Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

O salvo-conduto que Lula se deu

Eis o que de mais importante o presidente disse agora há pouco ao país, logo depois de enumerar o que entende serem as conquistas econômicas e sociais da sua gestão:

“É obrigação do governo, da oposição, do empresariado e de toda a sociedade não permitir que a crise possa trazer problemas para a economia brasileira.’

Tradução (se é que alguém precisa): não mexam com o meu mandato, se não a vaca vai pro brejo.

A oposição não gostou. Os mesmos José Agripino e Arthur Virgílio que de manhã haviam pegado leve no presidente, da tribuna do Senado, mudaram completamente de tom. Não chegaram a pedir o impeachment, mas acharam o pronunciamento pífio, uma tentativa de ganhar tempo e acusaram Lula de se colocar acima do bem e do mal.

As críticas não têm a ver só com o que Lula disse ou deixou de dizer. Têm a ver – e muito – com a confirmação do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, à revista Época hoje nas bancas, de que o então candidato sabia que o PT ficara de pagar R$ 10 milhões (mais a vice-presidência) pelo apoio do partido de José Alencar.

Quem primeiro contou a história foi o repórter Bob Fernandes, escrevendo na Carta Capital, ainda em 2002.