso Daniel, o prefeito assassinado de Santo André. Não há recursos de Cuba na campanha do presidente Lula, nem de Angola, nem das FARC – mas tudo deve ser investigado.”

Não se furtará a dar todos os esclarecimentos que lhe forem pedidos: ‘Contem comigo para isso.’ Mas pede que se investigue tudo com equilíbrio e serenidade, para fortalecer e não enfraquecer as instituições.

O homem é um craque.

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