Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Nuvens e dúvidas da reportagem da Veja sobre dinheiro de Cuba para o PT

A revista Veja desta semana repete os mesmos mecanismos que empregou durante os três meses em que se ocupou com o ‘mensalão’. Na capa – ‘Os dólares de Cuba para a campanha de Lula’ – e no título do texto – ‘Campanha de Lula recebeu dinheiro de Cuba’ – tem-se a afirmação que não deixa margem para dúvidas; nos intertítulos e nas legendas das fotos, a reconfirmação por meio de detalhes que imprimem veracidade e legendas interpretativas que reduzem ou elevam os fotografados, de acordo com a versão que se pretende reforçar no texto.

Esse é o tratamento genérico que os leitores viram durantes semanas seguidas na cobertura da crise.

Em outros tempos, a reportagem desta semana abalaria inevitavelmente as estruturas do país. Pode até ser que, na semana que vem, animados pela história, os dois principais partidos de oposição – PSDB e PFL – empenhem-se ainda mais em pedir a abertura de processo de impeachment de Lula, para recolocar o governo na crise. Mas, a se levar em conta o comportamento da revista desde a semana em que mostrou o ex-diretor dos Correios, Maurício Marinho, embolsando R$ 3 mil, cumpre analisar a reportagem com atenção redobrada.

A seguir, questionam-se, no detalhe, informações obscuras ou parciais publicadas sobre o dinheiro de Cuba para o PT. O texto é longo porque se optou por reproduzir parágrafos inteiros da revista (identificados pelos trechos sublinhados) para, em seguida, apresentar as dúvidas, sombras e artifícios que têm como objetivo induzir o leitor.

Os US$ 3 milhões localizados pela revista ilumina a ‘grande interrogação ainda não respondida sobre o escândalo que flagrou o governo e o PT num enorme esquema de corrupção – afinal, de onde veio o dinheiro?’, questiona Veja. Mas Cuba não tem nem para ela mesma, reconhece a reportagem, ao frisar que ‘na ilha de Fidel Castro, o dinheiro é escasso até para colocar porta ou filtro de água nas escolas’.


O que chama a atenção desde o início é que prestador de serviço para partidos políticos prefere receber no exterior – vide Duda Mendonça e outros. Trazer o dinheiro para o Brasil para pagamentos do gênero, é estupidez ou burrice. Implica em desconhecer operações financeiras internacionais feitas por meio eletrônico, como Marcos Valério, por exemplo, procedeu com Duda na offshore Dusseldorf.
Receber US$ 3 milhões em espécie significa ainda que o dinheiro destinava-se ao pagamento de outras despesas. Dúvida: Que outras despesas seriam essas para consumir US$ 3 milhões, quando a maior parte das verbas de campanha fica justamente com o marqueteiro e as verbas de produção?

Toda a história relatada depende que um morto volte ao mundo dos vivos – Ralf Barquete, que faleceu vitimado por um câncer em 8 de junho do ano passado.

A revista afirma que o dinheiro chegou ao comitê eleitoral de Lula ‘entre agosto e setembro de 2002’. Muito estranho. Àquela altura da campanha, o único adversário que poderia vencer Lula nas urnas, José Serra, do PSDB, já sabia que sua campanha não emplacara, conforme mostravam as pesquisas de intenção de voto. No período citado, Serra já não era mais ameaça a Lula. Também na reta final da campanha, a mecânica de financiamento das eleições no Brasil historicamente mostra que, quando um candidato chega à condição de Lula, virtualmente eleito, o que não lhe falta é dinheiro – e por uma razão muito simples. Via caixa 2 ou não, empresas e empresários descarregam suas colaborações de campanha justamente no candidato com chances concretas de vencer.
Assim, perde impacto a versão central da reportagem de que o dinheiro cubano foi aplicado na campanha. Dinheiro não era problema àquela altura do campeonato.

A segunda sombra recai novamente sobre Barquete, a partir da declaração de Rogério Buratti, assessor durante o primeiro ano, no primeiro mandato, do ministro Antonio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto. Como se sabe, Buratti deixou o cargo depois da divulgação de gravações que o colocaram sob suspeita de corrupção. Cabe a ele a declaração mais contundente da reportagem sobre a existência do dinheiro cubano, que ele confessa nunca ter visto.

‘Fui consultado por Ralf Barquete, a pedido do Palocci, sobre como fazer para trazer 3 milhões de dólares de Cuba. Disse que poderia ser através de doleiros. Sei que o dinheiro veio, mas não sei como.’

Segundo a revista, a declaração acima de Buratti ‘confirma a operação’. No entanto, Buratti foi apenas consultado. Mais: ele não sabe como o dinheiro entrou no Brasil.

Buratti entre no enredo remetendo para outro trecho da reportagem:

‘Buratti recebeu a revista no restaurante do hotel San Diego, em Belo Horizonte. A entrevista durou duas horas e meia. Reticente, Buratti não queria falar sobre o assunto, mas não se furtou a confirmar o que sabia’.

Neblina. Como pode alguém reticente, que não quer falar sobre o assunto, não se furtar a confirmar o que sabia? E o que sabia Buratti? Muito pouco, pois foi apenas consultado.

A confirmação da história de Burati – e não ‘a outra confirmação’, como traz a revista imprime, – é de ‘uma fonte ainda mais qualificada, já que teve participação direta na Operação Cuba: o economista Vladimir Poleto’, hoje consultor de empresas. Veja diz que o entrevistou dia 21 de outubro passado, das 10 da noite às 3 da madrugada, e que, ‘apesar da longa duração do contato’ – 5 horas – ele ‘ficou assustado a maior parte do tempo’.

Relata a revista:

‘’Essa história pode derrubar o governo’, disse ele mais de uma vez, sempre passando as mãos pela cabeça, em sinal de nervosismo e preocupação. No decorrer da entrevista, no entanto, Poleto confessou que ele mesmo transportou o dinheiro de Brasília a Campinas, voando como passageiro em um aparelho Seneca em que estavam apenas o piloto e ele. Fez questão de ressalvar que, na ocasião, não sabia que levava dinheiro. Achava que era bebida. ‘Eu peguei um avião de Brasília com destino a São Paulo com três caixas de bebida’, disse. ‘Depois do acontecimento, fiquei sabendo que tinha dinheiro dentro de uma das caixas’, completou, acrescentando: ‘Quem me disse isso foi Ralf Barquete. O valor era 1,4 milhão de dólares’’.

O trecho acima também apresenta problemas de visibilidade. Como pode um assessor deslocar-se em avião particular para buscar três caixas de bebida, e não desconfiar de nada? Litros de litros de bebidas fazem barulho – e dinheiro, faz? Barquete não desconfiou de nada?

Apenas o falecido pode esclarecer.

Na seqüência, o trecho de maior veracidade da reportagem, por conta dos detalhes relatados por Poleto:

‘Poleto conta que, quando recebeu a missão de pegar o dinheiro cubano, foi orientado a ir ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ali, embarcou no Seneca, emprestado por Roberto Colnaghi, um empresário amigo de Palocci e um dos maiores fabricantes de equipamentos para irrigação agrícola do país. O avião decolou cedo de Congonhas, por volta das 6 e meia da manhã, e pousou em Brasília em torno das 10 horas. Ao contrário do que fora combinado, não havia nenhum carro à espera de Poleto no aeroporto da capital federal. Lá pelas 11 da manhã, chegou uma van. Depois de embarcar nela, Poleto foi levado a um apartamento em Brasília, de cujo endereço não se recorda. Foi recebido por um cubano, negro e alto, que lhe entregou as três caixas de ‘bebida’, lacradas com fitas adesivas. ‘Lembro que era um apartamento simples’, diz. De volta ao aeroporto de Brasília, as caixas foram embarcadas no Seneca e iniciou-se a viagem de regresso, que, por causa do mau tempo, terminou no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e não em Congonhas’.

‘Por celular, Poleto avisou o amigo Barquete da alteração de aeroporto e foi orientado a não desgrudar das caixas’,
continua a revista. ‘Por volta das 7 da noite, Barquete, que vinha de Congonhas, chegou a Viracopos. Estava em um Omega preto, dirigido por Éder Eustáquio Soares Macedo, que hoje trabalha como motorista da representação do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro. O motorista ajudou a colocar as caixas no porta-malas e dirigiu o carro até São Paulo, onde o material foi entregue a Delúbio Soares. ‘Nunca recebi dinheiro de Ralf Barquete’, mandou dizer o ex-tesoureiro do PT. Na semana passada, Éder Macedo confirmou a expedição a VEJA. ‘Não me lembro do dia em que isso aconteceu, mas aconteceu’, disse. Por alguma razão Éder Macedo, pouco depois dessa confirmação, entendeu que não deveria falar do assunto e não atendeu mais os telefonemas de VEJA, impedindo assim que a revista pudesse confirmar com ele outros detalhes. O Omega fora alugado pelo comitê eleitoral do PT. O dono da locadora chama-se Roberto Carlos Kurzweil, outro empresário de Ribeirão Preto. Kurzweil confirmou a VEJA que cedeu os serviços de Éder Macedo, então seu motorista, para o PT’.

O primeiro fato comprovadamente concreto, portanto, é o dia de trabalho relatado pelo motorista.

O trecho a seguir traz o relato de ‘um petista que pediu para que sua identidade não fosse revelada’, dizendo que ‘o sujeito’ que ‘tomou conta da operação foi Sérgio Cervantes’.

O ‘sujeito’, na verdade, foi conselheiro político da Embaixada de Cuba e, como diz a revista, ‘a primeira autoridade cubana a se encontrar com um funcionário do governo brasileiro para tratar do reatamento das relações diplomáticas entre Brasil e Cuba, que foi, afinal, consumado em 14 de junho de 1986’.

‘O sujeito’ foi ainda o principal interlocutor do então Ministro das Relações Exteriores, Abreu Sodré, do governo de José Sarney, para a retomada das relações diplomáticas Brasil-Cuba.
‘O sujeito’ que é ‘íntimo dos petistas’ é citado por um diplomata brasileiro, não identificado, que o diz conhecer pessoalmente. Ele põe mais neblina na história, além de rebaixar seu similar cubano. Diz esse diplomata brasileiro: ‘Em Cuba, quem trata desse tipo de missão, assim como acontecia na URSS e países comunistas, são espiões. Cervantes é agente do Ministério do Interior’.

O longo parágrafo a seguir trata do ‘agente’ e das intimidades que ele desfruta com Lula, a quem conheceu ‘ainda nos tempos do movimento sindical, no ABC Paulista’, e com José Dirceu, desdeos anos 60, quando o ex-ministro exilou-se em Cuba.

‘Em março de 2003, quando deixou o cargo na embaixada, Cervantes, que é amigo de Fidel Castro e dirigente do Partido Comunista de Cuba, fez questão de dar um abraço fraternal de despedida no presidente Lula e no então ministro José Dirceu’. Ao final do parágrafo, ele nega a história, com o mesmo argumento que a revista apresenta no início do texto: Cuba não tem dinheiro. ‘Cervantes nega que tenha havido ajuda financeira de Cuba para Lula. ‘Cuba está é precisando de dinheiro. Como é que pode mandar?’, disse. ‘Isso não é verdade’’.

Na metade final da reportagem, a revista questiona suas próprias informações:

‘A investigação de VEJA, associada às confirmações de duas testemunhas, compõe um quadro sólido a respeito da operação do dinheiro cubano, mas há um ponto que merece reflexão. Buratti e Poleto apresentam depoimentos fortes e comprometedores, mas embasam-nos no que ouviram falar de Ralf Barquete – uma testemunha que não pode mais ser ouvida. Em 8 de junho de 2004, Barquete morreu vítima de câncer, aos 51 anos. Seria possível que Buratti e Poleto estivessem sustentando uma história falsa com base num morto, apenas porque não pode contestá-la? No submundo do dinheiro clandestino e das operações secretas, quase tudo é possível e seria leviano descartar liminarmente a hipótese de que a grande vítima fosse o morto. Os contornos dos fatos e os detalhes dos perfis dos envolvidos, porém, mostram que nem Buratti nem Poleto estão combinados em uma armação. A começar pelo fato de que, entrevistados por VEJA em dias, locais e cidades distintas, contam ambos uma história semelhante, mas não idêntica. Buratti diz que soube que Cuba mandou 3 milhões de dólares. Poleto, 1,4 milhão’.

Cabe, a propósito, lembrar que o ‘quadro sólido a respeito da operação do dinheiro cubano’ reside no depoimento de suas pessoas – Buratti e Poleto – que dizem ter ouvido a mesma história de alguém que já morreu.

‘Vladimir Poleto, depois de dizer tudo o que disse a VEJA, mudou de idéia’, e que pediu para que ‘não se fizesse ‘uso do conteúdo’ da conversa’, continua a reportagem, com o registro do recebimento de um e-mail do entrevistado, no qual ‘sugere que não autorizou a gravação do diálogo e dá a entender que, diante de ‘diversos copos de chope’, pode ter caído involuntariamente no ‘exacerbamento de posicionamentos’. VEJA respondeu o e-mail, indagando as razões que o teriam levado a uma mudança tão radical de postura, mas Poleto não respondeu. Por essa razão, a revista mantém, no corpo desta reportagem, os termos do acordo selado com o entrevistado, que autorizou a publicação do conteúdo da conversa e a revelação de sua identidade. Houve, inclusive, uma gravação da entrevista, também devidamente autorizada por Poleto. A gravação, com sete minutos de duração, resume, na voz dele, os trechos mais importantes das revelações que fez em cinco horas de conversa no Plaza Inn. A tentativa de recuo de Poleto é uma expressão do peso da verdade’.

Mais neblina. Como pode haver apenas 7 minutos de gravação em uma conversa de cinco horas? Porque Poleto teria autorizado a gravação por tão pouco tempo e justamente para a bombástica revelação ?

Ainda em sua análise político-psicológica dos personagens, Veja acrescenta:

‘O aspecto mais decisivo da sinceridade com que Buratti e Poleto falaram de Barquete talvez seja o fato de que ambos têm profundo respeito pela memória do amigo falecido. Os três foram amigos íntimos até a morte de Barquete. As famílias se conheciam e se visitavam. Poleto, até hoje, é um amigo muito próximo do irmão de Barquete, Ruy Barquete, que trabalha na Procomp, uma grande fornecedora de terminais de loteria para a Caixa Econômica Federal. Até a viúva de Barquete, Sueli Ribas Santos, já comentou o assunto. Foi em um período em que se encontrava magoada com o PT por entender que seu falecido marido estava sendo crucificado. Buratti denunciara que o então prefeito Palocci recebia um mensalão de 50.000 reais de uma empresa de recolhimento de lixo – e quem pegava o dinheiro era o secretário da Fazenda, Ralf Barquete. A viúva desabafou: ‘Eles pegavam dinheiro até de Cuba!’ O desabafo foi feito para um empresário de Ribeirão Preto, Chaim Zaher, dono de uma escola e de uma faculdade, além de uma emissora de rádio. Zaher não foi encontrado por VEJA para falar do assunto. A viúva, que já não tem mágoa do PT, nega’.

Em resumo, a viúva da testemunha-chave falecida, Sueli Ribas Santos, segundo alguém de endereço conhecido pelas atividades que desempenha, mas não encontrado pela revista, teria exclamado: ‘Eles pegavam até dinheiro de Cuba!’. 
Ao final do parágrafo, destila seu veneno colocando a viúva de Ralf Barquete sob suspeita.

Nos dois últimos parágrafos, Veja volta com a tese extinção do PT, como veiculou inúmeras vezes na seqüência de capas sobre corrupção no partido e no governo.
No primeiro deles, releva que o valor que imprime desde a capa – US$ 3 milhões- pode ser menor – US$ 1,4 milhão, e induz o leitor a uma suposição:

‘Por essa razão, é lícito supor que o dinheiro que chegou ao caixa dois do PT deve ter saído apenas de dois lugares que, no fundo, constituem um só: os cofres do governo cubano ou os cofres do único partido político legalmente organizado, o Partido Comunista Cubano. Isso significa dizer que o Estado cubano, com sua contribuição financeira, seja ela de 3 milhões de dólares, seja de 1,4 milhão, procurou interferir nos rumos da política brasileira. Na história da humanidade, são inúmeros os casos em que um governo estrangeiro tenta influir nos destinos de outro. Mas quem cedeu aos encantos de Cuba cometeu um crime. E grave’.


No último parágrafo, encerra:

‘Se isso ocorre, o partido fica sujeito ao cancelamento de seu registro na Justiça Eleitoral. Ou seja: o partido precisa fechar as portas. O candidato desse partido – o presidente Lula, no caso – não pode ser legalmente responsabilizado por nada, já que sua diplomação como eleito aconteceu há muito tempo. O recebimento de dinheiro estrangeiro, porém, não se resume a esse quadro simples. ‘Isso é a coisa mais grave que existe’, diz o professor Walter Costa Porto, especialista em direito eleitoral e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). ‘É tão grave, mas tão grave, que é a primeira das quatro situações previstas na lei para cassar o registro de um partido político. Isso é um atentado à soberania do país. É letal’, comenta o ex-ministro. Caso as investigações oficiais confirmem que o PT recebeu dinheiro de Cuba, e o partido venha a ter o registro cancelado, o cenário político brasileiro será varrido por um Katrina: isso porque os petistas, sem partido, não poderiam se candidatar na eleição de 2006. Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva’.

De novo, a tese martelada inúmeras vezes na mesma seqüência de capas: a inelegibilidade de Lula. O texto lembra lei que proíbe o recebimento de recursos do exterior, publica a teorização de um ex-ministro do TSE sobre o crime, não sobre a história da reportagem, , e transfere a responsabilidade pela confirmação do que publica para ‘investigações oficiais’.

Como foi dito no início, e é muito provável a ocorrência de furacões no Congresso durante a semana que vem, com o país e o noticiário balançando pelo conteúdo da reportagem.
Parlamentares do PSDB e do PFL vão brandir exemplares da revista como argumento definitivo para a necessidade de se abrir processo de impeachment. Com toda certeza , na semana que vem, a revista dedicará nova capa sobre o abalo causado na República com suas revelações.
Quanto ao crime de recebimento vindo do exterior, outras informações sobre desembarque de recursos de paraísos fiscais que têm dinheiro para colocar portas e filtros d’água em escolas poderão vir à tona. Das Bahamas e Ilhas Cayman, como se sabe, o dinheiro não precisa sair em caixas de bebida para chegar até partidos políticos do Brasil e de outros países. Basta um telefonema.
A reportagem também colabora para desviar a atenção das investigações sobre as fontes internas de financiamento de caixa 2 que, desde sempre, mantiveram em parte ou na totalidade as campanhas eleitorais de todos os partidos políticos brasileiros.

Resumo da ópera: só um morto pode confirmar a reportagem. Nenhum dos personagens vivos viu a cor do dinheiro.