Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Reportagem é diferente de edição

Neste final do debate, discute-se a diferença entre o que os repórteres apuram e o que é editado.


Paulo Baía – Vocês dois que são jornalistas podem achar que nós somos muito violentos contra os jornalistas. Na verdade não é isso. Eu convivo com excelentes repórteres. Vera Araújo, Sérgio Ramalho, que foi cobrir a Vera no momento em que ela teve que sumir, e vários outros colegas. Mas vocês conhecem melhor do que nós a dinâmica das redações. Nós conhecemos a dinâmica das universidades. E mesmo dentro das universidades nós sofremos restrições.


A dinâmica das redações tem não só o tempo industrial da pauta, que diminuiu, é pouco para apurar, mas tem sobretudo a questão da edição. Quando estou falando da mídia, é evidente que há repórteres que fazem o papel de porta-vozes associados a esses grupos de poder local, mas as edições dos jornais são mais perniciosas do que o trabalho de campo do repórter.



Mauro Malin – Esse tema apareceu na discussão passada. Eu até puxei um pouco por aí, dizendo que o repórter mais consciente teria que travar uma batalha dentro da redação com uma pessoa movida um pouco pelo senso comum, mas com o poder de decidir uma série de coisas. E é uma batalha que vai existir sempre.


Sérgio Torres – O meu caso não é um bom caso para debate aqui com vocês, até porque eu sou de uma sucursal de um jornal de São Paulo e nós não editamos aqui. Nós escrevemos para lá. E, de uma maneira ou de outra, o que nós escrevemos sai. Não tenho queixa em relação a isso. ?s vezes não sai ou por falta de espaço, ou porque realmente não tinha importância, ou então é uma coisa que tem importância aqui para o Rio e para São Paulo não tem.


Ver também o primeiro debate, realizado em 5 de janeiro:


Primeiro debate, primeira parte.


Primeiro debate, segunda parte.


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