Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Globo em alta, Estado em baixa, Folha na mesma

Saíram os números finais sobre a circulação dos jornais brasileiros auditados pelo IVC em 2005.


O maior jornal do país, a Folha, pela primeira vez desde 2000 parou de perder leitores. Vendeu em média 307,9 mil exemplares por dia, 200 a mais do que no ano anterior. Ou seja, ficou onde estava. Em 2000, vendia 407,7 mil.


Naquele ano, o segundo colocado era o Estado, com 399 mil exemplares diários. Em 2005, o seu quinto ano consecutivo de queda, vendeu 230,9 mil jornais (menos 77 mil do que a Folha e menos 44 mil do que o Globo, que o ultrapassou em 2003 e desde então se mantém em alta).


Em outubro de 2004, o Estadão fez uma reforma gráfica e editorial não só radical, ainda mais considerando os padrões conservadores da casa, porém como de há muito não se via na imprensa diária nacional. Era de esperar que, em consequência, pelo menos parasse de perder leitores. Não parou.


No todo, a vendagem dos jornais aumentou 3,9%, sinal de que o gênero ainda tem muita bala na agulha para enfrentar a concorrência da internet e quem, sabe, desdizer os que o consideram praticamente fadado à extinção.


O bom ano jornaleiro se deveu sobretudo ao leitor-povão. Jornais de muita foto e pouco texto como o carioca Extra (terceiro do ranking geral), o Diário Gaúcho, de Porto Alegre, e o paulistano Agora não têm do que se queixar. A circulação total dos jornais populares cresceu 7% em 2005. A do Extra, 11,7%.


Dois dinossauros, a Gazeta Mercantil de São Paulo e o Jornal do Brasil do Rio, ambos do controvertido homem de negócios Nelson Tanure, estão no osso. A circulação da Gazeta (74,4 mil exemplares) caiu 16%. A do JB (68,2 mil), 10%.


Não está clara a relação entre as variações registradas em geral e mudanças na credibilidade das publicações. Os últimos dados a respeito (Ibope, maio de 2005) indicam que a imprensa diária é tida como o melhor e mais confiável meio de informação.


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