Os internautas são leitores mais detalhistas do que os de jornais impressos segundo os resultados do relatório 2007 do projeto Eyetrack, um estudo do Instituto Poynter, dos Estados Unidos, para observar os hábitos de leitura na internet.
Os internautas leram 77% do texto das notícias publicadas online enquanto os leitores de jornais tamanho standard pararam nos 62% e os dos tablóides não passaram de magros 57%.
As conclusões surpreenderam porque até agora se acreditava que a leitura na Web era superficial porque se trata de uma atividade 25% mais cansativa do que a leitura em papel.
Outra descoberta foi a de que depois de escolher uma notícia, 2/3 dos internautas lêem até o final do texto, contra apenas 50% dos leitores de jornais impressos. O índice de compreensão na leitura tanto online como no impresso, é 15% maior quando a notícia usa recursos como indexadores, listagem e classificações, em vez de texto corrido.
Fotos jornalísticas coloridas atraíram mais a atenção dos leitores de publicações impressas enquanto os internautas foram mais atraídos por ferramentas de navegação e pequenas manchetes.
O projeto Eyetrack usa um sofisticado equipamento eletrônico que acompanha o movimento do globo ocular de uma pessoa enquanto ela lê um texto. Esta é a primeira vez que o mesmo sistema é usado em jornais impressos, o que permitiu a comparação.
Seiscentas pessoas, que leram um total de 9.000 minutos em sessões de 15 minutos, participaram dos testes que serviram de base para o relatório 2006/2007 , o mais amplo de todos os quatro informes publicados até agora neste projeto cujo objetivo é verificar se a maioria das regras sobre organização e leitura de textos tem ou não base na realidade.
As pesquisas do Eyetrack são especialmente importantes para a redação online, um atividade que importou a maioria de suas regras do jornalismo impresso onde elas têm sido usadas de forma mecânica porque não houve tempo para verificar se elas funcionam ou não.
A maior intensidade de leitura de textos jornalísticos na Web contraria a idéia de que os internautas são superficiais, inquietos e que pulam de uma notícia para outra constantemente.