Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Não basta a palavra do repórter

A Folha deu em manchete de primeira página, ontem: ‘Para PF, Berzoini mandou comprar dossiê’.

A reportagem, assinada por Kennedy Alencar, sustenta que a Polícia Federal e o Ministério Público ‘concluíram’ que (ou ‘firmaram a convicção’ de que) o então chefe da campanha da reeleição, deputado Ricardo Berzoini, foi o mandante da operação que só complicou a vida do PT e do candidato Lula.

A afirmação pode ser verdadeira, mas o leitor não tem a menor obrigação de tomar a palavra do repórter como garantia de verdade. Ele apresenta argumentos, mas não menciona fontes, nem cita declarações, ainda que anônimas, como se apressou a observar o deputado.

Para mal dos pecados, o superintendente da Polícia Federal em Cuiabá, Daniel Lorenz, apareceu no Estado dizendo que ‘não há procedência’ na versão da Folha. ‘As investigações até agora realizadas não nos permitem concluir que ele é o mandante’, assegura Lorenz.

Enquanto os fatos não lhe derem razão, portanto, a reportagem da Folha está na marca do pênalti.

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