Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Good-bye Mr. Bush

     Vamos direto ao que interessa. Quanto o Brasil ganha com a visita de George Bush? Afinal de contas, business é business.
 
 1-Um afetuoso abraço no presidente Lula;
 2-Um navio-escola;
 3-Miçangas e espelhinhos;
 4-Nenhuma das anteriores.
 
      Em fim de mandato, Bush tem pouco oferecer ao Brasil, além daqueles acordos de cooperação que geralmente ficam esquecidos no fundo de um gaveta. No campo dos biocombustíveis, o Brasil pode vender etanol-biodiesel, usinas e tecnologia de flex-fuel.
      No ano passado, o País exportou mais de 3 bilhões de litros de álcool, segundo dados da Unica. Para os EUA, embarcamos 1,6 bilhão de litros, ainda que pagando a tarifa de US$ 0,14/litro. Mas este ano dificilmente devemos repetir (ou superar) esta marca. O presidente Bush não pretende derrubar a tarifa americana à importação de álcool. Para driblar esta barreira, só nós resta formar joint-venture com empresas do Caribe para montar usinas e exportar álcool por lá.
     Isto permite ao Brasil ganhar mais alguns milhões de dólares com a montagem de usinas.Quanto à tecnologia do flex-fuel, que foi desenvolvida no Brasil, dificilmente vai nos render alguns tostões. As patentes pertnecem às montadoras e a empresas multinacionais. Portanto, esta tecnologia já está disponível lá fora.
     O grande mercado para o álcool brasileiro é o próprio Brasil. A demanda doméstica está em plena expansão, impulsionada pelo sucesso dos veículos flex-fluel. Em 2006, 78% dos automóveis vendidos no Brasil eram flex. A frota brasileira de flex hoje representa 12% do total de automóveis do país. Em 2013, os flex serão 52% do total da frota, um crescimento fantástico (500%). Para abastecer todos estes veículos, o Brasil terá que dobrar a sua produção de etanol dos atuais 17 milhões de litros para 34 milhões de litros. 
     A produção de cana deverá se expandir nos próximos anos. Para 2010/11, a Unica projeta 560 milhões de toneladas. O crescimento se dá basicamente no Centro-Sul do país. Os canaviais estão mudando a paisagem do oeste e noroeste paulista, onde predominavam as pastagens. Em cidades como Araçatuba e Assis, a cana está roubando espaço do boi.


    Se chegar também um dinheirinho de fora, a gente agradece. Welcome, Mr. Bush! good-bye.